Escolha um tsunami para chamar de seu: Coaf, Moro no STF, Flávio Bolsonaro, delação do dono da Gol…
Presidente foi profético ao falar da possibilidade de um tsunami nesta semana. Estamos na terça-feira e a lista de potenciais catástrofes só aumenta
Na sexta-feira, em evento na Caixa Econômica Federal, o presidente Jair Bolsonaro falou em tom enigmático e genérico que: “talvez tenha um tsunami na semana que vem. Mas a gente vence esse obstáculo, com toda a certeza. Somos humanos, alguns erram, uns erros são perdoáveis, outros não. Assim é na nossa vida familiar também”.
Ainda estamos no começo da terça-feira e a lista de potenciais catástrofes políticas e econômicas só aumenta. Por ora, nada no front climático, mas melhor não duvidar também. Vou tentar fazer aqui uma breve e despretensiosa lista de tsunamis locais e externos.
Começando pelo tsunami que está sendo relacionado à fala do presidente, o sigilo bancário e fiscal de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, foi quebrado pela Justiça nas investigações envolvendo movimentações financeiras atípicas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Como Bolsonaro falou em “vida familiar”, alguns comentaristas políticos acreditam que Bolsonaro já saberia da quebra de sigilo, que foi decretada em 24 de abril, e tornada pública ontem. Não por acaso, Flávio já tinha quebrado o silêncio e falado do caso em entrevista ao “Estado de S.Paulo”.
O assunto esteve no briefing do porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, que foi perguntado se o tsunami seria o caso envolvendo o filho Flávio. Rêgo Barros, disse que Bolsonaro teria de ser vidente para falar que o tsunami seria esse envolvendo o filho senador. A fala foi “em tese”, comentando os desafios. Além disso, Rêgo Barros disse que esclarecimentos devem ser pedidos aos envolvidos.
Até então, o que se inferia e se comentava é que o possível tsunami se referia à votação da medida provisória 870, que trata da reorganização administrativa feita por Bolsonaro. O ponto de maior atrito estava na retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos de Sergio Moro.
Leia Também
No entanto, outro tsunami se formou no domingo, quando Bolsonaro disse que teria um acordo para oferecer a Sergio Moro a primeira vaga que se abrisse no Supremo Tribunal Federal (STF).
Diversas interpretações surgiram. O presidente estaria fritando seu mais popular ministro, pois antecipa um desgaste político que aconteceria apenas no fim de 2020 para agora, tendo em vista que Moro precisa convencer os congressistas, mais objetivamente os senadores, que fazem a sabatina e votação dos indicados ao STF.
Leitura alternativa, levando em conta não a política, mas sim a opinião pública, é que falando que Moro será indicado para o STF, Bolsonaro estaria dando mais estofo ao ministro que briga para manter o Coaf dentro do Ministério da Justiça.
Aos olhos da população, a saída do Coaf não seria uma derrota de Bolsonaro, mas sim mais um ataque do Congresso e do famigerado Centrão ao ministro que luta contra a corrupção. Já há até mobilização nas redes para uma marcha até Brasília no dia 26.
No fim, esse eventual tsunami, da votação da MP, parece ter sido adiado para a semana que vem, já que outras MPs devem ser votadas antes pelos parlamentares. O tsunami da indicação de Moro deve continuar em fase de acumulação. A ver...
Delação
Mal tínhamos digerido a quebra de sigilo e a negativa de Moro sobre eventual acordo por um cadeira no STF, começaram a sair as notícias sobre a delação premiada de Henrique Constantino, dono da empresa aérea Gol.
Réu em processo que investiga desvio de recursos na Caixa, Constantino citou pagamentos e outras atividades suspeitas envolvendo o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, os ex-presidentes da Casa Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves.
Também aparecem o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel, e o filho do ex-presidente Lula Luís Cláudio Lula da Silva. A lista certamente vai crescer, desnudando o balcão de negócios e favores envolvendo a Caixa e o FI-FGTS, fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Corram para as colinas
Nos mercados, o tsunami ou “sea of red”, como dizem os comentaristas estrangeiros, que se abate sobre as bolsas de valores tem origem na escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Donald Trump falou que subiria e subiu tarifas sobre importações chinesas. Os chineses, por sua vez, disseram que revidariam e revidaram, impondo tarifas em produtos americanos.
Trump até tentou amenizar o tom, falando que um acordo estava 95% fechado. Mas do outro lado do mundo as conversas eram de que os chineses poderiam deixar de comprar produtos agropecuários, petróleo, reduzir encomendas da Boeing. Além de discussões sobre vender ou “descarregar” o estoque de mais de US$ 1 trilhão em títulos da dívida americana.
Há uma questão temporal importante a ser ponderada nessa briga de Trump com a China. O presidente americano pensa na reeleição, os chineses têm planos de longo prazo.
As sirenes de alerta aqui e lá fora estão tocando e os investidores estão “correndo para as colinas” em busca de abrigo (dólar e títulos americanos).
O quanto disso tudo é apenas ruído e o quanto é informação deve centrar as discussões nos mercados e ditar a postura dos investidores. Diferentes graus de convicção e distintas teses de investimento serão colocadas à prova. Você pega facas que estão caindo no ar? (como diz Howard Marks).
E ainda temos outros eventos se desenrolando, como a audiência de Paulo Guedes na Comissão Mista de Orçamento hoje à tarde, protestos contra cortes na educação, dados de atividade que podem reforçar a tese de PIB negativo no primeiro trimestre, resultados corporativos e Bolsonaro nos EUA. Ainda é manhã de terça-feira.
Papai Noel dá as caras na bolsa: Ibovespa busca fôlego em payroll nos EUA, trâmite de pacote fiscal no Congresso e anúncios de dividendos e JCP
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano e velocidade do trâmite do pacote fiscal ditarão os rumos dos juros no Brasil e nos EUA
Após dia de pressão no mercado, ação da Petrobras (PETR4) sobe com maior descoberta de gás natural da Colômbia; troca no conselho vai para escanteio
Depois de a estatal confirmar a possível troca na presidência do conselho, o impacto negativo nos mercados foi amenizado após o anúncio do projeto de exploração em consórcio com a Ecopetrol
Uma bomba explodiu no colo de Macron: a reação dos mercados à queda do governo na França e o que acontece agora
O primeiro-ministro Michel Barnier apresentou sua renúncia na manhã desta quinta-feira (5) e aumentou a pressão sob o presidente francês, que corre contra o relógio para encontrar um substituto; saiba quem são os possíveis candidatos a ocupar o cargo
Novo CEO da Braskem (BRKM5) reforma diretoria executiva após poucos dias no comando; Felipe Montoro Jens assumirá como diretor financeiro
O presidente indicou Felipe Montoro Jens para substituir Pedro van Langendonck Teixeira de Freitas nas cadeiras de CFO e diretor de relações com investidores
As máximas do mercado: Ibovespa busca recuperação com trâmite urgente de pacote fiscal pela Câmara
Investidores também repercutem rumores sobre troca na Petrobras e turbulência política na França e na Coreia do Sul
Trump vem aí: Powell diz o que pode fazer com os juros nos EUA diante das ameaças do republicano — e isso tem a ver com você
Com o republicano batendo na porta da Casa Branca, presidente do Fed deu novas pistas sobre o que pensa para o ritmo de corte da taxa referencial na maior economia do mundo
Um conto de Natal na bolsa: Ibovespa aguarda dados de produção industrial no Brasil e de emprego nos EUA antes de discurso de Powell
Bolsa busca manter recuperação apesar do dólar na casa dos R$ 6 e dos juros projetados a 15% depois do PIB forte do terceiro trimestre
Uma ação para a ceia de Natal: JBS (JBSS3) é a favorita dos analistas para investir em dezembro e surfar o dólar forte
Há quatro fatores principais que impulsionaram o frigorífico para o topo das recomendações dos analistas para este mês; veja o ranking com indicações de 13 corretoras
Hoje é dia de Vale (VALE3): mineradora apresenta projeções, prepara investimentos bilionários e ações caem na bolsa. Comprar ou vender agora?
A companhia ainda anunciou uma reformulação da gestão, formalizando um indicado direto do presidente Gustavo Pimenta em um dos negócios mais estratégicos
A Faria Lima apostou contra Lula? O desempenho dos principais gestores de fundos após o anúncio de Haddad conta uma história diferente
Análise da Empiricus Research traz retorno de 132 fundos no dia seguinte ao pronunciamento do ministro da Fazenda sobre o pacote fiscal
Hapvida (HAPV3) blindada do caos do Brasil: CEO revela por que está animado com plano ambicioso de R$ 2 bilhões apesar do cenário macro deteriorado
Do investimento total, a companhia arcará com apenas R$ 630 milhões. Já o R$ 1,37 bilhão restante deve ser financiado por parceiros externos
Quando a conta não fecha: Ibovespa repercute envio de pacote fiscal ao Congresso em dia de PIB do terceiro trimestre
Governo enviou PEC do pacote fiscal ao Congresso na noite de segunda-feira enquanto o dólar segue acima dos R$ 6
A dura realidade matemática: ou o Brasil acerta a trajetória fiscal ou a situação explode
Mercado esperava mensagem clara de responsabilidade fiscal e controle das contas públicas, mas o governo falhou em transmitir essa segurança
Ação da Cosan (CSAN3) recua e Raízen (RAIZ4) surge entre as maiores quedas do Ibovespa na esteira da renúncia de executivo
Saída de Ricardo Mussa da Cosan Investimentos intensifica a pressão sobre o grupo já abalado por prejuízos e desvalorização na bolsa
Selic a 15% ao ano, inflação e fantasma fiscal: por que a Kinea está vendida na bolsa brasileira?
Responsável por mais de R$ 132 bilhões em ativos, a gestora afirma que “existem melhores oportunidades no exterior”; veja onde a Kinea investe hoje
O dólar não vai parar de subir? Moeda americana segue acima de R$ 6 e bancão diz o que esperar para o fim do ano e para 2025
O UBS BB também fez projeções para a taxa de juros no Brasil; Banco Central tem reunião marcada para a próxima semana — a última sob o comando de Roberto Campos Neto
Tchau, Lemann: Grendene (GRND3) rescinde joint venture no exterior com a 3G Capital e se torna a única dona da GGB
A dona das marcas de calçados Melissa, Ipanema e Rider vai pagar em torno de US$ 10,5 milhões à gestora de Jorge Paulo Lemann para adquirir 50,1% da GGB
Não deu tempo? Focus fica imune à reação do mercado ao pacote fiscal e mantêm projeções para dólar e juros
Enquanto as projeções para a inflação e o PIB subiram, as estimativas para o dólar e os juros permaneceram estáveis
Botafogo bota fogo na bolsa: semana cheia começa com investidores acompanhando fôlego do Trump Trade
Ao longo dos próximos dias, uma série de relatórios de empregos nos Estados Unidos serão publicados, com o destaque para o payroll de sexta-feira
Agenda econômica: Payroll, Livro Bege e discurso do presidente do Fed dominam a semana; no Brasil, PIB ganha destaque
Agenda econômica desta semana conta ainda com relatório Jolts nos EUA e PIB na Zona do Euro; no cenário nacional, pacote fiscal e dados da inflação do país ficam no radar