BC impõe limites ao “efeito Guedes” no dólar
Autoridade monetária identifica comportamento atípico e disfuncional da moeda estrangeira e diz estar pronta para agir novamente, se necessário
A véspera de feriado nos Estados Unidos pelo Dia de Ação de Graças reserva uma agenda carregada de indicadores econômicos norte-americanos e promete enxugar a liquidez pelo mundo ao longo desta quarta-feira. Ainda assim, cabe um ajuste nos ativos brasileiros, após a reação negativa dos negócios locais ontem à declaração do ministro Paulo Guedes (Economia) sobre o dólar, o que demandou uma ação firme do Banco Central.
O BC precisou intervir duas vezes no mercado de câmbio ontem para impedir uma valorização acentuada do dólar, que caminhava em direção à marca de R$ 4,30, reagindo à declaração de Guedes de que é melhor se acostumar com um nível de equilíbrio da moeda estrangeira mais alto. Ao vender até US$ 2 bilhões das reservas internacionais, a autoridade monetária conseguiu acalmar os nervos dos investidores.
Ainda assim, o dólar renovou o maior valor desde a criação do real, em 1994, fechando a R$ 4,24 e contaminando o comportamento do Ibovespa e dos juros futuros. Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, o pregão foi atípico e foi identificada uma disfuncionalidade no comportamento do dólar ontem e, por isso, o BC agiu. “Se a gente entender amanhã que o câmbio está disfuncional, faremos nova intervenção”, afirmou ontem, durante evento em Brasília.
As declarações de Campos Neto serviram para ancorar o dólar, após o ministro sinalizar que não vê o real fraco como um problema, retirando uma “âncora oficial” para a moeda brasileira. Ao dizer que o BC está bem preparado e que o volume das reservas internacionais é grande, ao redor de US$ 380 bilhões, a autoridade monetária aborda uma postura diferente - e muito poderosa.
Por isso, a expectativa é de que o dólar tenha hoje uma sessão de alívio. Mas isso não significa que a moeda norte-americana irá buscar níveis muito mais confortáveis. Afinal, a volatilidade deve ganhar força, ainda mais em meio ao movimento de busca por proteção, com os investidores evitando ficar expostos ao risco durante a pausa nos negócios em Wall Street.
Exterior em ritmo de feriado
As bolsas de Nova York não abrem amanhã e fecham mais cedo na sexta-feira, por causa do Thanksgiving. Com isso, os mercados internacionais tendem a operar a meio mastro nos próximos dias, perdendo tração já no decorrer desta quarta-feira. Por ora, o sinal positivo tenta prevalecer entre os índices futuros norte-americanos, sinalizando uma nova sessão de recorde antes da pausa do feriado.
Leia Também
As bolsas na Ásia e os índices futuros na Europa pegaram carona na animação em Wall Street, que renova sucessivas máximas, em meio ao otimismo de que Estados Unidos e China estão perto de assinar a fase um do acordo comercial - o que mantém o dólar forte no mundo. Ontem, o presidente Donald Trump afirmou que os dois países estão “no ponto final” para a assinatura de um acordo, que será um dos mais importantes do mundo.
Com isso, os investidores ficaram mais esperançosos com as negociações comerciais, já que há sintonia na retórica das duas maiores economias do mundo, após o Ministério do Comércio chinês informar que houve progresso em questões importantes durante conversa por telefone com representantes norte-americanos. Agora, os investidores aguardam uma série de indicadores econômicos importantes nos EUA.
Dia de agenda cheia nos EUA
A véspera de feriado nos EUA traz uma agenda carregada de indicadores econômicos. Os destaques ficam com a segunda leitura sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no terceiro trimestre deste ano, juntamente com os dados sobre a renda pessoal e os gastos com consumo em outubro, além do índice de preços PCE do período.
Os números serão conhecidos às 10h30. No mesmo horário, saem também os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA e as encomendas de bens duráveis no país no mês passado. A agenda norte-americana traz ainda dados do setor imobiliário em outubro (12h) e sobre os estoques semanais de petróleo bruto e derivados (12h30).
Por fim, merece atenção ainda o Livro Bege do Federal Reserve (16h). Já no Brasil, o calendário econômico traz o índice de confiança do comércio em novembro (8h) e os dados do Banco Central sobre as operações de crédito em outubro (10h30) e a saída e entrada de dólares (fluxo cambial) do país até meados deste mês (14h30).
Dado de emprego arrasa-quarteirão nos EUA faz bolsas subirem, mas pode não ser uma notícia tão boa assim. Como ficam os juros agora?
A economia norte-americana abriu 254 mil vagas em setembro, bem acima das 159 mil de agosto e da previsão de 150 mil; a taxa de desemprego caiu 4,2% para 4,2% e os salários subiram
Vai ficar mais barato investir nesses três fundos imobiliários do Santander — e aqui está o motivo
Os FIIs SARE11, SAPI11 e SADI11 anunciaram desdobramentos na B3, que terão como data base a posição de fechamento de 16 de outubro
Dona da Serasa compra ClearSale (CLSA3) com prêmio de 23,5% sobre cotações, mas por menos da metade do valor do IPO; ações sobem forte na B3. O que acontece com os acionistas agora?
Em meio à saída da ClearSale da bolsa após três anos desde o IPO, os investidores da companhia terão três opções de recebimento após a venda para a Experian
Entre o petróleo e o payroll: Ibovespa busca recuperação com juros nos EUA e conflito no Oriente Médio como pano de fundo
Relatório mensal de emprego nos EUA deve dar o tom do dia nos negócios enquanto guerra continua pressionando o petróleo
Vale (VALE3) destrona Itaú e se torna a ação mais recomendada para investir em outubro. A China não é mais pedra no caminho da mineradora?
Com resultados robustos e o otimismo em relação à China, a Vale se tornou a ação queridinha para este mês; veja o ranking com indicações de 12 corretoras
Como achar uma boa ação? Se a empresa que você investe não tiver essa qualidade, ela corre o risco de morrer no meio do caminho
Por menos de 9x lucros esperados para 2025, além de ser uma ótima empresa, a ação ainda guarda muito potencial de valorização
Atenção, investidor: B3 (B3SA3) lança novos índices de ações de empresas públicas e privadas; conheça
O objetivo dos novos indicadores, que chegam ao mercado no dia 7 de outubro, é destacar as performances dos ativos que compõem o Ibovespa de forma separada
BB Investimentos corta preço-alvo de Hypera (HYPE3) após semestre fraco e performance abaixo do Ibovespa
Empresa do segmento farmacêutico tem endividamento elevado, sendo duramente afetada pela alta dos juros
Vamos (VAMO3): os três motivos por trás da queda de 11% desde o anúncio da reestruturação; ação recua na B3 hoje
A Vamos deverá se fundir com a rede de concessionárias Automob, que também é controlada pela Simpar — e o plano de combinação das operações gerou ruídos entre investidores
SLC Agrícola ganha ‘voto de confiança’ do Itaú BBA, que eleva preço-alvo de SLCE3
Boas expectativas para a safra 2024/25 fazem o banco brasileiro reforçar recomendação de compra da gigante do agro
Efeito Moody´s passa e dólar sobe a R$ 5,4735; Ibovespa renova série de mínimas no dia e cai 1,38%, aos 131.671,51 pontos
Lá fora, as bolsas em Nova York e na Europa operaram no vermelho, pressionadas pela escalada dos conflitos no Oriente Médio
A Gol (GOLL4) pode ‘voar’ de novo? BB Investimentos eleva recomendação para as ações, mas faz alerta sobre a companhia aérea
Instituição vê a aprovação do Chapter 11 e o plano apresentado pela companhia como fatores cruciais para recuperação financeira
Por que o Fiagro da Itaú Asset (RURA11) sobe na B3 hoje mesmo diante das preocupações em relação a calotes de CRAs
O desempenho negativo do fundo na semana acompanhou temores sobre a exposição do Fiagro a dois certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) inadimplentes
Google quer devolver escritório do fundo imobiliário PATC11 antes da hora; entenda o impacto na receita do FII
Segundo a gestora do Pátria Edifícios Corporativos, a locação mensal do Google equivale ainda a aproximadamente R$ 0,08 por cota do FII
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Bilionário de uma das empresas que mais poluem no planeta promete zerar emissões de sua mineradora até 2030 — e cobra políticos e empresários para que se mexam
Quarta maior mineradora de minério de ferro do mundo, a Fortescue pretende parar de queimar combustíveis fósseis em suas operações na Austrália até o final da década
Guerra no Oriente Médio: o que está em jogo agora pode mudar de vez o mercado de petróleo. Como fica a ação da Petrobras (PETR4)? A resposta não é óbvia
A guerra ganhou novos contornos com o ataque do Irã a Israel na terça-feira (01). Especialistas acreditam que, dessa vez, o mercado não vai ignorar a implicância dos riscos geopolíticos para o petróleo; saiba se é hora de colocar os papéis da Petrobras na carteira para aproveitar esse avanço
Tesla registra o primeiro aumento nas entregas trimestrais de carros elétricos este ano, mas as ações caem forte em NY: o que frustrou os investidores da montadora?
Os números marcam o primeiro avanço nas entregas da companhia de Elon Musk este ano, após quedas que alimentaram preocupações em Wall Street
É hora de comprar JBS (JBSS3) mesmo com a pressão da possível venda da participação do BNDES, diz BTG
Analistas elevam preço-alvo das ações da JBS e dizem que boa geração de caixa da empresa é suficiente para conter pressão de curto prazo
Javier Milei vai extinguir a Casa da Moeda e outras cinco instituições — será o fim do peso argentino?
Além da Casa da Moeda, o governo argentino pretende fechar outros “quatro ou cinco” órgãos públicos, mas não deu maiores detalhes sobre quais seriam