Puxada por serviços e indústria, economia brasileira cresce 0,6% no terceiro trimestre
Resultado divulgado nesta terça-feira mostra um ensaio de recuperação do PIB; instituto também revisou para cima os resultados do seis primeiros meses do ano

A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) — a soma de todos os bens e serviços produzidos no país — foi de 0,6% no terceiro trimestre de 2019, na comparação com o segundo trimestre deste ano. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio um pouco acima do esperado, de 0,5%. Segundo o IBGE, em relação a igual período de 2018, o crescimento foi de 1,2%. No acumulado do ano até o mês de setembro, o PIB cresceu 1,0%, em relação a igual período de 2018.
O destaque para o período foi o setor de agropecuária, que cresceu 1,3% na comparação com o trimestre anterior. Mas o maior impacto no PIB vem de serviços, pelo maior peso, com avanço de 0,4%. A indústria, impulsionada pelo crescimento do setor extrativo, também teve grande participação, com avanço de 0,8%, segundo o IBGE.
Quando comparada com o mesmo período do ano passado, o avanço da agropecuária foi ainda maior: 2,1%. Levando em conta a mesma base de comparação, a indústria cresceu 1,0% e a construção 4,4%, em sua segunda alta após vinte trimestres consecutivos de queda.
O IBGE também revisou o resultado do PIB do segundo trimestre: alta 0,5%, ante leitura anterior de avanço de 0,4%. Já o resultado do primeiro trimestre foi revisado para 0%, em vez de queda de 0,1%.

Avanços do PIB em relação ao 2º trimestre
- Agropecuária: 1,3%
- Consumo das famílias: 0,8%
- Consumo do governo: -0,4%
- Construção civil: 1,3%
- Indústria: 0,8%
- Investimentos: 2%
- Serviços: 0,4%
- Exportação: -2,8%
- Importação: 2,9%
Perspectivas
Para 2019, o mercado financeiro espera um avanço de 0,99% da economia, segundo o Boletim Focus, do Banco Central. A publicação ainda prevê que o PIB cresça 2,22% no próximo ano e 2,50% em 2021 e 2022.
Leia Também
R$ 1,8 trilhão
O PIB no terceiro trimestre totalizou R$ 1,842 trilhão: R$ 1,582 trilhão referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 259,7 bilhões aos Impostos sobre produtos líquidos de subsídios, ainda segundo dados do IBGE.
A taxa de investimento no período foi de 16,3% do PIB, a mesma do mesmo período do ano anterior (16,3%). A taxa de poupança foi de 13,5% (ante 13,1% no mesmo período de 2018).
A coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, comenta que, na ótica da demanda, os investimentos vêm crescendo, puxados pela construção. O indicador para o setor havia caído 20 trimestres consecutivos e desde o trimestre anterior mostra recuperação.
"O consumo das famílias também cresce, enquanto as despesas do governo – incluindo pessoal e demais gastos, exceto investimentos -, caem em todas as esferas em função das restrições orçamentárias”, analisa.
Ela ressalta também que, na ótica da produção, o que mais cresceu foi a construção, a extrativa mineral — puxada pela extração de petróleo — e informação e comunicação — com avanço de internet e desenvolvimento de sistemas.
“Já entre as atividades que caíram, o destaque é a indústria de transformação, afetada pela queda nas exportações em função da menor demanda mundial e a crise da Argentina”, diz a especialista.
Onde investir 2025: Inflação a 10% e dólar a R$ 10? O que pode salvar a economia enquanto o mercado se prepara para o pior
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset, e Felipe Miranda, fundador e estrategista-chefe da Empiricus, revelam os riscos e oportunidades para o investidor neste ano
Tem certeza que nada presta? Ibovespa tenta recuperação em meio a dados fortes na China, prévia do PIB e inflação nos EUA
Além da agenda de indicadores, mercado já se prepara para o início da temporada de balanços nos Estados Unidos
Agenda econômica: prévia do PIB no Brasil e Livro Bege nos EUA são destaques da semana
Os investidores ainda acompanham a divulgação do PIB da China e dados de inflação no Reino Unido e EUA
A ‘dor de cabeça’ do governo Lula em 2025: Alckmin diz que o país cumprirá arcabouço fiscal com rigor, mas cita preocupação com juros
Apesar dos desafios monetários, o vice-presidente prevê o ano como promissor, com o crescimento do PIB puxado pelo agronegócio
Felipe Miranda: O que me anima para 2025
Se fosse para dar uma recomendação pragmática e direta para 2025, seria: mantenha uma sólida posição de caixa (pós-fixados), uma exposição razoável ao dólar, algum hedge em ouro e um pezinho nas criptomoedas
Guarde esta matéria: Primeira edição da Focus em 2025 projeta Selic em alta e dólar a R$ 6 — a boa notícia é que ela pode estar errada
A primeira Focus do ano é o melhor parâmetro para comparar as projeções dos economistas com o que de fato acontece na economia
Todos os vetos do presidente: veja os principais pontos barrados por Lula ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025
LDO sancionada por Lula confirma a meta de resultado primário de zero para 2025 e superávits a partir de 2026
Alemanha em crise: presidente dissolve parlamento e partidos se preparam para embate nas eleições antecipadas de 23 de fevereiro
Maior economia da Europa enfrenta cenário econômico desafiador e governo luta para recuperar controle após colapso de sua coalizão
Banco Mundial eleva projeção de crescimento da China para 2024 e 2025, mas deixa ‘luz amarela’ acesa para o país
O setor imobiliário e o baixo consumo das famílias deixam um cenário menos animador para o ano que vem, ainda que as projeções apontem para um crescimento de 4,5%
Contrário ao bitcoin (BTC), FMI fecha acordo bilionário com El Salvador para reduzir importância da criptomoeda — mas Bukele mantém aposta em ativos digitais
Acordo deve disponibilizar US$ 1,4 bilhão e abrir portas para mais US$ 3,5 bilhões em recursos ao país que vem sofrendo com dívidas, mas a estratégia do bitcoin não foi abandonada
Felipe Miranda: Carta ao Presidente
Presidente, há como arrumar o Brasil ainda no seu mandato e evitar uma grande crise. Mas talvez essa seja sua última chance. Se esperarmos bater no emprego e na inflação para, só então, agir, pode ser tarde demais
IPCA-15 e dados do Caged são destaques da agenda econômica do Natal
Apesar da paralisação dos mercados durante o Natal, a agenda econômica desta semana contará ainda com a publicação do PIB do Reino Unido e ata da reunião de política monetária do Japão
Um quarto sem janela: Ibovespa busca recuperação de banho de sangue de olho no PIB dos EUA e no RTI
Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo concedem entrevista coletiva conjunta depois da apresentação do Relatório Trimestral de Inflação
Dólar vai acima de R$ 7 ou de volta aos R$ 5,20 em 2025: as decisões do governo Lula que ditarão o futuro do câmbio no ano que vem, segundo o BTG
Na avaliação dos analistas, há duas trajetórias possíveis para o câmbio no ano que vem — e a direção dependerá quase que totalmente da postura do governo daqui para frente
Os juros vão subir ainda mais? Quando a âncora fiscal falha, a âncora monetária precisa ser acionada com mais força
Falta de avanços na agenda fiscal faz aumentar a chance de uma elevação ainda maior dos juros na última reunião do Copom em 2024
Um alerta para Galípolo: Focus traz inflação de 2025 acima do teto da meta pela primeira vez e eleva projeções para a Selic e o dólar até 2027
Se as projeções se confirmarem, um dos primeiros atos de Galípolo à frente do BC será a publicação de uma carta pública para explicar o estouro do teto da meta
Agenda econômica: IPCA, IBC-BR e decisão do Copom sobre os juros dominam a semana
A agenda da semana conta ainda com a decisão de política monetária na zona do euro, relatório mensal da Opep e CPI nos EUA
Um conto de Natal na bolsa: Ibovespa aguarda dados de produção industrial no Brasil e de emprego nos EUA antes de discurso de Powell
Bolsa busca manter recuperação apesar do dólar na casa dos R$ 6 e dos juros projetados a 15% depois do PIB forte do terceiro trimestre
4 pontos que ajudaram o PIB brasileiro a bombar (de novo) no terceiro trimestre, apesar da decepção com o agro
Crescimento do PIB do Brasil atingiu os 4% no terceiro trimestre de 2024, mas juros em alta tendem a provocar desaceleração em um futuro próximo
Não deu tempo? Focus fica imune à reação do mercado ao pacote fiscal e mantêm projeções para dólar e juros
Enquanto as projeções para a inflação e o PIB subiram, as estimativas para o dólar e os juros permaneceram estáveis