Com a mesa cheia de fatores positivos, o Ibovespa e as bolsas globais fizeram um banquete
Com notícias positivas vindas de Hong Kong, da China, do Reino Unido e do Brasil, o Ibovespa subiu aos 101 mil pontos e o dólar à vista caiu ao nível de R$ 4,10
O Ibovespa e os mercados financeiros andam numa época de vacas magras. O panorama global está bastante nebuloso, a guerra comercial entre EUA e China segue tensa e a desaceleração da economia mundial continua trazendo calafrios aos agentes financeiros. Nesse cenário, os investidores não tinham muitos motivos para comemorar.
Só que, ao menos nesta quarta-feira (3), esse baixo astral deu lugar a um pico de otimismo e positividade. Ao longo do dia, notícias mais animadoras vindas da Ásia, da Europa e do Brasil diminuíram o pessimismo entre os mercados e criaram um ambiente mais festivo.
E, com a mesa farta de fatores encorajadores, os agentes financeiros se esbaldaram: no mercado acionário, o Ibovespa e as bolsas globais subiram em bloco; nas commodities, o petróleo teve ampla recuperação; e, no câmbio, o dólar perdeu terreno em escala mundial, tanto em relação às divisas fortes quanto às de países emergentes.
O Ibovespa, por exemplo, terminou a sessão de hoje nas máximas, aos 101.200,89 pontos. O principal índice da bolsa brasileira, assim, voltou ao nível dos três dígitos, perdido na sessão anterior. O desempenho desta quarta-feira também serviu para zerar as perdas acumuladas nos dois primeiro pregões da semana.
Os ganhos do Ibovespa ficaram em linha com o comportamento visto nas bolsas de Nova York: o Dow Jones subiu 0,91%, o S&P 500 teve valorização de 1,08% e o Nasdaq avançou 1,30%. Na Europa, as principais praças acionárias também fecharam no campo positivo — o índice pan-continental Stoxx 600 fechou em alta de 0,89%.
No mercado de câmbio, a festa foi ainda maior: o dólar à vista recuou 1,76% nesta quarta-feira, cotado a R$ 4,1053. Em termos percentuais, essa é a maior queda para a moeda americana numa única sessão desde 2 de janeiro.
Leia Também
Entrada: Hong Kong
O primeiro prato do banquete veio da Ásia, mais especificamente de Hong Kong: o governo local decidiu retirar o projeto de extradição que desencadeou a onda de protestos populares na ex-colônia britânica, notícia que foi recebida com alívio pelos mercados.
As manifestações da ilha traziam apreensão aos agentes financeiros, dada a imprevisibilidade dos possíveis desdobramentos. Havia o temor de que a onda de tensões sociais, que já se arrasta há meses, poderia culminar em atritos mais fortes entre Hong Kong e a China continental, afetando todo o continente asiático.
Com essa sinalização do governo da ex-colônia britânica, o Hang Seng — principal índice acionário de Hong Kong e uma importante praça asiática — fechou em forte alta de 3,9% nesta quarta-feira, criando bases favoráveis para a sessão no ocidente.
Primeiro prato: China
A refeição continuou na culinária asiática, mas, desta vez, com uma influência da China continental: mais cedo, foram divulgados dados econômicos indicando uma recuperação no setor de serviços do país, o que reduziu temporariamente a percepção de que aguerra comercial já estaria provocando a desaceleração da atividade no gigante asiático.
"Como um todo, tanto o cenário externo quanto o interno caminharam para um tom mais otimista hoje", diz Glauco Legat, analista-chefe da Necton Investimentos. "Além de tudo isso, temos também a ausência de notícias negativas no front da guerra comercial, o que abre espaço para reduzir um pouco a aversão ao risco".
Legat pondera, no entanto, que não há uma virada de chave no cenário macro para os mercados, uma vez que as preocupações relacionadas à disputa entre Estados Unidos e China e os riscos de desaceleração econômica mundial continuam no radar. "Mas, na margem, o dia foi de mais propensão ao risco".
Segundo prato: Reino Unido
A contribuição da Europa para a festa dos mercados veio do Reino Unido: o parlamento britânico impôs uma derrota ao primeiro-ministro, Boris Johnson, ao aprovar uma lei que pode impedir a saída do país da União Europeia sem um acordo entre as partes.
Os mercados temem que um rompimento abrupto entre Reino Unido e União Europeia — opção defendida por Johnson — possa provocar um choque na economia dos dois lados. Assim, o revés imposto ao premiê ajudou a trazer ainda mais alívio às negociações, especialmente no velho continente.
Terceiro prato: Brasil
O banquete também teve uma contribuição do cenário doméstico: por aqui, os mercados mostraram-se animados com o avanço da tramitação da reforma da Previdência no Senado, apesar de o texto ter sofrido uma nova desidratação ao longo desse processo.
No fim desta tarde, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o relatório da Previdência, pelo placar de 18 a 7. Além disso, os senadores fizeram um acordo para acelerar a tramitação da PEC paralela.
Operadores e analistas ponderam que, embora o tema da Previdência já esteja amplamente precificado no mercado desde a aprovação na Câmara, a percepção de que o texto está avançando sem enfrentar maiores empecilhos contribuiu para melhorar ainda mais o humor das negociações.
Dólar e juros de barriga cheia
O noticiário global trouxe amplo alívio ao mercado de câmbio no mundo. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta com as principais divisas do mundo, fechou em forte queda de 0,60% — o indicador estava perto das máximas históricas.
As moedas de países emergentes, que vinham perdendo terreno por causa da maior aversão ao risco no mundo, também aproveitaram para tirar a barriga da miséria: o dólar caiu mais de 1% em relação ao peso mexicano, ao rublo russo e ao rand sul-africano — e o real seguiu a tendência.
O amplo alívio visto no dólar à vista acabou influenciando o comportamento da curva de juros: tanto na ponta curta quanto na longa, os DIs tiveram baixas expressivas nesta quarta-feira.
As curvas com vencimento em janeiro de 2021, por exemplo, caíram de 5,49% para 5,42%. No vértice mais extenso, os DIs para janeiro de 2023 recuaram de 6,56% para 6,46%, e os com vencimento em janeiro de 2025 foram de 7,09% para 6,99% — retornando, assim, para um patamar inferior a 7%.
Sobremesa: commodities
Grande parte do avanço do Ibovespa nesta quarta-feira se deve ao desempenho positivo das ações ligadas ao setor de commodities, como Petrobras, Vale e siderúrgicas. E a recuperação desses papéis possui estreita conexão com a alta nas cotações do petróleo e do minério de ferro no exterior nesta quarta-feira.
Lá fora, o petróleo Brent (+4,19%) e WTI (+4,30%) fecharam em alta firme e, como consequência, os papéis PN (PETR4) e ON (PETR3) da Petrobras avançaram 2,58% e 2,53%, respectivamente.
Já o minério de ferro fechou em alta de 2,45% no porto chinês de Qingdao, cotação que serve de referência para o mercado. Assim, as ações ON da Vale (VALE3) avançaram 2,20% — CSN ON (CSNA3) subiu 1,36%.
É importante ressaltar que os ativos da Petrobras e da Vale possuem grande peso individual na composição do Ibovespa, e, assim, a alta em bloco dessas ações acaba dando sustentação ao índice como um todo. Além disso, um outro setor que possui participação relevante na carteira, o de bancos, também subiu.
Nesse segmento, destaque para Bradesco ON (BBDC3) e units do Santander Brasil (SANB11), que avançaram 1,52% e 1,65%, respectivamente. Banco do Brasil ON (BBAS3) teve ganho de 2,37%, Bradesco PN (BBDC4) valorizou 1,25% e Itaú Unibanco PN (ITUB4) subiu 0,70%.
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovic, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
