Cautela global faz o dólar subir a R$ 4,18, renovando a máxima no ano
O ambiente de maior aversão ao risco continuou pressionando o dólar, levando a moeda ao maior nível desde setembro de 2018. O Ibovespa também sentiu os efeitos da prudência e fechou em queda

Uma das palavras que eu mais ouvi e escrevi nos últimos dias foi 'cautela' — ou alguma de suas variantes. Ao ligar para algum analista de mercado ou mandar mensagem de WhatsApp para algum operador, o tom da conversa é sempre o mesmo — não dá tempo nem de perguntar sobre o dólar à vista ou ou Ibovespa:
- Turbulências na América Latina? É melhor ter cautela
- E o Bolsonaro trocando de partido? Xi, isso aí traz muito ruído, o pessoal fica cauteloso
- Guerra comercial entre EUA e China, vai ou não vai? Ah, na dúvida, já sabe...
- Lula livre? Putz, ninguém quer admitir, mas isso gera uma boa dose de cautela.
Cautela, cautela, cautela. E sabe qual o resultado disso tudo? O dólar à vista fechou a R$ 4,1856 nesta quarta-feira (13), em alta de 0,46% — uma nova máxima em 2019 e a maior cotação de encerramento desde 13 de setembro de 2018, quando valia $ 4,1998. Desde o início do ano, a moeda acumula ganhos de 8,12%.
E o Ibovespa não ficou para trás: o principal índice da bolsa brasileira terminou a sessão em queda de 0,65%, aos 106.059,95 pontos, o menor nível desde 21 de outubro. Mas, na mínima, chegou a cair bem mais, tocando os 105.260,78 pontos (-1,40%).
Novamente, houve uma forte aversão ao risco em relação às divisas de emergentes, com o dólar se fortalecendo ante quase todos os ativos dessa natureza. O destaque, mais uma vez, foi o peso chileno, que passa por forte desvalorização em meio aos protestos no país.
A toada dos mercados seguiu igual a dos últimos dias: por aqui, os agentes financeiros continuaram monitorando eventuais desdobramentos no cenário político, considerando a soltura do ex-presidente Lula e a saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL, temendo que esse rearranjo de forças possa, de alguma maneira, trazer tensão ao país.
Lá fora, as turbulências na América Latina também permaneceram no radar, com foco nas instabilidades no Chile e na Bolívia. Nesse cenário, operadores e analistas apontaram que há um aumento na percepção de risco em relação aos ativos da região, o que afastou os investidores estrangeiros — e acabou afetando os mercados brasileiros.
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O quadro de maior prudência ainda incluiu as incertezas ligadas à guerra comercial entre Estados Unidos e China: o panorama continua nebuloso, sem uma definição clara quanto à assinatura da primeira fase de um acordo entre as potências e a possível retirada das tarifas protecionistas por ambas as partes.
E relatos de que as negociações entre Washington e Pequim teriam emperrado novamente contribuíram para tirar força das bolsas americanas: o Nasdaq caiu 0,07% e o S&P 500 teve leve alta de 0,07% — a exceção foi o Dow Jones, que subiu 0,33%, impulsionado pelo bom desempenho das ações da Disney.
"Nosso cenário interno, tanto em relação à política no Brasil quanto na América Latin, continua pressionando bastante [os ativos]. Mas, hoje, os demais mercados globais também estão ruins, o que faz com que a gente acabe assumindo um tom mais negativo", diz Gabriel Machado, analista da Necton.
Ele pondera, no entanto, que o Ibovespa vinha de uma sequência bastante positiva, com renovações sucessivas de recordes. Assim, os ruídos na cena política doméstica e os demais fatores de incerteza no front internacional acabam desencadeando um movimento de correção — algo natural e que não muda a visão positiva para a bolsa no longo prazo.
Juros estáveis
Com a nova sessão de ganhos do dólar à vista, os juros de curto prazo fecharam em alta, enquanto os DIs mais longos exibiram um certo viés de estabilidade. As curvas com vencimento em janeiro de 2021 avançaram de 4,56% para 4,62%, e as para janeiro de 2023 foram de 5,70% para 5,73%.
No vértice mais extenso, as curvas para janeiro de 2025 tiveram leve alta de 6,34% para 6,35%, enquanto as com vencimento em janeiro de 2027 caíram de 6,69% para 6,67%.
Reta final dos balanços
Por fim, a temporada de balanços corporativos também mexeu com o Ibovespa. Entre os destaques, MRV ON (MRVE3) recuou 0,51% após reportar uma baixa de 8% no lucro líquido na base anual, para R$ 160 milhões — os resultados não foram bem recebidos pelos analistas.
Cogna ON (COGN3) sobe 1,79% — a antiga Kroton registrou um lucro líquido ajustado de R$ 135 milhões no trimestre, cifra 62,2% menor que a vista há um ano. Veja um resumo dos números que foram divulgados recentemente nesta matéria especial.
Investigação
Outro destaque negativo da sessão é Via Varejo ON (VVAR3), em queda de 1,99%, em meio à notícia de que a empresa recebeu denúncias anônimas quanto à possíveis irregularidades contábeis — a dona das Casas Bahia e do Ponto frio diz que um comitê de investigação foi formado e que, até o momento, nenhum problema.quase todos os ativos dessa natureza. O destaque, mais uma vez, foi o peso chileno, que passa por forte desvalorização em meio aos protestos no país.vencimento em janeiro de 2027 caíram de 6,69% para 6,67%.
Reta final dos balanços
Por fim, a temporada de balanços corporativos também mexe com o Ibovespa. Entre os destaques, MRV ON (MRVE3) recua 0,68% após reportar uma baixa de 8% no lucro líquido na base anual, para R$ 160 milhões — os resultados não foram bem recebidos pelos analistas.
Cogna ON (COGN3) sobe 2,21% — a antiga Kroton registrou um lucro líquido ajustado de R$ 135 milhões no trimestre, cifra 62,2% menor que a vista há um ano. Veja um resumo dos números que foram divulgados recentemente nesta matéria especial.
Investigação
Outro destaque negativo da sessão é Via Varejo ON (VVAR3), em queda de 1,97%, em meio à notícia de que a empresa recebeu denúncias anônimas quanto à possíveis irregularidades contábeis — a dona das Casas Bahia e do Ponto frio diz que um comitê de investigação foi formado e que, até o momento, nenhum problema foi constatado.
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