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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Pesquisa

Para 59% da população reforma da Previdência é necessária, mas conhecimento da proposta atual ainda é baixo

CNI Ibope mostra que 72% dos brasileiros concordam com o estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria, mas ninguém quer trabalhar muito além dos 60 anos, mesmo que viva cada vez mais

Eduardo Campos
Eduardo Campos
8 de maio de 2019
11:26 - atualizado às 16:42
Previdência Social,Reforma da Previdência

Tanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, vinham falando que a percepção da população com relação ao tema reforma da Previdência vinha amadurecendo em comparação com o governo Michel Temer e mais uma pesquisa reforça essa avaliação.

Sondagem feito pelo Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que a reforma do sistema previdenciário é considerada necessária para 59% da população. Desse total 31% concordam totalmente com a sua necessidade e 28% concordam em parte.

Pesquisa feita pelo Datafolha e divulgada em abril, mostrava que a reforma era rejeitada por 51% da população, 41% eram favoráveis.

Os dados apresentados agora pela manhã devem ajudar a engrossar o debate na Comissão Especial da reforma que se reúne hoje à tarde e recebe o ministro Paulo Guedes.

O apoio cresce de acordo com a renda e a escolaridade do entrevistado. No grupo com renda familiar de até um salário mínimo, 51% acreditam que a reforma é necessária. Esse percentual sobe para 73%, no grupo com renda familiar superior a cinco salários mínimos.

Entre aqueles que completaram até a 4ª série do ensino fundamental, 52% entendem ser necessária uma reforma. Já entre as pessoas com ensino superior completo, 68% concordam.

Entre os entrevistados que já são aposentados, 65% concordam com a necessidade de reforma da previdência, enquanto 27% discordam.

Entre os não aposentados, o percentual de concordância com a reforma é de 58% e de discordância igual a 37%.

Idade mínima

A pesquisa nos mostra que 72% dos brasileiros concordam com o estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria. A proposta atual institui 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens.

Embora a maioria da população defenda a adoção de uma idade mínima, ainda há grande concentração de pessoas, 80%, que entendem que a aposentadoria deve ocorrer até os 60 anos.

Mas vale destacar o aumento do percentual da população que acredita que a aposentadoria deve ocorrer com 61 anos ou mais.

Em pesquisa feita pela CNI em 2007, 8% afirmaram que as pessoas deveriam se aposentar com 61 anos ou mais. Esse percentual aumentou para 19% em 2019.

Parece haver um entendimento de que como as pessoas vivem mais faz sentido ter uma idade mínima. No entanto, quando interrogados se as pessoas deveriam se aposentar cada vez mais tarde, já que estão vivendo até idades cada vez mais avançadas, a maioria dos entrevistados se mostrou contrária.

Agora em 2019, 73% dos entrevistados discordaram da afirmação. Em 2015, esse percentual representou 75% da população, ou seja, não apresentou variação significativa, ficou dentro da margem de erro.

Desconhecimento

O nível de conhecimento da atual proposta do governo Jair Bolsonaro ainda é baixo. Apenas 36% dos brasileiros afirmam conhecer o conteúdo da proposta e entre eles, 51% afirmam ser contrários à proposta e 39% afirmam ser favoráveis. Tal resultado sugere que o governo tem de intensificar as ações de propaganda com relação à reforma.

Outro dado que chama atenção é que 79% dos brasileiros sabem que há regras de aposentadoria diferentes para alguns grupos de pessoas e a maioria entende que devem ser mantidas regras previdenciárias diferentes para trabalhadores rurais (62%), mulheres (62%), professores (61%), policiais civis (56%) e militares e Forças Armadas (56%). Isso ocorre mesmo com 57% da amostra dizendo que  não é justo que alguns grupos se aposentem com regras diferentes.

Aqui parece haver um desconhecimento sobre quem paga essa conta. Se alguém se aposenta antes de você ou ganhando mais, certamente é você quem paga. O mais interessante é que 68% concordam que quando alguns grupos se aposentam com regras diferentes, o restante da população é prejudicado.

Por outro lado, a população entende que os políticos (74%) e os servidores públicos (57%) devem estar sujeitos às mesmas regras que os demais trabalhadores. Esses dois pontos são abordados na proposta atual e poderiam ser melhor explorados pelo governo.

Como pagar a conta?

Ainda sobre quem arca com as aposentadorias, quando perguntados se estariam dispostos a pagar mais impostos para manter as regras previdenciárias atuais, 83% dos brasileiros dizem que não estão dispostos a pagar mais impostos.

Quando questionada sobre como resolver o problema da falta de dinheiro da Previdência, 59% da população entende que as regras para aposentadorias e pensões deveriam ser alteradas.

Para 33% dos brasileiros, as regras deveriam mudar apenas para quem ainda não contribui, enquanto 26% dos brasileiros entendem que as regras para aposentadorias e pensões deveriam mudar para quem já contribui para a
previdência, mas ainda não se aposentou.

Para 21% dos entrevistados, o sistema deveria ser mantido do jeito que é hoje, sendo que o dinheiro necessário para compensar a falta de dinheiro da Previdência deveria ser obtido por meio do aumento de impostos.

Quando confrontados com a possibilidade de o governo não conseguir aumentar impostos e precisar reduzir gastos, apenas 9% dos brasileiros apontam aposentadorias e pensões como objeto de corte de despesas.

Para 76% dos brasileiros, as reduções deveriam ser realizadas em áreas que não aposentadorias e pensões. Já 14% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.

Onde cortar então? Aqui, novamente, a resposta chama atenção. As prioridades em redução de gastos deveriam ser investimentos em infraestrutura, citados por 32% dos entrevistados, e programas sociais, citados por 30% dos entrevistados. Ainda houve uma parcela de 24% dos respondentes que apontaram que o foco do corte de despesas deveria ser em “outras áreas”. O brasileiro concorda em dar assistência ao idoso pobre, mas se tiver faltando para o dele, que cortem dos demais necessitados, ou que piorem ainda mais os serviços de água, luz, transportes e energia.

Pensão e assistência

A maioria dos brasileiros, 60%, defende que o valor da pensão das(os) viúvas(os) cresça conforme aumente o número de filhos menores de idade.

Além disso, nos casos em que há acúmulo de aposentadoria e pensão, 65% dos entrevistados acredita que o valor recebido deve ser menor para quem tem renda familiar mais elevada e maior para quem tem renda familiar mais baixa. Dois pontos também contemplados pela reforma.

No que diz respeito aos mecanismos de assistência, a grande maioria dos brasileiros, 77%, acredita que é dever da sociedade garantir um salário mínimo a todos os idosos de baixa renda, inclusive aqueles que nunca contribuíram para a Previdência. Aqui transparece a natural confusão entre medidas de assistência e de Previdência.

A população se mostra dividida quando questionada se a garantia de um salário mínimo a todos os idosos de baixa renda, inclusive para aqueles que nunca contribuíram, incentiva as pessoas a não contribuírem para a Previdência.

Pouco menos da metade das pessoas, 46%, concorda, totalmente ou parcialmente, com a afirmação, enquanto quase metade da população, 49%, discorda. Esses valores não apresentaram variação significativa na comparação com 2015, quando corresponderam a 43% e 49%, respectivamente.

A pesquisa desta edição foi a campo nos dias 12 a 15 de abril de 2019 e entrevistou 2.000 eleitores com 16 anos ou mais, em 126 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para cima e para baixo, com 95% de confiança.

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