De olho em Trump x Biden, Ibovespa sobe em linha com exterior após feriado; juros disparam após ata do Copom
Índice marca alta de 2,16%, se ajustando a dois dias seguidos de alta no exterior — na segunda-feira (2), os mercados locais permaneceram fechados pelo feriado de Finados. Siderúrgicas brilham com reajuste do preço do aço e pesos-pesados também sobem forte. Dólar avança

O Ibovespa operou em linha com os ganhos nos mercados internacionais na primeira sessão do mês de novembro, nesta segunda-feira (03) — mesmo dia da eleição presidencial americana.
O principal índice acionário da B3 fechou em alta de 2,16%, sendo cotado aos 95.979,71 pontos, em linha com a alta nas bolsas dos Estados Unidos. O índice também teve uma injeção de fôlego por um ajuste positivo à sessão em que permaneceu fechado no feriado de Finados, quando no exterior as bolsas também subiram.
O pano de fundo das últimas duas sessões foi uma correção, em parte, nos preços das ações em relação ao que se viu na última semana, quando índices acionários globais foram derrubados pelo avanço da covid-19 em Europa e Estados Unidos e novos lockdowns foram anunciados no continente europeu.
O Ibovespa fechou a sexta (30) com um recuo de 2,72%, aos 93.952,40 pontos. No mês de outubro, o índice recuou 0,7% — revertendo todo o ganho que tinha na última semana do mês.
"Há uma recuperação parcial dos preços em relação à semana passada, um ajuste ao que caiu", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor. "Hoje, fomos levados pelo exterior."
"Vejo um reflexo de dois dias positivos no mercado externo, com indicadores positivos da atividade econômica mundial", diz Igor Cavaca, analista da Warren. "De certa forma, o mercado brasileiro está se ajustando a esse movimento."
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Os destaques corporativos de hoje foram altas de pesos-pesados. As ações do Itaú e da Petrobras reagiram respectivamente à perspectiva de balanço trimestral e à alta do petróleo no mercado internacional, marcando ganhos expressivos. Outras gigantes, os papéis da fabricante de bebidas Ambev e da mineradora Vale também avançaram.
Outros ganhos importantes para o índice foram as siderúrgicas, em meio à possível troca na presidência americana de Donald Trump por Joe Biden.
Top 5
As ações de siderúrgicas estiveram entre as principais alta do Ibovespa hoje, refletindo o reajuste do preço do aço.
Segundo o jornal Valor Econômico, os aumentos nos preços devem girar em torno de 4,5% a 10%. Este será o terceiro mês consecutivo de reajuste nos preços, sendo que a Usiminas e a CSN implementaram os reajustes a partir de hoje, diz reportagem.
A postura protecionista do republicano Donald Trump, se der lugar a uma orientação mais aberta ao mercado estrangeiro do democrata Joe Biden, também contribui com o clima favorável para essas empresas. Trump já anunciou tarifas sobre o aço brasileiro que eventualmente foram revogadas, sem entrar em vigor, mas neste ano anunciou taxas sobre o alumínio proveniente do país.
"Com a entrada do Biden, é esperado políticas menos protecionistas, o que tende a impactar o mercado exportador de commodities, principalmente as siderúrgicas", diz Cavaca.
Os papéis da BB Seguridade, que apresentou um balanço melhor do que o esperado pelo mercado, também estiveram entre os destaques da sessão. Veja as maiores altas percentuais no Ibovespa hoje abaixo:
Os papéis da gigante Ambev também subiram forte, terminando a sessão entre os maiores ganhos. Papéis de bancos foram outro destaque: Bradesco PN (BBDC4) e Itaú PN (ITUB4) dispararam 3,4% e 2,4%, respectivamente. O Itaú publica o seu balanço relativo ao terceiro trimestre após o fechamento dos mercados.
As ações Banco do Brasil ON (BBAS3) avançaram 1% — lembrando que o banco é controlador da BB Seguridade.
Os papéis da Petrobras, Vale e Ambev também subiram bem. Petrobras ON (PETR3) e Petrobras PN (PETR4) ganharam 3,75% e 3,95%, respectivamente, enquanto Ambev ON (ABEV3) subiu 4,93%, e Vale ON (VALE3), 4,6%.
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CSNA3 | CSN ON | 22,39 | 9,01% |
GGBR4 | Gerdau PN | 23,18 | 6,28% |
USIM5 | Usiminas PNA | 11,58 | 6,24% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | 10,40 | 6,12% |
SUZB3 | Suzano ON | 52,68 | 5,25% |
Confira também as maiores quedas percentuais:
CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
CVCB3 | CVC ON | 11,88 | -3,26% |
BRML3 | BR Malls ON | 7,92 | -2,94% |
SULA11 | SulAmérica units | 38,99 | -2,50% |
RADL3 | Raia Drogasil ON | 23,50 | -2,33% |
COGN3 | Cogna ON | 4,20 | -2,10% |
Bolsas americanas e europeias para cima
Com o tom mais leve visto hoje nos mercados, os principais índices acionários europeus fecharam no azul. O DAX, em Frankfurt, subiu 2,55%; o CAC-40, em Paris, 2,44%; e o FTSE 100, em Londres, 2,33%.
Os índices acionários à vista em Wall Street apresentaram alta forte de mais de 1,8%, no mínimo, na sessão desta terça. O S&P 500 subiu 1,8%; o Dow Jones, 2,1%; e o Nasdaq, 1,85%.
O grande evento do dia é a eleição presidencial americana. As pesquisas apontam para uma vitória democrata, mas, ao contrário do que acontece no Brasil, o resultado deve levar algum tempo ainda para ser processado.
Isto se deve ao fato de que 64,5 milhões de votos foram feitos por correio, o que deve fazer com que o pleito tenha a maior participação de eleitores em mais de 100 anos.
Também há incerteza acerca do que ocorrerá conforme a apuração progredir. Caso o presidente Donald Trump cumpra a promessa de contestar o resultado, a instabilidade pode penalizar os ativos de risco dos mercados financeiros.
Com a eleição em primeiro plano, os investidores estrangeiros também repercutiram dados positivos das indústrias chinesa e americana.
Ontem, o índice de atividade industrial dos EUA subiu de 55,4 em setembro para 59,3 em outubro. O índice de gerentes de compras (PMI) industrial chinês subiu de 53 em setembro para 53,6 em outubro.
Dólar sobe e juros disparam
Em um contexto de busca ao risco, o dólar, ativo para o qual os investidores apelam quando querem se proteger, apresentou queda no início do pregão — na mínima, a moeda chegou a cair 1,53%, para R$ 5,65.
No entanto, fechou o dia em alta de 0,4%, cotado a R$ 5,7622, manifestando que os investidores tem muitas incertezas com a política fiscal do país, para além da futura orientação da política econômica americana.
"É dia de eleição e traz volatilidade, mas as incertezas sobre o orçamento do ano que vem, a situação fiscal e a Selic baixa ajudaram o dólar a se manter em alta", diz Gabriela Hoffmann, economista da Messem Investimentos.
"Hoje é um dia do mercado parar para observar", diz Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio, referindo-se à volatilidade do dólar em um dia de eleição americana. Ele também menciona que a relutância do Banco Central em reconhecer a existência de inflação enfraquece a moeda brasileira.
No exterior, o dólar caiu frente a moedas como euro, libra e iene, segundo aponta do Dollar Index (DXY), o que indica que o desconforto fiscal com o país é que faz o real se depreciar uma vez mais.
Os juros, por sua vez, fecharam em alta, refletindo a postura do Copom (Comitê de Política Monetária) em ata.
No texto do documento, o comitê avaliou que mudanças na situação fiscal forçariam uma nova orientação do comitê sobre o futuro, independentemente do regime fiscal — leia-se "teto de gastos públicos" — continuar o mesmo.
"O Comitê refletiu que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação, mesmo que o teto dos gastos ainda esteja nominalmente mantido", diz trecho do parágrafo.
"O BC está dizendo que a questão fiscal vai além do teto, o que não lembro de ter visto sendo colocado assim", diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. "O problema fiscal é parte de uma dinâmica fiscal, e, com isso, o mercado reage com a possibilidade de uma alta de juros no futuro."
"O mercado quer ver um BC mais atuante, porque ele está atrás da curva", diz Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos. "O BC já poderia estar fazendo um discurso mais enfático, começando a falar em alta de juros e o que tem na verdade é um forward guidance de juro parado até ano que vem."
O mercado de juros, refletindo a ata, teve uma sessão de estresse, antecipando que a pontuação do Copom possa indicar uma alta de juros no futuro em meio à deterioração fiscal. Confira as taxas para os principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,96% para 1,955%
- Janeiro/2022: de 3,44% para 3,53%
- Janeiro/2023: de 5,01% para 5,19%
- Janeiro/2025: de 6,74% para 6,92%
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