Ibovespa reduz perdas e dólar se afasta das máximas após Fed anunciar compra de títulos corporativos
O BC americano anunciou há pouco que passará a comprar títulos corporativos — uma ferramenta para dar ainda mais suporte à economia do país. A novidade melhorou o humor dos mercados e deu ânimo ao Ibovespa, que chegou a cair quase 3% mais cedo
A semana começou bastante ruim para os ativos domésticos: durante a manhã desta segunda-feira (15), o Ibovespa chegou a recuar perto de 3% e o dólar à vista disparou para além dos R$ 5,20, em meio à cautela externa e doméstica. Só que uma notícia vinda dos EUA nesta tarde provocou uma reviravolta nos mercados.
Há pouco, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou que começará a comprar títulos corporativos, de maneira "ampla e diversa" — uma iniciativa para dar suporte às empresas e injetar recursos na economia do país. E a novidade animou os investidores.
Por volta de 16h30, o Ibovespa operava em queda de 0,44%, aos 92.390,66 pontos, após tocar brevemente o campo positivo — nos EUA, o S&P 500 (+0,21%) e o Nasdaq (+0,94%) se firmaram em alta. No câmbio, o dólar à vista subia "apenas" 2,19%, a R$ 5,1532.
- Eu gravei um vídeo para falar um pouco da dinâmica dos mercados na primeira metade desta sessão de segunda-feira — ou seja, antes do anúncio do Fed, quando a cautela era bem mais intensa. Veja abaixo:
Em sua decisão de juros, o Fed reforçou que não via a adoção de taxas negativas como adequada, mas disse estar disposto a usar "todas as ferramentas" para dar suporte à economia. Na ocasião, não ficou claro quais seriam esses instrumentos — e o anúncio de hoje parece fazer menção ao recado dado na semana passada.
A novidade, assim, foi capaz de neutralizar a forte cautela vista durante a manhã, quando temores quanto a uma segunda onda do coronavírus na Ásia e nos EUA empurraram os mercados acionários globais ao campo negativo.
Afinal, um eventual avanço da Covid-19, se confirmado, tende a atrasar o processo de recuperação econômica do mundo. China, Europa e EUA já estão relaxando as regras de isolamento, em maior ou menor grau, e uma nova onda da Covid-19 poderia causar retrocessos nesse movimento.
Leia Também
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai cerca de 5% na bolsa
Deixando o governo
Por aqui, os agentes financeiros domésticos precisam lidar com um novo foco de preocupação: a saída de Mansueto Almeida do cargo de secretário do Tesouro Nacional — ele deve deixar o posto até agosto, ajudando no processo de transição para um sucessor ainda a ser definido.
Mansueto é bastante respeitado pelo mercado e tido como um dos pilares dos ajustes econômicos que vêm sendo conduzidos nos últimos anos no país — e, considerando isso, sua saída é vista como um mal sinal em relação ao futuro das reformas.
Esse aumento na percepção de que os ajustes econômicos tendem a ser deixados de lado sem o secretário do Tesouro eleva a aversão ao risco por parte dos investidores, por mais que o próprio Mansueto tenha destacado que o ministro Paulo Guedes é o grande fiador das reformas — e essa leitura é comprovada pelo tom negativo visto nos ativos domésticos hoje.
Alívio nos juros
Durante a manhã, o mercado de juros futuros mostrou-se mais estressado, reagindo ao ambiente mais cauteloso em termos domésticos e externos. No entanto, a novidade do Fed provocou uma onda de alívio nos ativos globais — o que ecoou especialmente sobre os DIs curtos.
Os vencimentos de menor prazo também ficam de olho na decisão do Copom, na próxima quarta-feira (17), e na expectativa de corte de 0,75 ponto na Selic:
- Janeiro/2021: de 2,15% para 2,13%;
- Janeiro/2022: de 3,06% para 3,05%;
- Janeiro/2023: de 4,12% para 4,15%;
- Janeiro/2025: de 5,66% para 5,72%.
Cielo dispara
No front corporativo, destaque para as ações ON da Cielo (CIEL3), em forte alta de 22,09%, a R$ 5,14. Mais cedo, o Facebook anunciou que começará a viabilizar transações de pagamento via WhatsApp no Brasil, tendo fechado parceria com a Cielo para o serviço.
Tirando a Cielo, são poucas as ações do Ibovespa que conseguem sustentar ganhos mais expressivos neste momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| CIEL3 | Cielo ON | 5,14 | +22,09% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 15,65 | +6,90% |
| GOLL4 | Gol PN | 19,61 | +5,77% |
| CYRE3 | Cyrela ON | 21,13 | +3,88% |
| MRVE3 | MRV ON | 16,95 | +3,67% |
Veja também as maiores baixas do índice no momento:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| IRBR3 | IRB ON | 11,02 | -4,09% |
| VIVT4 | Telefônica Brasil PN | 48,78 | -2,11% |
| BRML3 | BR Malls ON | 10,59 | -1,85% |
| CSNA3 | CSN ON | 10,67 | -1,84% |
| EMBR3 | Embraer ON | 8,66 | -1,81% |
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
