No mercado financeiro, especialmente de ações, há sempre um balanço entre expectativa e entrega, entre passado, presente e futuro. E se a ação da Méliuz (CASH3) teve um passado recente muito positivo, o mês de agosto, e especialmente esta segunda-feira estão em um caminho diferente.
Isso porque os números da empresa no segundo trimestre acenderam um alerta sobre o que a Méliuz vai apresentar no atual período, o terceiro trimestre, e nos próximos.
Por volta das 13h40, CASH3, que acumula valorização superior a 230% em 2021, estava em baixa de 10,20%, pouco acima dos R$ 50. Em agosto, a queda é de 17%.
Os números
O prejuízo consolidado da Méliuz piorou entre abril e junho deste ano, em comparação com 2020, passando de R$ 1,6 milhão para R$ 4,6 milhões. No resultado aos controladores, passou de lucro de R$ 6,5 milhões para perdas de R$ 6,6 milhões, na mesma comparação.
As despesas com pessoal e software, além daquelas provocadas por fusões e aquisições, levaram a um Ebitda negativo de R$ 7,2 milhões. Quando se tira as despesas com as compras realizadas recentemente, ainda assim o indicador fica negativo em R$ 2,4 milhões.
O lado positivo do balanço da Méliuz está nas receitas, que quase dobraram em relação ao segundo trimestre do ano passado, para mais de R$ 106 milhões.
Veja uma outra ação que pode ter valorização expressiva nos próximos meses:
Então, o que pensam os analistas?
Em relatório sobre o balanço da empresa, a XP classifica os resultados operacionais como fracos, mesmo quando se considera os custos para integração das empresas adquiridas recentemente.
Ao mesmo tempo em que conseguiu diminuir as despesas com cashback, a Méliuz teve um resultado ruim no segmento de serviços financeiros, com queda de 8% nas receitas em relação ao primeiro trimestre.
Mesmo fazendo essa ressalva, a XP afirma que continua otimista com a empresa, que “ainda apresenta fundamentos sólidos para um sucesso de longo prazo”, dizem os analistas da casa.
Entre estes fundamentos, a XP cita:
- os 39 milhões de clientes, com abertura de 39 mil contas por dia útil no segundo trimestre,
- 8,8 milhões de usuários ativos,
- 6 milhões de solicitações de cartões de crédito com o Banco Pan
- R$ 3,7 bilhões em volume de produtos vendidos (GMV).