Não existem ursos no Brasil
São pouquíssimos os investidores brasileiros, tanto amadores como profissionais, que sabem trabalhar vendidos a descoberto. Aos demais, está na hora de lembrar que o lucro da queda é tão legítimo quanto o da alta. Com uma vantagem. É mais rápido. Em três pregões, como foi o caso agora, você enche as burras.
Nos três últimos dias úteis da semana passada, quando a Bolsa reverteu sua tendência e despencou ladeira abaixo, pouca gente ganhou dinheiro. E, por ganhar, não estou me referindo apenas a vender no topo, na faixa de 100.000 pontos do Ibovespa, e aplicar os recursos em renda fixa enquanto o preço da maioria das ações se esfarinhava.
São pouquíssimos os investidores brasileiros, tanto amadores como profissionais, que sabem trabalhar vendidos a descoberto. Aos demais, está na hora de lembrar que o lucro da queda é tão legítimo quanto o da alta. Com uma vantagem. É mais rápido. Em três pregões, como foi o caso agora, você enche as burras.
Decepção dos outros pode ser festa para você, caro leitor do Seu Dinheiro.
No momento em que a proposta de ajuste previdenciário dos militares chegou ao Congresso, na tarde de quarta-feira, dia 20 de março, houve uma mudança de sentimento entre os parlamentares. A PEC da Reforma da Previdência passou a correr risco de ser esvaziada pelas comissões e plenários da Câmara e do Senado, quando não totalmente rejeitada.
O capitão Jair Bolsonaro continua sendo o que sempre foi em seus sete mandatos de deputado: despachante dos militares, policiais, bombeiros e agentes penitenciários.
Pois bem, à ridícula proposta de colaboração das Forças Armadas e à redução do déficit do Tesouro, somaram-se dois episódios, não menos impactantes para a derrocada da Bolsa: prisão de Wellington Moreira Franco, sogro do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, até então um dos maiores defensores da reforma; minicrash na Bolsa de Valores de Nova York, este ocorrido na sexta-feira.
Leia Também
Quem ganhou com isso?
Em termos de mercado, quem ganhou com isso? Aqueles que “shortearam” o Ibovespa ao redor de 100 mil pontos, muralha testada, e não suplantada para valer, diversas vezes nas últimas semanas.
Quem vendeu o índice a, digamos, 99.000 pontos, está ganhando R$ 26.325,00 por contrato cheio.
Além da pouca disposição dos brasileiros em trabalharem vendidos a descoberto, alguns mercados desencorajam esse procedimento por falta de liquidez. Sobram os contratos de Ibovespa, dólar e DI.
Outra maneira de se ganhar na baixa é comprando puts dos dois primeiros. Só que não há parceiros para casar as operações.
Nesta minha coluna, andei indicando, no ano passado, a compra de puts e calls do Ibovespa e do dólar futuros, mas recebi reclamações de diversos leitores informando que não conseguiram efetuar as operações.
Mercado sem liquidez, é melhor esquecer.
Só que o índice de ações pode ser facilmente vendido, assim como o contrato de dólar. Com um detalhe: vender dólares futuro é a mesma coisa do que comprar real. Portanto não é necessariamente um short.
Nos Estados Unidos, é muito comum se trabalhar vendido. Alguns episódios são marcantes. Um deles é narrado no filme A Grande Aposta (The Big Short) uma história real na qual Michael Burry (interpretado por Christian Bale) inventou uma maneira de “shortear” hipotecas.
Já no grande crash de 1929, os grandes vencedores foram Joseph Kennedy (pai do presidente John Kennedy) e o lendário trader Jesse Livermore, para alguns considerado o maior de todos os tempos. Ganharam fortunas shorteando o mercado nos dias que precederam o pânico da Black Tuesday.
Experiências
Eu, Ivan Sant'Anna, também dei bons beliscos vendido. Em janeiro de 1991, por exemplo, nos dias que antecederam o ataque da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Primeira Guerra do Golfo (Operação Tempestade no Deserto ), vendi a descoberto alguns contratos de petróleo na Nymex, em Nova York.
Não me lembro exatamente o preço, mas foi por volta de US$ 30,00. Com a derrota fragorosa e fulminante dos exércitos de Saddam Hussein, deu para ganhar dez dólares por barril. Isso num espaço de dois ou três dias.
Conheço um trader de São Paulo que praticamente só trabalha vendido. Já falei sobre ele em uma de minhas crônicas. Sua estratégia é vender calls e puts. Resumindo: vende o tempo (time value). Ganha quase sempre, mas de vez em quando leva uma fubecada quando um ativo dispara, surpreendendo-o short.
Uma ocasião fantástica para se vender dólar futuro foi quando, em 1º de setembro de 1994, o então ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, embaixador Rubens Ricupero, falou mais do que devia num estúdio de televisão.
Nessa oportunidade, conversando com o jornalista da Globo Carlos Monforte, por sinal seu cunhado, Ricupero disse textualmente:
“Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde.”
Como antenas parabólicas reproduziram a conversa por todo o país, o ministro não teve outra alternativa a não ser pedir demissão. Só que Itamar Franco agiu rápido, convidando o então governador do Ceará, Ciro Gomes (sim, este mesmo Ciro Gomes) para a Fazenda.
Na manhã seguinte o dólar subiu muito com o incidente (o real era uma moeda frágil; tinha exatos dois meses de existência).
Esse short eu peguei em cheio. Estava jantando na Casa da Suíça, restaurante da Glória, Rio de Janeiro, quando soube da mancada do embaixador-ministro.
Vendi o que podia e o que não podia de contratos de dólares.
Não deu nem para sofrer. O mercado ficou lá em cima por menos de meia hora e depois caiu.
Repetindo o que disse, nós, brasileiros, precisamos aprender a trabalhar vendidos. Nas lágrimas dos outros também dá para se ganhar dinheiro.
Estão faltando ursos no Brasil. Isso deixa o mercado capenga.
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões