Dois anos depois inaugurar uma onda de empresas brasileiras que decidiu abrir o capital nas bolsas de Nova York, a PagSeguro será a primeira a ter BDRs (recibos de ações) na B3. A negociação com os papéis começa no dia 1º de fevereiro, com o código PAGS34.
A PagSeguro abriu o capital na bolsa de Nova York (Nyse) em janeiro de 2018. Desde então, as ações da empresa de meios de pagamento e maquininhas de cartão controlada pelo grupo UOL mais que dobraram de valor — em dólar.
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A permissão para que empresas brasileiras listadas em bolsas estrangeiras sejam negociadas no país por meio de BDRs foi dada no ano passado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na ocasião, a xerife do mercado de capitais também permitiu que qualquer investidor pudesse comprar os chamados BDRs "não patrocinados", como é o caso dos papéis da PagSeguro. Antes a negociação era restrita aos investidores qualificados, que possuem pelo menos R$ 1 milhão.
Antes da liberação da CVM, o investidor brasileiro que quisesse se tornar acionista dessas companhias precisava abrir uma conta em corretora no exterior para comprar os papéis lá fora.
A expectativa agora é que outras empresas que possuem ações listadas nas bolsas norte-americanas, como Stone e XP, também tenham BDRs negociados na B3.
A permissão tanto para a listagem como do investimento de pessoas físicas em BDRs é limitada para as ações de países de "mercados reconhecidos", como é o caso das bolsas norte-americanas.
A ideia é evitar a repetição de problemas ocorridos no passado, com empresas que se listavam em bolsas estrangeiras e depois emitiam BDRs apenas para escapar da regulação brasileira. O caso mais notório é o da Laep, empresa que detinha os direitos da marca Parmalat no país.