Mercado encerra agosto à espera de um setembro melhor
Último dia do tumultuado mês deve ter ajustes no mercado financeiro, após a guerra comercial castigar os ativos globais em agosto
Agosto vai chegando ao fim sem deixar saudades para o mercado brasileiro. As perdas acumuladas pelo Ibovespa, que reconquistou ontem o nível dos 100 mil pontos perdidos em meados deste mês, e a valorização firme do dólar, que ultrapassou a barreira dos R$ 4,00 e sustenta essa marca há dez pregões, mostram o quanto os ativos locais foram castigados no período.
Ainda assim, cabem ajustes neste último dia útil do mês. Vai ser interessante observar o comportamento da moeda norte-americana, neste dia de formação da taxa Ptax do mês. A dinâmica pode sinalizar se a alta recente do dólar é um efeito pontual ou estrutural. Com a valorização cambial, a Bolsa “ficou barata” em dólares e foi ajudada pelo exterior ontem.
Mas os investidores já estão à espera de setembro, que começa com um feriado nos Estados Unidos (Labor Day) na próxima segunda-feira, marcando o fim das férias de verão no país. A data também também representa a “volta” dos investidores estrangeiros ao mercado financeiro, elevando a liquidez dos negócios globais.
Esse retorno pode ser uma boa notícia para a Bolsa brasileira, depois que os “gringos” retiraram mais de R$ 12 bilhões do mercado acionário apenas neste mês, na maior saída mensal de capital externo na história da renda variável, superando maio do ano passado. No ano, o saldo dessa conta já está negativo em mais de R$ 22 bilhões.
Mas a atuação firme do Banco Central para conter uma escalada do dólar rumo a topos recordes e o crescimento acima do esperado da economia brasileira (PIB) no segundo trimestre deste ano, evitando uma recessão técnica, resgataram a esperança no mercado de que dias melhores virão. Para tanto, a agenda econômica precisa voltar às manchetes.
Uma aceleração nas privatizações ajudaria a impulsionar os ativos locais. Da mesma forma, o encaminhamento da reforma tributária poderia atrair investimentos produtivos. Mas ambos os casos podem esbarrar na resistência do Congresso e na burocracia do Judiciário. Sem novos gatilhos positivos no curto prazo, o mercado fica mais reféns das condições externas.
Leia Também
Exterior monitora guerra comercial
Lá fora, os investidores perceberam um tom mais conciliador da China no âmbito da guerra comercial e aguardam novidades sobre a nova rodada de negociações com os Estados Unidos, prevista para o mês que vem. Pequim e Washington estariam discutindo os detalhes para o encontro, na capital norte-americana.
Com isso, os mercados internacionais alimentam esperança de que as duas maiores economias do mundo irão evitar uma escalada da disputa tarifária, que manteve a tensão nos negócios ao longo deste mês. Porém, um acordo segue em aberto. Com vistas às eleições presidenciais de 2020, os EUA podem pressionar mais e a China, adiar os termos.
O que se sabe, por ora, é que entra em vigor em 1º de setembro uma tarifa adicional de 15% sobre U$ 300 bilhões em produtos chineses, entre eles, smartphones e roupas. Em resposta, US$ 75 bilhões em bens norte-americanos, como carros e soja, serão tarifados entre 5% e 25%. Alguns produtos terão sobretaxa apenas em meados de dezembro.
Diante disso, a sessão na Ásia foi mista. Tóquio teve uma valorização firme, de mais de 1%, enquanto Xangai e Hong Kong oscilaram. O índice Hang Seng digere a notícia de que um dos líderes do grupo pró-democracia foi preso na manhã desta sexta-feira. Outra integrante também foi detida em casa.
As prisões elevaram a tensão na ex-colônia britânica. Novos protestos estão marcados para este fim de semana, marcando quase três meses de manifestações. Já no Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, sinalizando uma continuidade dos ganhos da véspera. As bolsas europeias também abriram no azul. Nos demais mercados, o petróleo recua, em meio ao fortalecimento do dólar.
Desemprego em destaque
A taxa de desocupação no Brasil no início deste segundo semestre é o destaque da agenda econômica desta sexta-feira. A estimativa é de que o desemprego atinja o menor nível do ano, abaixo de 12,0%, voltando aos patamares do terceiro trimestre de 2018. Ainda assim, o número de pessoas desocupadas deve seguir perto de 13 milhões.
Os dados oficiais serão divulgados às 9 horas. Depois, às 10h30, sai a nota do Banco Central sobre a política fiscal, com o resultado primário do setor público em julho. No exterior, logo cedo, sai a taxa de desemprego na zona do euro em julho e a leitura preliminar de agosto sobre a inflação ao consumidor (CPI) na região da moeda única.
No fim do dia, é a vez de dados sobre a atividade nos setores industrial e de serviços na China neste mês. Pela manhã, o calendário norte-americano traz a renda pessoal e os gastos com consumo nos EUA em julho (9h30), juntamente com o índice de preços PCE. Também sai o índice de confiança do consumidor norte-americano em agosto (11h).
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
