A reação da Cielo na guerra das maquininhas de cartão mexeu com as ações das concorrentes negociadas em Nova York. Por volta das 14h20, os papéis da PagSeguro recuavam 2,05% e os da Stone, 2,93%. Na contramão, as ações da Cielo disparavam 8,44% na B3.
Em sua estratégia de brigar por participação de mercado, e não por rentabilidade, a Cielo começa a entregar o que prometeu. A empresa controlada por Banco do Brasil e Bradesco registrou queda de 33% no lucro no segundo trimestre deste ano. Mas apresentou um aumento de 9% nos volumes negociados em suas maquininhas, ainda que em troca de uma queda nas receitas.
Mais do que os resultados, é a disposição demonstrada pela Cielo em pegar pesado na guerra de preços nesse mercado que deixa os investidores de PagSeguro e Stone com um pé atrás hoje, segundo um analista com quem eu conversei.
Em entrevista coletiva hoje pela manhã, o presidente da Cielo, Paulo Caffarelli, disse que ainda tem "bastante apetite" para continuar nessa disputa. Em outras palavras, a empresa parece disposta a sacrificar ainda mais as margens de lucro para não perder mercado.
Mesmo com a queda de hoje, quem possui ações da PagSeguro ou da Stone não tem do que reclamar. No ano, os papéis da PagSeguro, que são negociados na bolsa de Nova York, acumulam valorização de 144%. Já as da Stone, listadas na Nasdaq, registram um ganho acumulado de 81% em 2019.
A Cielo é o reverso dessa moeda, já que as ações acumulam uma queda de 14,5% no ano mesmo com a forte alta no pregão desta quinta-feira. Nos últimos 12 meses, a empresa perdeu mais da metade do valor de mercado.