Ao menos 93 municípios brasileiros em 25 Estados e no Distrito Federal registraram manifestações a favor das pautas do governo Jair Bolsonaro neste domingo. Os dados são de por volta das 18h30.
Em São Paulo, a manifestação ocorreu na Avenida Paulista e os participantes se distribuíram por sete quarteirões, segundo informações da Globonews. Ainda de acordo com a emissora, a Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
Na ausência do Vem Pra Rua e do Movimento Brasil Livre (MBL), os dois maiores grupos do movimento pró-impeachment de Dilma Rousseff, o Nas Ruas foi quem mais reuniu manifestantes em torno de seu caminhão na Avenida Paulista.
O grupo fundado pela hoje deputada Carla Zambelli (PSL-SP) também foi o ponto de encontro dos políticos presentes, a maioria do PSL. Ao todo sete caminhões estavam estacionados em pontos da Avenida Paulista. Os discursos mais radicalizados foram feitos no caminhão do 'Brasil Conservador'.
Verde e amarelo dominou as ruas
O tom verde e amarelo foi dominante nas roupas das pessoas. Também lembrando os atos pró-impeachment da presidente cassada Dilma Roussef, muitos portavam a bandeira do Brasil.
Em sua maioria, eles apoiavam a reforma da Previdência, o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e criticavam a atuação do Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não quero pagar lagosta para ministro do STF", disse, em São Paulo, a vendedora Sandra Damélio, de 52 anos, numa referência ao edital de licitação do STF para a compra de alimentos e bebidas.
Na opinião do aposentado Afonso de Lima Lobo, de 64 anos, que também esteve na Avenida Paulista, "o Congresso está jogando contra a Nação". Ele se referia às discussões em torno da reforma da Previdência.
"O toma lá, da cá é o maior problema. Muitos se elegem para tirar proveito próprio", protestava o aposentado Paulo Handa, de 65 anos, vestindo camisa da seleção brasileira.
Em Belo Horizonte, o analista de importação Natalino Nunes, de 48 anos, disse que o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro "é a saída para a criminalidade no País". "A gente está nas mãos dos bandidos."
Também na capital mineira, o bombeiro Marcelo Ferreira, de 43 anos, foi à manifestação em apoio à reforma da Previdência. "Se eu quiser, posso me aposentar no ano que vem, mas, se continuar assim, quem vai pagar a conta?", questionou.
Em Belém, o piloto de avião Luiz Cláudio Nunes, de 51 anos, foi à manifestação ao lado da mãe, Vanize Nunes, de 72 anos, também em apoio à reforma da Previdência. "Tem que fazer a reforma para o Brasil atrair investimentos estrangeiros e voltar a gerar empregos", defendeu. A aposentada Suely Lis, de 61 anos, também participou da manifestação na capital paraense, em apoio a Bolsonaro. "Vamos ajudar esse homem que deu a cara a tapa", disse.
Em Salvador, Ivonete Lins, de 70 anos, foi às ruas com uma máscara do ministro Sérgio Moro e uma camiseta com a estampa do presidente Jair Bolsonaro. Ela defendia "um Brasil melhor e sem corrupção" para os seus netos.
O casal Denise e Celso Borges foi de Gravataí até Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Embora apoie o governo, Denise disse que é contra alguns itens da reforma da Previdência, como a elevação da idade mínima para a aposentadoria do trabalhador rural.
*Com Estadão Conteúdo