Ibovespa avança mais de 2% e recupera os 115 mil pontos; dólar sobe e renova as máximas
O Ibovespa tem ganhos expressivos nesta terça-feira, aproveitando o tom de maior otimismo em relação ao coronavírus — as ações da Vale e das siderúrgicas sobem forte e ajudam a dar força ao índice. O dólar, por outro lado, segue sob pressão

Após chegar às mínimas de 2020 na sessão anterior, o Ibovespa ensaia um movimento de recuperação nesta terça-feira (11). O principal índice da bolsa brasileira sobe mais de 2% hoje, pegando carona no tom de maior tranquilidade visto lá fora.
Por volta de 17h10, o Ibovespa avançava 2,16%, aos 115.006,21 pontos, perto das máximas do dia. No exterior, o clima é de tranquilidade generalizada: o S&P 500 (+0,20%) e o Nasdaq (+0,16%) sobem em bloco; na Europa e na Ásia, a sessão foi de ganhos.
O mercado doméstico de câmbio, contudo, continuou pressionado. O dólar à vista chegou a cair 0,55% mais cedo, a R$ 4,2984, mas fechou em alta de 0,10%, a R$ 4,3264, atingindo um novo recorde em termos nominais — é a terceira sessão consecutiva em que a moeda renova as máximas.
O otimismo renovado nas bolsas se deve a uma série de sinalizações que foram bem recebidas pelos investidores mundo afora. No front do coronavírus, autoridades chinesas afirmaram que a disseminação da doença tende a atingir um pico neste mês, mas que, a partir de março, a tendência é de queda nos contágios.
Nesse contexto, foi particularmente bem recebida uma indicação do governo de Pequim, pedindo às indústrias mais relevantes que retomem a produção — um sinal de que a China tenta evitar uma desaceleração mais intensa de sua economia por causa da doença.
Além disso, posicionamentos de duas das principais autoridades monetárias do mundo também contribuem para melhorar o humor dos mercados.
Leia Também
No velho continente, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que estímulos fiscais podem ser mais eficazes que a política monetária para ajudar a impulsionar a economia da região.
Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse estar atento aos desdobramentos do surto de coronavírus — a instituição, assim, irá monitorar eventuais riscos econômicos maiores em decorrência da doença para tomar suas decisões.
Esses fatores, em conjunto, servem para trazer alívio às preocupações dos investidores quanto aos possíveis impactos do coronavírus à economia global, já que as autoridades monetárias mostram-se dispostas a agir de maneira mais enfática para combater a desaceleração na atividade.
Agenda cheia
Por aqui, há diversos fatores influenciando o rumo das negociações, o que ajuda a justificar o ritmo mais intenso de ganhos do Ibovespa em relação às demais bolsas mundiais.
Mais cedo, o Banco Central (BC) divulgou a ata da última reunião do Copom — na ocasião, a autoridade cortou a Selic em 0,25 pontos, levando-a ao novo piso de 4,25% ao ano. O documento reforça a mensagem de que o ciclo de ajustes negativos chegou ao fim, revelando, ainda, que os dirigentes do BC também estão atentos ao surto de coronavírus.
Nesse cenário, as curvas de juros com vencimento em janeiro de 2021 — as que melhor refletem as apostas do mercado para a Selic ao fim deste ano — ajustam-se às sinalizações do BC, convergindo para os atuais 4,25%. Já os DIs mais longos caem, em linha com o clima mais ameno desta terça-feira.
Veja abaixo como estão as principais curvas de juros no momento:
- Janeiro/2021: de 4,26% para 4,23%;
- Janeiro/2023: de 5,52% para 5,42%;
- Janeiro/2025: de 6,15% para 6,07%;
- Janeiro/2027: de 6,48% para 6,42%.
Dólar pressionado
A nova valorização do dólar em relação ao real chamou a atenção porque, no exterior, a sessão foi marcada pelo enfraquecimento da moeda americana em relação às demais divisas de países emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno e o rand sul-africano.
Assim, o real foi na contramão de seus pares nesta terça-feira — apenas o peso argentino fez companhia à moeda brasileira, se desvalorizando em comparação com o dólar.
Analistas e operadores não encontraram uma razão para esse movimento, citando apenas os fatores estruturais que são vistos desde a semana passada: menor diferencial de juros em relação aos EUA, desconfiança do investidor estrangeiro e cautela quanto à recuperação da economia local.
Itaú e Vale em destaque
Dois papéis de grande peso na composição do Ibovespa operam em alta firme e ajudam a dar força ao índice: Itaú Unibanco PN (ITUB4), com ganho de 1,95%, e Vale ON (VALE3), com valorização de 3,61%.
O Itaú fechou o ano de 2019 com um lucro líquido recorrente de R$ 28,363 bilhões em 2019, alta de 10,2% em relação ao ano anterior, confirmando as expectativas do mercado. A rentabilidade do banco segue elevada: ficou em 23,7%, acima do Bradesco e do Santander Brasil.
No caso da Vale, apesar de a empresa ter reportado uma queda de 22,4% na produção de minério de ferro no quarto trimestre de 2019 na base anual, para 78,3 milhões de toneladas, o mercado vê com bons olhos o noticiário vindo da China.
Em meio à esperança de que o surto de coronavírus poderá entrar numa fase descendente em breve — e, consequentemente, ter um impacto limitado sobre a economia chinesa, grande importadora de minério de ferro e produtos siderúrgicos —, os investidores apostam nos papéis da Vale.
O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao — cotação que serve como referência para o mercado — fechou em alta de 4,89% nesta terça-feira, mostrando o otimismo dos investidores e dando força às ações de mineradoras e siderúrgicas no mundo.
Outras ações ligadas à China, como CSN ON (CSNA3), Gerdau PN (GGBR4) e Usiminas PNA (USIM5), também têm um dia positivo, subindo 5,43%, 4,82% e 6,46%, nesta ordem.
Top 5
Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa nesta terça-feira:
- B2W ON (BTOW3): +6,87%
- Usiminas PNA (USIM5): +6,46%
- Gol PN (GOLL4): +6,18%
- Cosan ON (CSAN3): +6,08%
- CSN ON (CSNA3): +5,43%
Confira também as maiores baixas do índice:
- Cielo ON (CIEL3): -0,55%
- Ambev ON (ABEV3): -0,48%
- Carrefour Brasil ON (CRFB3): -0,45%
- BRF ON (BRFS3): -0,19%
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira