🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Mercado segue sensível à cena política

STF adia julgamento sobre conduta de Moro e mantém Lula preso, mas dúvidas sobre apoio à reforma da Previdência trazem cautela

Olivia Bulla
Olivia Bulla
26 de junho de 2019
5:32 - atualizado às 8:18
No exterior, Irã, guerra comercial e Fed também geram incertezas

O mercado financeiro brasileiro deve respirar aliviado com a decisão do STF de manter Lula preso, adiando para agosto o julgamento sobre a conduta de Moro. Ontem, a possibilidade de soltura do ex-presidente azedou de vez o humor dos investidores, que já estavam mais sensíveis, após certa frustração com o tom não tão dócil dos bancos centrais.

Mas a cena política deve continuar ditando o rumo dos negócios locais, em meio à expectativa pela votação do parecer da reforma da Previdência na comissão especial ainda nesta semana. Hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deve conversar com alguns governadores sobre a inclusão dos estados no texto que será enviado ao plenário.

O tema divide deputados e provoca a reação de aliados importantes. Por isso, a reforma entra hoje na quarta sessão e a votação da proposta na comissão especial pode ser adiada em “um ou dois dias”, o que, segundo Maia, não faz muita diferença, mas aperta ainda mais o cronograma para aprovação na Casa, em dois turnos, antes do recesso parlamentar.

Esses ruídos vindos do Congresso e do Judiciário acenderam a “luz amarela” no mercado doméstico, abrindo espaço para uma realização de lucros. No pior momento do dia, o Ibovespa chegou a perder os 100 mil pontos, mas acabou fechando levemente acima dessa marca, enquanto o dólar voltou a ser negociado acima de R$ 3,85.

Já os juros futuros embutiram prêmios, reagindo à indicação não tão suave do Comitê de Política Monetária (Copom). A postura mais conservadora também do Federal Reserve contrariou as expectativas do mercado internacional, aumentando o movimento local de aversão ao risco. E o cenário externo ainda delicado deve continuar atrapalhando hoje.

Entre pombos e falcões

O mercado financeiro captou rapidamente a mensagem mais suave (“dovish”) dos principais bancos centrais globais sobre a condução da política monetária, que pode se tornar mais frouxa para estimular a atividade econômica. Mas os investidores acabaram indo longe demais ao antecipar um ciclo intenso de cortes de juros, começando já em julho.

Leia Também

Com isso, os BCs do Brasil (Copom) e dos Estados Unidos (Fed) tiveram que adotar uma postura mais conservadora (“hawkish”) ontem, ajustando as expectativas e deixando claro que, embora estejam prontos para agir, ainda existem muitos riscos no cenário. Assim, o primeiro passo em direção ao afrouxamento vai depender de uma série de fatores.

Ou seja, enquanto os investidores viam pombos e apostavam na queda acentuada das taxas básicas aqui e nos EUA nos próximos meses, os presidentes Roberto Campos Neto e Jerome Powell transformaram-se em falcões e defenderam seus mandatos, deixando claro que tal movimento agressivo nos juros é difícil de se justificar.

A mensagem é de que não cabe aos BCs assumir o protagonismo, tal qual em 2008. Tanto o Fed quanto o Copom estão com o dedo no gatilho para disparar um processo de estímulos. Mas, primeiro, a bola está no campo político, ressaltando o papel das lideranças políticas para ajudar na trajetória do crescimento econômico.

E isso vale tanto para o Congresso Nacional quanto para a Casa Branca. Tudo vai depender, então, do desenrolar das atividades em Brasília em torno da reforma da Previdência e entre Washington e Pequim sobre a guerra comercial para saber quando (e se) a rota da política monetária será alterada, rumo à injeção de “dinheiro fácil”.

Baixa expectativa

Diante disso, os investidores diminuíram as expectativas em relação a um corte iminente de juros pelo Fed e também estão menos esperançosos quanto a um acordo comercial entre EUA e China durante o encontro do G20, no Japão. Esse sentimento pesou nas bolsas asiáticas, que encerraram de forma mista.

Tóquio e Xangai tiveram perdas moderadas, enquanto Hong Kong exibiu leves ganhos. Relatos de que o governo Trump não irá fazer concessões durante as negociações com a delegação chinesa reduziram as chances de um acordo, fazendo com que o melhor cenário seja, agora, apenas a retomada das conversas entre os dois países.

A guerra comercial continua sendo a maior fonte de incerteza para o mercado financeiro, gerando preocupação quanto ao impacto potencial no crescimento econômico global e nos lucros das empresas. E qualquer piora adicional nas relações entre EUA e China pode agravar esse cenário.

Com isso, os investidores mostram cautela, o que deixa os índices futuros das bolsas de Nova York na linha d’água, mas com um ligeiro viés positivo, após Wall Street registrar ontem a terceira queda seguida. Na Europa, as principais bolsas abriram com leves baixas. O dólar, por sua vez, tem desempenho misto.

Já o petróleo tem alta firme, diante dos sinais de queda nos estoques norte-americanos, ao mesmo tempo em que monitora o conflito entre EUA e Irã e aguarda a reunião dos países produtores e exportadores (Opep), na semana que vem. Entre os bônus, o rendimento (yield) do papel norte-americano de 10 anos (T-note) oscila em alta.

Pausa na agenda

A agenda econômica desta quarta-feira segue carregada, porém com menos destaques. No Brasil, merecem atenção os índices de confiança dos empresários na construção civil e no comércio, às 8h. Depois, o Banco Central entra em cena para divulgar dados sobre as operações de crédito em maio (10h30) e sobre o fluxo cambial semanal (12h30).

Já no exterior, o calendário norte-americano traz os pedidos de bens duráveis em maio (9h30) e os estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país (11h30). Na Europa, logo cedo, tem o sentimento do consumidor alemão e o discurso do presidente do BC inglês (BoE), Mark Carney.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

30 de abril de 2025 - 19:45

Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil

QUEDA DE BRAÇO

Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal

30 de abril de 2025 - 15:59

Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos

TCHAU, QUERIDA?

Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora

30 de abril de 2025 - 12:48

Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava

TREINO ATIVO

Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas

30 de abril de 2025 - 11:08

Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

FOGO AMIGO

Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo

29 de abril de 2025 - 18:15

Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico

ALTA COM ALERTA

Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA

29 de abril de 2025 - 17:16

Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

VAI PAUSAR OU AUMENTAR?

Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste

28 de abril de 2025 - 14:02

Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento

GUERRA DOS CHIPS

Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)

28 de abril de 2025 - 13:33

Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar