O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o impacto fiscal da reforma Previdência que será apresentada pelo governo será de R$ 1 trilhão em 10 anos.
A informação foi dada por Onyx em entrevista à rádio "CBN" nesta terça-feira, 5. O ministro também declarou que o texto final será "muito diferente" da proposta apresentada pelo equipe econômica, que acabou vazando nessa segunda-feira, 4.
"É um impacto muito maior do que estava previsto, mas isso é obtido de uma forma muito mais tranquila, muito mais suave, no que diz respeito à transição. Não se retira direito de ninguém, ao contrário, há um olhar muito fraterno por conta do processo que está sendo construído", declarou.
Em Davos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia afirmado que a proposta poderia render uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 1,3 trilhão em uma década.
De acordo com o ministro, o texto relevado na véspera é uma das versões elaboradas e é um "ensaio", e não o "jogo final".
Ele relatou que conversará hoje com Guedes e com o secretário de Previdência, Rogério Marinho, sobre o texto. A palavra final da reforma que será enviada ao Congresso, enfatizou, será do presidente Jair Bolsonaro. Onyx destacou ainda que a ideia do governo é que, para os próximos 20 ou 30 anos, o País tenha "vida resolvida no aspecto previdenciário com absoluto equilíbrio fiscal".
Capitalização
O chefe da Casa Civil enfatizou que o governo quer estimular o modelo de capitalização na Previdência. A estratégia, declarou, é "consertar" o texto elaborado pelo ex-presidente Michel Temer.
"O governo anterior só consertava o barco e queria botar os nossos filhos e netos em um barco furado, isso não é justo com eles. Então nós nos preocupamos em criar um outro sistema, que é o sistema de capitalização, que ainda vai ser detalhado para toda sociedade brasileira, mas nesse sistema nossos filhos e netos estarão absolutamente seguros e com uma externalidade, que é o estímulo à capitalização."
Para o ministro, o País precisa elevar de 15,5% para 20% o índice de poupança interna sobre o PIB.
*Com Estadão Conteúdo