Ibovespa fecha em queda de 2% e dólar sobe com ajustes de carteira e realização de lucros
No acumulado do mês, Ibovespa subiu mais 8%, firmando-se na faixa dos 100 mil pontos; dólar registrou a maior queda mensal de 2020 em relação ao real.

O Ibovespa fechou em queda de 2% enquanto o dólar subiu mais de 1% na última sessão de julho. Ao longo desta sexta-feira (31), o principal índice do mercado brasileiro de ações repercutiu o mau humor nos mercados financeiros internacionais. Ao mesmo tempo, os ajustes esperados para a última sessão de julho aprofundaram a queda em meio à realização de lucros.
Apesar da intensa volatilidade dos últimos dias, o Ibovespa subiu 0,52% na semana e encerrou julho com alta de 8,27%, num desempenho muito parecido com os dos dois meses anteriores e aparentemente firmando-se em faixa superior aos 100 mil pontos.
Os mercados financeiros locais até começaram a sexta-feira refletindo um tom mais otimista, mas não demoraram a virar - acompanhando os sinais vindos de fora tanto na alta inicial quanto na baixa posterior.
Logo pela manhã, parecia que os bons resultados apresentados pelas grandes empresas de tecnologia - Apple, Facebook e Amazon - e dados melhores que o esperado vindos da Europa e da China seriam suficientes para sustentar o sinal de alta.
Entretanto, o balanço da petroleira Chevron inverteu o sinal das bolsas norte-americanas. A empresa registrou prejuízo líquido de US$ 8,3 bilhões no segundo trimestre.
Com a deterioração do cenário externo, o Ibovespa também passou a operar no vermelho. No início da tarde, a queda acentuou-se em meio a ajustes de carteira e à realização de lucros na última sessão do mês. Com isso, o índice terminou em queda de 2%, aos 102.912,24 pontos.
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Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, antecipou que, apesar da volatilidade dos últimos dias e da queda de hoje, o Ibovespa tendia a mostrar variação positiva no acumulado da semana.
Além de reagir aos sinais externos, o principal índice de ações da bolsa brasileira também foi influenciada pelos resultados dos balanços corporativos das empresas nacionais. Confira aqui os principais números analisados pelos investidores nesta sexta-feira.
Um dos resultados financeiros mais relevantes foi o da Petrobras, divulgado na noite de ontem. A petroleira apresentou um prejuízo 94% menor do que o visto no 1º trimestre de 2020. Apesar disso, a reação dos mercados ao resultado da Chevron fez com que tanto as ações PN (PETR4) quanto as ON (PETR3) virassem até fecharem ambas em queda de mais de 2%.
Enquanto isso, os aumentos de provisões revelados por Bradesco e Santander nos balanços divulgados esta semana pesaram sobre todo o setor bancário, apesar de analistas considerarem que a taxa de inadimplência está sob controle.
Mas nem só de queda, realização e ajuste foi a sexta-feira do Ibovespa.
No campo positivo, os papéis da Cielo ON (CIEL3) registraram a maior alta do dia (+9,3%) em meio a notícias de que o Banco Central (BC) comunicou às empresas que irá liberar a retomada dos testes do WhatsApp Pay, sistema de pagamentos via aplicativo de mensagens. A Cielo, controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, é uma das empresas selecionadas para fazer os testes iniciais da ferramenta.
Já as ações ON da Localiza (RENT3) seguiram em destaque, fechando em alta de 1,9%, com a reação dos investidores ao balanço trimestral e às perspectivas de curto prazo da empresa.
Exterior misto
O índice Nasdaq fechou em alta de 1,49% graças aos balanços das big techs. Os índices Dow Jones e S&P 500 conseguiram apagar as quedas registradas no decorrer da sessão e encerraram no azul, com altas de 0,44% e 0,77%, respectivamente.
Confira a seguir as 5 maiores altas e as 5 maiores quedas do dia entre os componentes do Ibovespa.
MAIORES ALTAS
- Cielo ON (CIEL3) +10,95%
- Ecorodovias ON (ECOR3) +6,92%
- TIM Participações ON (TIMP3) +6,42%
- Engie ON (EGIE3) +3,36%
- Telefônica Brasil PN (VIVT4) +2,97%
MAIORES QUEDAS
- Cogna ON (COGN3) -12,47%
- Ambev ON (ABEV3) -4,47%
- Embraer ON (EMBR3) -4,28%
- Braskem PN (BRKM5) -4,24%
- CSN ON (CSNA3) -4,15%
Dólar e juro
O dólar, por sua vez, voltou para a faixa de R$ 5,20 em meio à piora do cenário externo e à disputa pela definição da Taxa PTax de julho. A moeda norte-americana encerrou a sessão cotada a R$ 5,2170 (+1,12%).
Ao longo de julho, entretanto, o dólar caiu 4,03% em relação ao real. Trata-se do maior recuo mensal da taxa de câmbio registrado em 2020, adicionando mais um dado à recente tendência de desvalorização da divisa norte-americana tanto diante de outras moedas fortes quanto das de países emergentes.
Os contratos de juros futuros, por sua vez, fecharam sem direção clara, pressionados pelo comportamento do dólar, mas sem descolar muito do fechamento de ontem em meio à expectativa de que o Banco Central anunciará um novo corte de juros na semana que vem.
Veja como ficaram os principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,908% para 1,905%;
- Janeiro/2022: de 2,631% para 2,650%;
- Janeiro/2023: estável a 3,650%;
- Janeiro/2025: de 5,203% para 5,170%.
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