Se você está atento aos números da economia brasileira, já sabe: os dados mais recentes do PIB e do setor de consumo indicam um aquecimento na atividade doméstica — o que favorece as ações de empresas expostas ao mercado local, como as varejistas. E, dentro desse grupo, o Credit Suisse está mais otimista em relação aos papéis da B2W e das Lojas Americanas.
Em relatórios assinados pelos analistas Victor Saragiotto e Pedro Pinto, a instituição elevou as recomendações e preços-alvo para os ativos das duas empresas, citando as perspectivas mais animadoras para os próximos anos. Veja abaixo qual a nova visão do Credit Suisse para as varejistas:
B2W ON (BTOW3)
- Recomendação: elevada de 'underperform' (abaixo da média do mercado) para 'neutra'
- Preço-alvo em 12 meses: de R$ 37,00 para R$ 70,00
- Cotação em 11 de dezembro: R$ 60,90
- Potencial de alta: +15%
Lojas Americanas PN (LAME4)
- Recomendação: elevada de 'neutra' para 'outperform' (acima da média do mercado)
- Preço-alvo em 12 meses: de R$ 21,92 para R$ 30,00
- Cotação em 11 de dezembro: R$ 24,70
- Potencial de alta: +21,5%
20 anos em três
O racional por trás da análise do Credit Suisse tem como ponto de partida a B2W. A instituição afirma que, no primeiro semestre deste ano, a receita líquida da varejista foi decepcionante, mas que, a partir de julho, os ventos começaram a mudar.
"A capitalização recente, aliada à importância cada vez maior do marketplace, devem dar suporte não só a um crescimento atrativo nas receitas nos próximos trimestres, mas também a uma expansão da margem Ebitda e do fluxo de geração de caixa", escrevem os analistas.
A equipe do Credit Suisse destaca que, desde 1999, o GMV (um indicador da receita gerada no comércio digital) da B2W chegou a R$ 19 bilhões. No entanto, com a perspectiva de aceleração nas atividades da empresa, o banco projeta que esse valor irá mais que dobrar até 2022 — crescendo 20 anos em três.
Trajetória de expansão
As Lojas Americanas têm uma carta diferente na manga: para os analistas do Credit Suisse, o desempenho das operações físicas da empresa parecem não estar totalmente precificadas pelo mercado — o que, somado à perspectiva animadora para a B2W, aumenta a atratividade para as ações da companhia.
"A expertise das Lojas Americanas em operar unidades físicas com alto crescimento é inegável", escrevem Saragiotto e Pinto. "Apesar de os resultados da companhia ficarem aquém das expectativas do mercado nos últimos anos, estamos otimistas quanto à evolução gradual nas operações físicas".
O modelo do Credit Suisse para as Lojas Americanas prevê uma aceleração nas vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), com base nas iniciativas para expansão da base de clientes e na criação de uma rede logística mais eficiente, com novos centros de distribuição — fator que também tende a ajudar as operações online.
Ações em alta
A visão mais otimista do Credit Suisse, aliada ao clima de tranquilidade visto na bolsa como um todo, deu impulso às ações das duas empresas. Lojas Americanas PN (LAME4) fechou em alta de 6,03%, a R$ 26,19, enquanto B2W ON (BTOW3) avançou 5,23%, a R$ 64,61.
O Ibovespa terminou o dia com ganhos de 1,11%, aos 112.199,74 pontos — confira aqui a cobertura completa dos mercados nesta quinta-feira (12).