Risco de queda de Guedes derruba Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos
Sem indicadores para nortear os investidores neste início de semana, a tensão política pesou sobre os mercados financeiros nesta segunda-feira
Que a sessão de hoje seria volátil, grande parte dos analistas já imaginava. O que não estava no roteiro dos investidores era que o Ibovespa perderia a marca dos 100 mil pontos nem que o dólar seria negociado acima dos R$ 5,50 pela primeira vez desde o fim de maio.
Sem indicadores econômicos relevantes para nortear os investidores neste início de semana, a tensão política prevaleceu e a B3 passou praticamente o dia inteiro descolada dos mercados financeiros internacionais.
"Agenda vazia, oficina da volatilidade", sentenciava o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, antes mesmo da abertura do pregão.
A queda no Ibovespa começou pequeninha, é verdade. O índice até flertou com o território positivo por alguns minutos, acompanhando a abertura em Wall Street.
Mas logo começaram a fazer preço as especulações iniciadas na semana passada de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria subido no telhado.
“Quando o presidente do clube tem que vir a público garantir a permanência do técnico é porque ele já caiu”, disse um operador de derivativos de uma corretora local, empregando a metáfora futebolística ao analisar a tíbia defesa pública do presidente Jair Bolsonaro a seu ministro da Economia.
Leia Também
Quando perdeu o piso dos 100 mil pontos, operando abaixo deste nível pela primeira vez desde 14 de julho, o Ibovespa foi afetado pelo disparo em massa de ordens de stop-loss até fechar em queda de 1,73%, aos 99.595,41 pontos .
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em leve queda enquanto o Nasdaq e o S&P 500 subiram.
No campo negativo, a queda no principal índice brasileiro de ações foi puxada principalmente pelos papéis da Eletrobras e pelas ações de empresas ligadas ao consumo doméstico.
E apesar de a queda ter afetado a maior parte das ações listadas no Ibovespa, alguns setores tiveram bom desempenho hoje.
As ações dos frigoríficos, por exemplo, subiram à medida que investidores incorporaram aos papéis os bons resultados financeiros registrados no segundo semestre. Nos setores de mineração e metalurgia, a alta das ações foi propulsionada pela expectativa de medidas de estímulos à economia chinesa.
Confira a seguir quais foram as maiores altas e as maiores baixas do Ibovespa na sessão de hoje.
MAIORES ALTAS
- Marfrig ON (MRFG3) +5,37%
- JBS ON (JBSS3) +2,53%
- Minerva ON (BEEF3) +2,22%
- CSN ON (CSNA3) +1,90%
- Bradespar PN (BRAP4) +1,58%
MAIORES QUEDAS
- Hering ON (HGTX3) -8,34%
- Eletrobras ON (ELET3) -6,66%
- Gol PN (GOLL4) -6,05%
- BR Malls ON (BRML3) -5,85%
- Via Varejo ON (VVAR3) -5,70%
Tensão política local descolou Ibovespa do exterior
Observadores do mercado aguardam sinais mais concretos em relação às tensões políticas em Brasília, mas o medo foi suficiente para fazer com que o Ibovespa descolasse dos mercados financeiros internacionais.
As especulações sobre a permanência de Paulo Guedes no governo ganharam volume na semana passada e desde então só crescem.
Ainda que oficialmente o governo negue qualquer plano neste sentido, o aparente enfraquecimento do ministro - e consequentemente de sua agenda ultraliberal - alimenta temores de que o governo Jair Bolsonaro venha a abandonar a disciplina fiscal e as reformas exigidas pelos investidores.
Jason Vieira observou que a especulação sobre da possibilidade de impeachment levantada por Paulo Guedes na semana passada, ao se queixar publicamente da "debandada" em sua equipe, "abriu espaço para sua fritura dentro do governo".
Ainda segundo ele, "o sustentáculo fiscal, a figura de Guedes e a agenda de reformas são o tripé de apoio do mercado ao governo, e todos sabemos como tripés funcionam".
Dólar e juro
E enquanto a bolsa caiu forte, a aversão ao risco local fez com que o dólar voltasse a operar acima da marca de R$ 5,50 a partir do meio da tarde desta segunda-feira, atingindo o nível mais alto desde 22 de maio e seguindo perto das máximas até os minutos finais da sessão, quando acomodou-se pouco abaixo dessa barreira.
Além de acompanhar a desvalorização de outras moedas emergentes ante o dólar, o real foi duramente afetado pelos temores de que os dias de Paulo Guedes como ministro da Economia estejam contados.
Logo depois de passar dos R$ 5,50, o dólar seguiu pressionando por níveis mais altos e chegou a operar acima de R$ 5,51 nas máximas da sessão.
De acordo com analistas, o mercado de câmbio reagiu a especulações sobre quem sucederia Guedes caso ele realmente venha a deixar o Ministério da Economia.
O fato é que o mercado de câmbio reproduziu hoje a volatilidade verificada entre as ações desde o início do pregão.
Quando os negócios aproximavam-se do fim, a moeda norte-americana devolveu parte dos ganhos, mas ainda assim fechou em alta de 1,30% a R$ 5,4971.
Enquanto isso, os contratos de juros futuros fecharam em alta firme também repercutindo os temores dos investidores com a questão fiscal e o futuro do ministro Paulo Guedes.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2022: de 2,800% para 2,830%;
- Janeiro/2023: de 4,010% para 4,060%;
- Janeiro/2025: de 5,810% para 5,950%;
- Janeiro/2027: de 6,830% para 7,000%.
3 surpresas que podem mexer com os mercados em 2026, segundo o Morgan Stanley
O banco projeta alta de 13% do S&P 500 no próximo ano, sustentada por lucros fortes e recuperação gradual da economia dos EUA. Ainda assim, riscos seguem no radar
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50