Ibovespa ignora cautela em NY e se aproxima dos 100 mil pontos
O principal índice acionário da B3 ignorou o mau humor das bolsas americanas após o temor sobre a falta de estímulos, sustentou a alta com o cenário local e ficou mais perto dos 100 mil pontos

Enfim, o Ibovespa se descolou positivamente do mercado internacional nesta quarta-feira (14). O índice não deu bola para o mal-estar que se disseminou em Nova York. Quer dizer, para ser justo, chegou a ligar, mas só um pouquinho. No final, esteve mesmo "nem aí" para o que rolou por lá.
O principal índice acionário da B3 sustentou uma alta firme, de 0,84%, e terminou a sessão cotado aos 99.334,43 pontos. Na máxima, chegou a ter ganhos de 1,08%, aos 99.570,80 pontos, voltando a flertar com a marca psicológica dos 100 mil pontos.
Enquanto isso, a cautela tomou conta das bolsas americanas, que encerraram o dia com perdas firmes, refletindo as perspectivas negativas para os estímulos fiscais.
A bolsa brasileira foi basicamente impulsionada pelo cenário local, tendo repercutido o sinal doméstico mais positivo sobre o andamento das reformas, além da expectativa a respeito da temporada de balanços corporativos.
O índice até chegou a diminuir o movimento positivo após o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, dizer que há poucas chances de um pacote de estímulos antes das eleições. Mas durou pouco: ignorando a cautela, logo retomou o fôlego e exibiu sessão positiva.
Cenário doméstico favorável
Ontem, o presidente da Comissão Mista sobre a reforma tributária no Congresso, o senador Roberto Rocha, informou que tem a intenção de votar o relatório da proposta no colegiado até 10 de dezembro — mas sinalizou que pretende apreciar o texto antes, segundo a agência de notícias do Senado.
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A afirmação foi lida pelo mercado como um gesto de que a agenda de reformas vai ter sequência ainda em 2020, contribuindo para o apetite ao risco.
"O Ibovespa hoje está continuando a alta de ontem, com esse movimento a favor das reformas ajudando o ânimo", diz Henrique Esteter, analista de investimentos da Guide. "Com isso, a bolsa vai se reaproximando do patamar de 100 mil pontos, que perdeu após entrar em pauta a questão fiscal."
Segundo o analista da Warren, Igor Cavaca, a manifestação não consiste como posição muito forte por parte do Legislativo, mas há sem dúvida um clima de "melhora institucional" em relação aos projetos pró-mercado, que faz a bolsa reagir positivamente.
Para ele, alguns balanços positivos no exterior — como o do JP Morgan e do Goldman Sachs — também abrem caminho para os investidores esperarem resultados mais positivos por aqui. "O mercado está alterando as expectativas e o preço para os ativos", disse.
Outra informação positiva esteve no radar de investidores hoje. A economia do Brasil trouxe novo dado sobre o seu atual estado: o volume do setor de serviços subiu pelo terceiro mês seguido em agosto, acima da mediana das estimativas de analistas.
Top 5
Hoje, o grande destaque da bolsa foi a JBS. A holding controladora da empresa, a J&F, selou acordo com a Justiça dos EUA para encerrar processos judiciais a respeito de corrupção no país, aceitando o pagamento de uma multa multimilionária, como você confere nesta matéria do Ivan Ryngelblum.
Veja as maiores altas percentuais do Ibovespa:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO | VARIAÇÃO |
JBSS3 | JBS ON | R$ 21,48 | 9,20% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 38,38 | 8,02% |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 18,93 | 5,52% |
CCRO3 | CCR ON | R$ 13,24 | 4,42% |
BPAC11 | BTG Pactual units | R$ 74,61 | 3,99% |
Enquanto isso, a ação do Magazine Luiza, junto com outras varejistas, esteve entre as maiores baixas na sessão de hoje, a primeira em que passou a ser negociada após o desdobramento dos papéis.
"Nossa interpretação é que o mercado estava aguardando esse movimento de entrada de liquidez, com redução dos preços, para realizar uma parte dos lucros com queda dos preços menor que a esperada", diz Cavaca sobre o papel do Magalu, após citar forte alta de 18% do papel nos últimos três dias.
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇOS | VARIAÇÃO |
HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 17,62 | -2,22% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 27,25 | -1,98% |
LREN3 | Lojas Renner ON | R$ 39,15 | -1,78% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 25,59 | -1,58% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 48,19 | -1,55% |
Mal-estar em Nova York
Os mercados internacionais operaram hoje de olho no avanço da segunda onda de coronavírus na Europa e as negociações entre republicanos e democratas em torno de um novo pacote de estímulos fiscais nos EUA (paralisadas a 20 dias das eleições).
Até que, às 12h45, quando as bolsas de Nova York operavam perto da estabilidade, a cautela se espalhou pelos ativos de risco e os índices americanos viraram para queda
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse hoje em evento virtual que é difícil um pacote de estímulos fiscais ser aprovado até antes das eleições, uma vez que oposição e governo estão longe de um acerto.
A declaração pesou sobre as decisões de alocações de investidores, que passaram a comprar dólar e vender ações. A cautela vem do fato de a economia americana até aqui apresentar uma reação econômica menor do que a esperada, e há alertas de que a falta de mais suporte adiará a recuperação econômica do país.
Enquanto isso, o presidente Donald Trump afirmou que está trabalhando por mais estímulos fiscais, mas acusa os democratas de quererem o pacote para Estados governados por eles.
No fim do dia, o Dow Jones caiu 0,58%, o S&P 500, 0,66% e o Nasdaq, 0,80%.
Ainda falando de Wall Street, os investidores por lá continuam de olho nos balanços corporativos dos bancões do país.
Nesta manhã, foram divulgados os números do Goldman Sachs, que surpreenderam as estimativas de analistas tanto em lucro, que praticamente dobrou em um ano para US$ 3,6 bilhões, quanto em receita, que registrou US$ 10,8 bilhões.
Com isso, as ações do banco fecharam o dia com ganho de 0,20%.
Já os números de Wells Fargo e Bank of America trouxeram quedas nos lucros. As ações das instituições por sua vez reagiram com tombos de 6,02% e 5,33%, respectivamente.
Após o fechamento das bolsas americanas, estão previstos os balanços de United Airlines e Alcoa.
Dólar sobe, juros caem
O dólar à vista virou após a fala de Mnuchin e terminou o dia em alta de 0,36%, para R$ 5,5986. Na máxima, subiu 0,48%, aos R$ 5,6051.
Pela manhã, a divisa sofria um movimento de leve depreciação, indicado pela baixa do Dollar Index, índice que compara o dólar a uma cesta de moedas incluindo o euro, a libra e o iene.
Os juros futuros, por sua vez, operaram em baixa tanto na parte curta da curva quanto na longa no decorrer de todo o dia, continuando o ritmo de alívio visto ontem, embora tenham reduzido a intensidade do movimento de queda após a piora no apetite ao risco com a cautela lá fora.
O movimento refletiu a ação coordenada entre o Banco Central e o Tesouro Nacional para encurtar os vencimentos dos títulos públicos ofertados.
Trata-se de um paliativo, mas que tem surtido efeito inclusive no mercado de LFTs (Tesouro Selic), que vinha disfuncional devido à queda de demanda dos investidores por esses títulos, levando à redução nos seus preços. Confira o desempenho dos principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,98% para 1,97%
- Janeiro/2022: de 3,23% para 3,18%
- Janeiro/2023: de 4,59% para 4,55%
- Janeiro/2025: de 6,42% para 6,41%.
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