Ibovespa volta do circuit breaker e desaba quase 9%; dólar dispara a R$ 4,72
O Ibovespa opera em queda de firme e devolve os ganhos de ontem, em meio à cautela relacionada ao coronavírus e à crise no petróleo
Os mercados globais têm passado por uma montanha-russa de emoções. Em meio à crise do petróleo e aos riscos do coronavírus, o Ibovespa e as bolsas mundiais ficam à deriva, alternando quedas volumosas e altas expressivas — e, nesta quarta-feira (11), o tom é de enorme pessimismo.
O índice brasileiro exibia perdas firmes desde a abertura, recuando cerca de 5% no início da tarde. No entanto, após a OMS classificar o surto de coronavírus como uma pandemia global, a aversão ao risco deu um salto nos mercados acionários.
As condições se deterioraram rapidamente, tanto por aqui quanto no exterior. E, por volta de 15h15, o Ibovespa bateu os 10,11% de baixa, acionando o mecanismo de circuit breaker pela segunda vez nesta semana — o 'botão do pânico' paralisa as operações por 30 minutos.
Mas, mesmo após essa pausa, o clima segue bastante ruim: às 16h50, o Ibovespa desabava 9,11%, aos 83.812,43 pontos. Nos Estados Unidos, o Dow Jones (-5,30%), o S&P 500 (-4,47%) e o Nasdaq (-4,29%) também exibem perdas expressivas.
O dólar à vista também enfrenta intensa pressão: no mesmo horário, a moeda americana disparava 1,73%, a R$ 4,7276.
(Mais um) dia tenso
Temos hoje mais um episódio na onda de forte volatilidade enfrentada pelos mercados globais nesta semana. Veja só o histórico recente do Ibovespa: na segunda-feira, o índice caiu 12,17%; ontem, subiu 7,14%; e, agora, já anula a recuperação da sessão anterior.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
- Eu gravei um vídeo comentando esse comportamento errático do Ibovespa e das bolsas globais. Veja abaixo:
O saldo desses movimentos amplos tem sido negativo: por mais que, na terça-feira, o Ibovespa tenha tido o maior avanço diário em termos percentuais desde dezembro de 2008, o índice ainda acumula uma baixa de mais de 18% somente nesta semana.
O humor dos investidores já estava ruim desde o início do dia, em meio à percepção de que os governos e bancos centrais estariam hesitando para anunciar pacotes de estímulo à economia e tentar neutralizar os impactos da tensão externa. No início da tarde, o Ibovespa recuava perto de 5% e as bolsas americanas caíam cerca e 3%.
Mas, com a OMS elevando o alerta global e relação ao coronavírus, uma nova onda de forte pessimismo atingiu em cheio a bolsa brasileira, provocando uma perda acentuada e veloz no Ibovespa — e que culminou com o segundo circuit breaker em três dias.
Prudência elevada
Em linhas gerais, o panorama para os mercados continua o mesmo desde segunda-feira: a Arábia Saudita e a Rússia seguem com a guerra de preços do petróleo e, no front do coronavírus, há um temor cada vez maior quanto à disseminação da doença e os impactos à economia, principalmente na Europa.
Assim, a recuperação de ontem se deve muito mais a fatores técnicos e à esperança quanto a uma ação rápida dos bancos centrais e dos governos para blindar a economia global em meio à crise; hoje, a dinâmica é a mesma, mas na direção oposta: uma correção de eventuais excessos na recuperação e uma desconfiança quanto à urgência das autoridades mundiais, já que os pacotes de estímulos ainda não chegaram.
O petróleo, que ontem subiu perto de 10%, hoje também aparece sob pressão, dada a falta de avanço nas negociações entre sauditas e russos: o Brent para maio cai 4,06%, e os WTI para abril recua 4,13%.
Nesse cenário de queda do petróleo e de forte aversão ao risco por causa do coronavírus, as ações ON da Petrobras (PETR3) tinham baixa de 12,47% e as PNs (PETR4) desvalorizavam 12,64% no momento do circuit breaker.
Dólar avança
No mercado de câmbio, o tom também é de enorme prudência: o dólar à vista opera em alta de 1,73%, a R$ 4,7276, num comportamento em linha com o visto no exterior — lá fora, o dia é de valorização da moeda americana em relação às divisas de países emergentes.
Com a nova esticada do dólar à vista, os investidores mostram-se mais cautelosos em relação ao mercado de juros. No início da sessão, os DIs mais curtos operavam em baixa, refletindo as apostas num novo corte na Selic pelo Copom, na próxima semana.
Além disso, a inflação sob controle — o IPCA teve leve alta de 0,25% em fevereiro — aumentava o conforto quanto a novas reduções de juros no curto prazo. Só que, dado o aumento no 'risco-coronavírus', os agentes financeiros tiraram o pé do acelerador, assumindo uma postura mais defensiva nos juros.
Veja abaixo como estão as curvas mais líquidas no momento:
- Janeiro/2021: de 3,89% para 4,21%;
- Janeiro/2022: de 4,52% para 5,03%;
- Janeiro/2023: de 5,22% para 5,92%.
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
