O primeiro mês do ano ficou para trás, mas não sem deixar um sorriso no rosto dos investidores da bolsa. O Ibovespa fechou janeiro como o melhor investimento de todos — pena que o queridinho bitcoin (BTC) tenha ficado na lanterna do campeonato.
Apesar do cenário doméstico incerto, com as eleições virando a esquina do panorama local, a bolsa brasileira tirou proveito da alta das commodities no início do ano para impulsionar o índice. Não só isso: investir no Brasil está barato, depois que o Ibovespa encerrou o ano próximo aos 104 mil pontos, uma queda de 11,93% em 2021.
No pregão da última segunda-feira (31), a bolsa brasileira encerrou em alta de 0,21%, aos 112.143 pontos. O dólar à vista, por sua vez, recuou 1,56%, a R$ 5,3059.
O primeiro pregão de fevereiro começa de olho na crise política. O presidente da República elevou o tom contra o STF mais uma vez, o que pode gerar reações dos representantes do judiciário.
O ano eleitoral, como foi dito, começa a dar as caras e a baixa popularidade de Jair Bolsonaro pode acarretar uma elevação de tom do presidente para agradar sua base de apoio.
Além disso, os investidores permanecem atentos ao respeito às contas públicas por parte do presidente. Com a volta dos trabalhos do Congresso, a PEC dos combustíveis volta ao centro dos debates.
No panorama externo, o Google dá início à temporada de balanços das grandes empresas de tecnologia, as chamadas big techs. Por fim, o relatório Jolts de empregos é o dado norte-americano mais esperado do dia.
Saiba o que esperar da bolsa hoje:
Entre poderes
O presidente da República, Jair Bolsonaro, protagonizou mais um capítulo da crise entre os poderes.
Após não comparecer à intimação do ministro do Supremo Tribunal Federal (SET), Alexandre de Moraes, na última sexta-feira (28), o presidente não participará da abertura dos trabalhos do judiciário.
Tradicionalmente, o chefe do Executivo está presente na cerimônia para representar a harmonia entre os poderes.
Contudo, a baixa popularidade do presidente faz com que Bolsonaro busque uma radicalização de suas falas e volte a desrespeitar as determinações do Supremo. No discurso de abertura do ano judiciário, o presidente da Corte, Luiz Fux, deve fazer um apelo pela tolerância política.
Na agenda local
Sem maiores indicadores para o dia, os investidores permanecem atentos à participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, em um evento do Credit Suisse.
Além disso, com a volta dos trabalhos no Congresso Nacional, voltam ao radar pautas como a PEC dos combustíveis, que deve propor uma renúncia fiscal para baixar o preço da gasolina.
Vale destacar que o ano eleitoral costuma gerar entraves na aprovação de projetos, em especial os mais polêmicos. Parlamentares buscam não entrar em foco para garantir a reeleição ou apoiar outros candidatos.
Balanços
Há uma grande expectativa dos investidores com os balanços das grandes empresas de tecnologia, as chamadas big techs, esta semana.
Está marcada para hoje a divulgação dos resultados do último trimestre da Alphabet, empresa por trás do Google. Na próxima quarta-feira (02), é a vez da Meta, antigo Facebook e, por fim, na quinta-feira (03), a Amazon.
Essa expectativa foi suficiente para impulsionar a bolsa de tecnologia dos Estados Unidos no último pregão. Por lá, o Nasdaq subiu mais de 3%, mas os demais índices de Wall Street também puderam tirar uma “casquinha” desse avanço: o S&P 500 e o Dow Jones surpreenderam com altas de 1,17% e 1,89%, respectivamente.
Para hoje
Os investidores aguardam uma série de indicadores econômicos de índice de gerente de compras (PMI, em inglês) dos Estados Unidos.
Esse indicador varia de zero a 100, sendo que acima dos 50 pontos a atividade sob análise está em expansão e, abaixo, em retração.
Hoje é a vez dos PMIs industriais dos EUA. Somado a isso, o relatório Jolts de empregos também dá a largada na sequência de dados sobre a situação do desemprego no país.
Ainda esta semana será divulgado o relatório ADP de empregos (quarta-feira) e, por último, o payroll dos Estados Unidos na sexta-feira (04).
Bolsas pelo mundo
O feriado do ano novo lunar reduziu a liquidez dos mercados na Ásia e Pacífico, mas as bolsas de Tóquio e Sydney conseguiram fechar em alta após os ganhos da sessão anterior em Nova York.
De maneira semelhante, as bolsas europeias avançam com grande apetite de risco pela manhã, seguindo o bom desempenho de Wall Street e de olho em dados locais.
Por fim, os futuros de Nova York recuam pela manhã, após encerrarem o pregão da última segunda-feira em alta.
Agenda do dia
- FGV: IPC-S de janeiro (8h)
- Ministério da Economia: Ministro da Economia, Paulo Guedes, palestra em evento do Credit Suisse (10h)
- Estados Unidos: PMI industrial final de janeiro, medido pelo IHS Markit (11h35)
- Estados Unidos: PMI industrial de janeiro, medido pelo ISM (12h)
- Estados Unidos: Relatório Jolts de emprego em dezembro (12h)
- Ministério da Economia: Balança comercial de janeiro (15h)
- Ministério da Economia: Secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, participa de evento do Credit Suisse (15h)
- Primeiro dia da reunião do Copom
Balanços do dia
Antes da abertura:
- UBS Group (Suíça)
- Exxon Mobil (Estados Unidos)
Após o fechamento:
- General Motors (Estados Unidos)
- Alphabet / Google (Estados Unidos)