Em dia volátil devido a tensões no Oriente Médio, Ibovespa cai 0,73% e perde os 118 mil pontos
Bolsas caíram no Brasil e no exterior em reação a ataque americano que matou autoridade iraniana
Como já era de se esperar, a bolsa brasileira abriu em forte queda nesta sexta-feira (3), em linha com as bolsas internacionais, devido à escalada da tensão entre Estados Unidos e Irã. O Ibovespa começou o dia com recuo de 1,03%, aos 117.354,48 pontos, perdendo o patamar dos 118 mil pontos conquistado ontem.
Mas no final da manhã, as perdas começaram a desacelerar e, no fim da tarde, o índice chegou até mesmo a registrar uma leve alta. Contudo, foi novamente puxado para baixo e fechou em queda de 0,73%, aos 117.708,36 pontos.
- Contrate o Ivan Sant’Anna: Trader com mais de 60 anos pode te ensinar a dar suas Tacadas de Mestre. Conheça o projeto aqui.
O dia amanheceu com a notícia de que um ataque aéreo dos Estados Unidos a um aeroporto em Bagdá na última quinta-feira (2), ordenado pelo presidente americano Donald Trump, matou o general iraniano Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã. O país persa prometeu retaliação.
Em razão da tensão, os contratos futuros de petróleo dispararam e acabaram fechando em alta: o preço do WTI para fevereiro subiu 3,06% para US$ 63,05 o barril, e o do Brent para março avançou 3,55%, para US$ 68,60 o barril. O temor é de que o Irã possa fechar o Estreito de Ormuz, prejudicando o tráfego do petróleo na região e elevando seus preços.
A alta da commodity beneficou as ações da Petrobras pela manhã, quando figuravam entre as poucas altas do Ibovespa e o impediam de cair mais, devido à sua grande participação na composição do índice.
No entanto, no meio do dia os papéis ordinários passaram a cair e, no fim da tarde, ambas as classes de ações da petroleira começaram a recuar, diante das incertezas do mercado sobre o futuro dos preços do petróleo e de como uma alta da commodity poderia afetar a política de preços da estatal. Com isso, as ações preferenciais (PETR4) fecharam em baixa de 0,81%, e as ordinárias (PETR3) perderam 2,47%.
Leia Também
Novo choque do petróleo?
A tensão no Oriente Médio estragou a festa nas bolsas vista ontem, quando os principais índices de ações mundo fecharam em alta, com novos recordes de fechamento para o Ibovespa e os índices americanos. Mesmo assim, já era esperada alguma realização de lucros no dia de hoje.
Na Europa e na Ásia, as bolsas reagiram à notícia sobre o conflito entre EUA e Irã, mas fecharam com sinais mistos. Em Nova York, os índices futuros apontavam queda de mais de 1%, mas as bolsas abriram com uma queda mais modesta e no início da tarde passaram a desacelerar as perdas.
O Dow Jones fechou em queda de 0,81%, para 28.634,88 pontos, o S&P 500 fechou em baixa de 0,71%, para 3.234,85 pontos; e o Nasdaq recuou 0,79%, para 9.020,77 pontos.
Caso os preços do petróleo subam por um período prolongado, a alta pode acabar sendo repassada aos preços dos combustíveis e até pesar na inflação brasileira, o que também poderia afetar os juros - para cima, no caso.
Para o economista-chefe da corretora Necton, por exemplo, o ataque encerra a chance de novos cortes na Selic neste ano. Já o presidente Jair Bolsonaro disse que o ataque dos EUA vai impactar os preços dos combustíveis.
No entanto, ainda não há consenso no mercado sobre os desdobramentos do conflito. Alguns analistas consideram improvável que o Irã feche o Estreito de Ormuz porque isso prejudicaria as suas próprias exportações. Além disso, do ponto de vista da oferta, o preço do petróleo não teria por que ser pressionado de maneira mais permanente.
Também não pode ser descartada a possibilidade de o Fed retomar os cortes de juros de forma a segurar a possível desaceleração econômica que pode se seguir a um conflito de maiores proporções no Oriente Médio.
A ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), divulgada nesta sexta-feira, também apontou nesta direção, mas por outro motivo. Os dirigentes do banco central americano demonstraram preocupação com o fato de a inflação nos EUA continuar abaixo da meta de 2% ao ano.
De toda forma, o documento afirmava que "a margem para a política monetária apoiar a economia em uma desaceleração futura por meio de cortes nas taxas de juros poderia se reduzir". Após a divulgação do documento, os juros dos títulos públicos americanos (Treasuries) passaram a cair ainda mais.
Dólar e juros
A aversão a risco no mundo nesta sexta levou o índice VIX de volatilidade - conhecido como "índice do medo" - a subir mais de 20% mais cedo. No entanto, o indicador fechou com alta de 12,43%.
Mas apesar de toda a aversão a risco no exterior, o dólar não apresentou fortes altas nem grandes oscilações nesta sexta, embora tenha subido tanto ante moedas fortes quanto emergentes. O dólar à vista fechou em alta de 0,78%, a R$ 4,0555, avanço amenizado por uma entrada de fluxo comercial.
Já o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, subia apenas 0,05% há pouco.
Os juros futuros no Brasil também apresentaram alta durante boa parte do dia, mas acabaram fechando com sinais mistos.
Os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2021 fecharam em queda, passando de 4,526% para 4,520%; o DI para janeiro de 2023 subiu de 5,78% para 5,81%; e o DI para janeiro de 2027 subiu de 6,711% para 6,79%.
Maiores altas
As ações da Natura & Co. (NTCO3) registraram a maior alta do dia, reagindo bem aos novos passos da incorporação da Avon. Os papéis fecharam com ganho de 6,97%.
Mais cedo, a Natura divulgou a nova diretoria. Há pouco, anunciou, por meio de Fato Relevante, a consumação da incorporação da Avon, além de um aumento de capital de R$ 10,3 bilhões.
As ações da Braskem (BRKM5) registraram a terceira maior alta do Ibovespa no pregão de hoje, com avanço de 4,44%, depois de passar quase o pregão inteiro no topo do ranking
A petroquímica controlada pela Odebrecht informou que as autoridades concordaram em desbloquear os recursos do seu caixa como forma de custear o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação dos 17 mil moradores de Maceió que foram afetados por um afundamento de bairros associado às atividades de exploração de sal-gema pela empresa na capital alagoana.
O montante bloqueado era de R$ 3,7 bilhões, por conta de ações judiciais movidas pelo Ministério Público Estadual, Defensoria Pública e Ministério Público Federal como forma de garantir a indenização dos moradores.
A Braskem irá transferir R$ 1,7 bilhão para uma conta bancária da própria companhia para o programa. A empresa terá, ainda, que manter um capital de giro mínimo no valor de R$ 100 milhões nesta conta, sujeito a auditoria externa.
Maiores quedas
Já as companhias aéreas tiveram as maiores quedas do dia, diante da alta do dólar e do petróleo. A Gol (GOLL4) caiu 3,42%, enquanto a Azul (AZUL4) recuava 3,47%.
A quarta maior queda ficou por conta das ações da B3 (B3SA3), que fecharam em baixa de 2,88%. Depois de subir quase 6% no pregão de ontem, as ações da bolsa veem uma realização de ganhos e também uma reação à queda no preço-alvo pelo Itaú BBA.
A corretora do banco Itaú reduziu o preço-alvo dos papéis da B3 de R$ 56 para R$ 52, mas ainda mantém a recomendação "outperform", equivalente à compra.
Veja abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa:
- Natura ON (NTCO3): +6,97%
- Cyrela ON (CYRE3): +5,43%
- Braskem PNA (BRKM5): +4,44%
- Klabin UNIT (KLBN11): 3,36%
- BR Malls ON (BRML3): +2,25%
Confira também as ações que tiveram pior desempenho no índice:
- Azul PN (AZUL4): -3,47%
- Gol PN (GOLL4): -3,42%
- Rumo ON (RAIL3): -2,92%
- B3 ON (B3SA3): -2,88%
- Fleury ON (FLRY3): -2,63%
*Com Estadão Conteúdo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros
Ibovespa dispara para novo recorde e tem o melhor desempenho desde agosto de 2024; dólar cai a R$ 5,3348
Petrobras, Itaú, Vale e a política monetária ditaram o ritmo dos negócios por aqui; lá fora, as bolsas subiram na volta do feriado nos EUA
Ações de Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) saltam no Ibovespa com megaoperação contra fraudes em combustíveis
Analistas avaliam que distribuidoras de combustíveis podem se beneficiar com o fim da informalidade no setor
Brasil dispara na frente: Morgan Stanley vê só dois emergentes com fôlego em 2026 — saiba qual outro país conquistou os analistas
Entenda por que esses dois emergentes se destacam na corrida global e onde estão as maiores oportunidades de investimentos globais em 2026
FII Pátria Log (HGLG11) abocanha cinco galpões, com inquilinos como O Boticário e Track & Field, e engorda receita mensal
Segundo o fundo, os ativos adquiridos contam com características que podem favorecer a valorização futura
Bolsa nas alturas: Ibovespa fecha acima dos 158 mil pontos em novo recorde; dólar cai a R$ 5,3346
As bolsas nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia também encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com ganhos; confira o que mexeu com os mercados
Hora de voltar para o Ibovespa? Estas ações estão ‘baratas’ e merecem sua atenção
No Touros e Ursos desta semana, a gestora da Fator Administração de Recursos, Isabel Lemos, apontou o caminho das pedras para quem quer dar uma chance para as empresas brasileiras listadas em bolsa
Vale (VALE3) patrocina alta do Ibovespa junto com expectativa de corte na Selic; dólar cai a R$ 5,3767
Os índices de Wall Street estenderam os ganhos da véspera, com os investidores atentos às declarações de dirigentes do Fed, em busca de pistas sobre a trajetória dos juros
Ibovespa avança e Nasdaq tem o melhor desempenho diário desde maio; saiba o que mexeu com a bolsa hoje
Entre as companhias listadas no Ibovespa, as ações cíclicas puxaram o tom positivo, em meio a forte queda da curva de juros brasileira
Maiores altas e maiores quedas do Ibovespa: mesmo com tombo de mais de 7% na sexta, CVC (CVCB3) teve um dos maiores ganhos da semana
Cogna liderou as maiores altas do índice, enquanto MBRF liderou as maiores quedas; veja o ranking completo e o balanço da bolsa na semana
