Ibovespa fecha em alta, mas mercado mostra cautela com a agenda econômica; dólar sobe a R$ 5,18
O Ibovespa passou a maior parte do dia no campo positivo, mas sem nunca engatar altas mais firmes. Apesar da postura mais enérgica de Donald Trump quanto às medidas de isolamento para conter o coronavírus, os investidores mostram receio em relação aos dados econômicos a serem divulgados nos próximos dias
Uma estranha calmaria tomou conta do Ibovespa nesta segunda-feira (30). Nada de perdas massivas ou saltos enormes, nada de gigantescos volumes de negociação, nada de frenesi na comunidade financeira no Twitter — um dia morno, se é que existem dias mornos em meio à crise do coronavírus.
Os números da sessão de hoje são reveladores, a começar pelo fechamento do índice: alta de 1,65%, aos 74.639,48 pontos — foi apenas o quarto pregão de março em que o Ibovespa oscilou menos de 2%, para cima ou para baixo.
Mas não só isso: as negociações de hoje ocorreram dentro de uma faixa particularmente estreita. Na mínima do dia, o índice caiu 0,33%, aos 73.184,22 pontos e, na máxima, subiu 2,73%, aos 75.429,74 pontos — um intervalo de apenas 2.245,52 pontos.
- Eu gravei um vídeo para explicar a dinâmica das bolsas nesta segunda-feira (30). Veja abaixo:
É a menor banda diária de variação para o Ibovespa desde o pregão de 21 de fevereiro — a sexta-feira de Carnaval, data em que, tradicionalmente, a sessão fica esvaziada.
Quer outra prova da calmaria desta segunda-feira? Basta olhar para os números do giro financeiro. Ao todo, a carteira do índice movimentou R$ 19,8 bilhões ao longo do dia — a média em março, até a última sexta-feira, era de mais de R$ 35 bilhões por sessão.
A sessão não foi tranquila apenas no Brasil: nos Estados Unidos, o Dow Jones (+3,19%), o S&P 500 (+3,35%) e o Nasdaq (+3,62%) ganharam força na reta final, mas também passaram o dia com variações tímidas; na Europa, as principais praças tiveram altas moderadas.
Leia Também
Engana-se quem conclui que esse tom mais ameno implica numa menor preocupação dos investidores com o coronavírus. Pelo contrário: essa postura se deve justamente à cautela relacionada ao surto da doença.
Apertando os cintos
Ocorre que, nesta semana, começa a ser divulgada a primeira rodada de dados econômicos referentes a março — mês em que o surto da doença atingiu proporções globais. Assim, o mercado começa a se preparar para ver impactos fortes nos indicadores.
Já tivemos algumas amostras nesta segunda-feira: o índice de sentimento econômico da zona do euro sofreu em março a maior queda da história; por aqui, a confiança do setor de serviços despencou 11,6 pontos no mês passado.
Ainda no Brasil, o boletim Focus mostrou uma revisão brusca nas projeções para a economia em 2020. Agora, a estimativa é de baixa de 0,48% no PIB neste ano — na semana passada, a expectativa era de alta de 1,48%.
Mas o grosso da agenda econômica global ainda não foi divulgado — na China, serão conhecidos dados de atividade; nos EUA, serão reportados números de confiança do consumidor, atividade e do mercado de trabalho.
Nesse cenário, é natural que os investidores tenham assumido uma postura mais cautelosa, sem promover grandes mudanças em suas posições. E o noticiário desta segunda favoreceu ainda mais essa abordagem de "esperar para ver", com elementos negativos e positivos influenciando as negociações.
Reação dos governos
Ao longo do fim de semana, os números referentes ao surto de coronavírus mostraram uma evolução preocupante da doença no mundo: segundo dados da universidade americana Johns Hopkins, mais de 760 mil pessoas já foram contaminadas, com 36 mil casos fatais.
No Brasil, o ministério da Saúde atualizou há pouco as informações referentes ao Brasil: são 159 óbitos e 4.579 infectados no país — a taxa de mortalidade por aqui chega a 3,5%.
Esse quadro de rápida propagação do vírus provocou reações mais enérgicas por parte dos principais líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — o país se tornou um novo epicentro da doença, com a região de Nova York mostrando números particularmente preocupantes.
Trump, que vinha hesitando em recomendar o isolamento de maneira mais ampla para conter o avanço da doença, mudou de postura: estendeu as medidas de distanciamento social até 30 de abril — uma novidade que foi bem recebida pelos investidores.
Assim, o tom mais positivo visto no exterior acabou se sobrepondo à cautela doméstica quanto à deterioração cada vez mais evidente do cenário político local — por aqui, o presidente Jair Bolsonaro e seu pouco caso com o coronavírus estão cada vez mais isolados.
Prudência no dólar
Mas, por mais que esse quadro todo tenha permitido uma ligeira alta do Ibovespa e das bolsas americanas, ele não foi capaz de trazer calma ao mercado de câmbio. O dólar à vista fechou em alta firme de 1,53%, a R$ 5,1805, e voltou a se aproximar das máximas nominais.
Trata-se de uma estratégia clássica por parte dos investidores: ao mesmo tempo em que aumentaram ligeiramente a exposição ao risco na bolsa, correram para buscar proteção no dólar. Assim, caso o cenário se deteriore nos próximos dias com a divulgação de dados econômicos mais fracos, a posição no mercado de câmbio servirá para amortecer as perdas com as ações.
Economia vacilante, juros em queda
Com a percepção de que a economia brasileira será fortemente afetada pela crise do coronavírus, aumentam as apostas em novos cortes na Selic e na manutenção da taxa básica de juros em níveis baixos por um período prolongado, de modo a dar sustentação à atividade doméstica.
E, nesse cenário, os principais DIs fecharam em queda, tanto na ponta curta quanto na longa:
- Janeiro/2021: de 3,49% para 3,41%;
- Janeiro/2022: de 4,37% para 4,21%;
- Janeiro/2023: de 5,65% para 5,41%;
- Janeiro/2025: de 6,97% para 6,81%.
Klabin em destaque
No front corporativo, destaque para as units da Klabin (KLBN11), que fecharam em alta de 6,88%. Mais cedo, a empresa anunciou a compra da unidade de papel ondulado e embalagens da International Paper Brasil, por R$ 330 milhões — uma movimentação que foi elogiada por analistas.
Você pode encontrar um resumo das principais altas e baixas do Ibovespa nesta segunda-feira nesta matéria. Veja abaixo as cinco maiores altas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| ELET3 | Eletrobras ON | 23,31 | +10,58% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | 41,60 | +6,67% |
| ELET6 | Eletrobras PNB | 26,44 | +6,57% |
| EQTL3 | Equatorial ON | 17,59 | +6,28% |
| BRAP4 | Bradespar PN | 28,57 | +5,11% |
Confira também as maiores quedas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| RENT3 | Localiza ON | 28,70 | -8,37% |
| SMLS3 | Smiles ON | 13,65 | -5,93% |
| COGN3 | Cogna ON | 5,06 | -4,89% |
| YDUQ3 | Yduqs ON | 26,77 | -4,39% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 5,45 | -4,39% |
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovic, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
