🔴 É HOJE: COPOM DECIDE PATAMAR DA SELIC; SAIBA ONDE INVESTIR DEPOIS DO RESULTADO – INSCREVA-SE

Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
A política como ela é

Congresso aprova com unanimidade crédito de R$ 248,9 bilhões para o governo

Projeto que trata da regra de ouro foi aprovado por 450 deputados e 61 senadores. Recursos serão utilizados para pagamento de INSS, Bolsa Família e outras despesas. Caso Moro dominou sessão de votação

Eduardo Campos
Eduardo Campos
11 de junho de 2019
14:53 - atualizado às 20:17
regra de ouro
Congresso Nacional vota PLN4 que trata da regra de ouro e crédito extraordinário - Imagem: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Depois de um adiamento e idas e vindas ao Palácio do Planalto, governo e oposição costuraram um acordo no Congresso Nacional para aprovação do crédito extraordinário de R$ 248,9 bilhões necessário ao pagamento de despesas com Previdência, Bolsa Família e Plano Safra.

O PLN4 foi aprovado na Comissão Mista de Orçamento no começo da tarde em votação simbólica. Depois foi para apreciação no Congresso Nacional, onde teve 450 votos de deputados e 61 votos de senadores, unanimidade dos presentes.

A não aprovação do projeto poderia levar a uma paralisação do governo, que não teria autorização para emitir dívida para pagar despesas correntes. No limite, se o governo descumpre a regra de ouro abre espaço para um processo de impeachment por crime de responsabilidade.

O desfecho dessa votação em meio a um ambiente político conflagrado pelas questões envolvendo o ministro da Justiça, Sergio Moro, ilustra que não tem nova ou velha política, mas apenas política.

A negociação, a barganha e a troca é que acabaram promovendo o alinhando de incentivos e interesses. Aliás, os vetos presidências que antecederam a votação do PLN4, também saíram dentro do acordado.

Embora o PLN4 tenha tido bom numero de menções nas redes desde ontem, nenhum deputado ou senador falou no assunto, ao contrário do que vimos nas votações das medidas sobre reorganização administrativa (MP 870) e fraudes no INSS (MP 871).

O tema em questão também favorece o acordo, já que a falta de recursos para benefícios sociais não cairia na conta do governo Bolsonaro, mas sim dos deputados e senadores.

A oposição (PT, PDT, Psol e PC do B) usou toda a oportunidade da sessão do Congresso para comentar o caso, pedindo afastamento de Moro e de membros do Ministério Público. Os líderes também pediram assinaturas para fazer uma CPI.

Do outro lado, partidos do centro e do PSL defenderam o ex-juiz, chamando os opositores de “defensores de bandidos” e exaltaram os feitos da Operação Lava Jato.

Durante a sessão, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, anunciou que Moro comparecerá à Comissão de Constituição e Justiça do Senado no dia 19.

O acordo

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann detalhou o acordo, pelo qual foi bastante elogiada pelos deputados e senadores do centro, oposição e situação.

O governo se comprometeu a liberar R$ 1 bilhão para o Minha Casa, Minha Vida, R$ 550 milhões para as obras de transposição do São Francisco, ao menos R$ 1 bilhão para o custeio da Educação, mas o acordo é para que não falte dinheiro para despesas correntes, e outros R$ 330 milhões para bolsas de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia. Também foi acertado um crédito de R$ 80 milhões para o programa de agricultura familiar.

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) apresentou voto em separado na CMO, limitando o valor a ser liberado ao governo a R$ 146,7 bilhões. Ele elogiou o trabalho de Joice na costura do acordo, mas disse que votaria contra o relatório de deputado Hildo Rocha (MDB-BA), pois ele continua representando um “cheque em branco” para o governo Bolsonaro. Algo repetido por ele no Congresso.

Tanto na CMO como no Congresso, o PT orientou voto no substitutivo do senador Angelo. Os deputados do PSOL, PC do B, PDT e PSB votaram com o governo. O Novo destacou o voto sim, antes mesmo do acordo.

Na sessão do Congresso, seriam necessários 257 votos de deputados e outros 41 dos senadores, metade de cada uma das Casas (maioria absoluta).

Rega de ouro

De forma resumida, a regra de ouro tem esse nome, pois não permite que o governo se endivide para pagar despesas correntes. Fazer dívida que será paga por gerações futuras só é aceitável no caso de investimentos.

O princípio é louvável, mas escapa à penúria fiscal que o país tem vivido nos últimos ano. Um bom resumo do que se passa foi dado pelo ministro Paulo Guedes, quando ele esteve na CMO, para tratar do tema.

Segundo o ministro, o governo vai se endividar para pagar R$ 200 bilhões do INSS, R$ 30 bilhões do BPC, R$ 6 bilhões de Bolsa Família e outros R$ 10 bilhões de Plano Safra.

Apesar dos discursos políticos de parte da oposição, de que dobrou o governo, e de parte do governo, falando que foi habilidoso, os deputados e senadores sabem (quase todos), mas não confessam que esse dinheiro decorre de gastos obrigatórios que foram aprovados em outros anos pelas duas Casas.

A necessidade de crédito suplementar pode ser vista como um “espelho” dos déficits primários que o país acumula nos últimos seis anos e reforça a necessidade de reformas que equalizem os gastos públicos. Nos últimos anos, outros subterfúgios orçamentários, como resultados de equalização cambial do Banco Central e devolução de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), serviram para fechar a conta.

Compartilhe

SEGREDOS DA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas estrangeiras iniciam semana no azul, mas ruídos políticos locais seguem causando interferência

18 de julho de 2022 - 6:32

Bolsas sobem lá fora com expectativa de bons resultados trimestrais; no Brasil, partidos se preparam para convenções

VITÓRIA PARA O GOVERNO

Câmara aprova ‘PEC Kamikaze’ em 2º turno após manobras de Lira e uma visita da Polícia Federal; veja os próximos passos da proposta

13 de julho de 2022 - 19:07

O deputado prometeu que quem faltasse na votação ganharia uma falta administrativa e lançou mão de outras manobras para garantir o quórum

LDO 2023

Caiu e passou: Congresso aprova Lei das Diretrizes Orçamentárias sem emendas impositivas de relator; texto vai à sanção presidencial

12 de julho de 2022 - 17:28

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retirou do texto a execução obrigatória das emendas de relator, identificadas como RP 9

ACERTO DE CONTAS

Com teto do ICMS em 17% sobre energia e combustíveis, Câmara propõe compensar arrecadação dos estados; entenda se será suficiente

25 de maio de 2022 - 7:21

A proposta acontece em meio a embates do governo federal contra os estados pela arrecadação do ICMS

Privatização à vista?

Novo ministro de Minas e Energia quer privatizar a Petrobras (PETR4), mas presidente do Senado afirma que as negociações não estão na mesa

12 de maio de 2022 - 14:06

Pacheco avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis

FOCO NO CENTRO

Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira

10 de maio de 2022 - 15:04

Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país

ATÉ 2023

Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás

3 de fevereiro de 2022 - 20:42

A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros

RAIO-X DO ORÇAMENTO

Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana

22 de janeiro de 2022 - 14:45

Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)

PEC DOS COMBUSTÍVEIS

Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise

22 de janeiro de 2022 - 10:58

Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos

DE OLHO NAS DÍVIDAS JUDICIAIS

Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento

20 de janeiro de 2022 - 7:03

Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar