Mercado aguarda decisão de BCs
Fed e Copom devem manter taxas de juros hoje, mas expectativa é por sinalização de cortes à frente

De hoje até o fim do ano, a cada 40 dias, aproximadamente, os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos reúnem-se nas mesmas datas para decidir sobre suas respectivas taxas de juros. Mas enquanto o anúncio do Federal Reserve (15h) será feito com o mercado financeiro ainda aberto, o que tende a agitar os ativos globais, a reação à decisão do Comitê de Política Monetária fica adiada para sexta-feira, por causa do feriado amanhã.
Em ambos os casos, a expectativa é de manutenção da taxa de juros, com os Fed Funds seguindo no intervalo entre 2,25% e 2,50%, enquanto a Selic deve ser mantida em 6,50% pela décima vez consecutiva. Porém, os investidores aguardam uma mudança no tom do comunicado que acompanhará o anúncio das decisões, indicando cortes à frente - quiçá já em julho.
No caso do Fed, merecem atenção também as projeções para as principais variáveis macroeconômicas contidas no gráfico de pontos, o chamado dot plot. Outro ponto de relevo é a entrevista coletiva do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, a partir das 15h30. Combinados, esses eventos envolvendo o Fed devem mexer com os mercados globais, deixando os ativos de lado até meados da tarde.
Já o Copom anuncia sua decisão de juros apenas no fim do dia, às 18h. Apesar da expectativa de manutenção da taxa Selic, a comunicação do Comitê também deve ser ajustada, indicando uma assimetria nos riscos de a inflação ficar abaixo do esperado, o que seria um primeiro passo para a redução do juro básico à frente.
Qualquer sinalização diferente, tanto em relação ao Fed quanto ao Copom, pode gerar grande frustração nos mercados, principalmente se algum BC optar por manter uma abordagem mais conservadora (“hawkish”), o que pode resultar em colapso dos ativos de risco. Já uma decisão suave (“dovish”), não deve ser tão surpreendente assim...
Ação coordenada
Isso porque os investidores acreditam que os principais bancos centrais mundiais irão lançar mão de uma nova rodada de estímulos, em uma ação coordenada nos moldes do que se viu há cerca de 10 anos, quando as autoridades monetárias agiram para conter os contágios da crise de 2008, que teve início em ativos financeiros tóxicos (subprime).
Leia Também
Dinheiro na mão é solução: Medidas para cumprimento do arcabouço testam otimismo com o Ibovespa
A fala do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, ontem, indicando que os juros básicos na zona do euro podem ser cortados em breve, se necessário, reforçou a percepção de uma atuação sincronizada entre os BCs, jogando mais ficha a favor das apostas de que Fed e Copom também devem sinalizar cortes à frente.
O problema é que existem dúvidas quanto à eficácia de tais medidas adicionais de estímulos no longo prazo. Afinal, uma década após a maior crise econômico-financeira mundial desde os anos 1930, talvez sejam necessárias medidas não convencionais - não só dos BCs - para a economia global crescer com vigor e de forma sustentável.
Fazer “mais do mesmo” pode não ser suficiente para alterar a rota da economia global, mantendo o crescimento baixo e com sustentação duvidosa. Diante dessa incerteza sobre os resultados práticos (reais), fica cada vez mais evidente que o mercado financeiro segue montado na armadilha da liquidez, da qual não consegue sair, pressionando os BCs.
Assim, mesmo que os bancos centrais disponibilizem mais recursos no sistema financeiro, os investidores e as instituições podem apenas acumular tais recursos, retendo mais moeda. Aliás, pesquisa recente de um grande banco norte-americano mostrou um aumento expressivo na situação “caixa” (“cash”) dos grandes players, com posições bem defensivas.
A única vantagem é que, agora, não existe nenhum tipo específico de ativo que esteja com demanda elevada e ausência de lastro, capaz de quebrar todo o sistema financeiro, como foi na época do subprime. Ao contrário, o que existe hoje é uma grande soma de dinheiro circulando nos mercados, em busca de retornos atraentes - e não em direção aos investimentos ou à oferta de crédito aos consumidores e empresários.
Exterior à espera
Enquanto aguardam esse movimento sincronizado, os mercados internacionais exibem oscilações estreitas. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram na linha d’água, porém, com um leve viés positivo, mas as praças europeias abriram no vermelho. Na Ásia, a sessão foi de fortes ganhos, acompanhando a alta em Wall Street ontem.
Além de alimentar as expectativas em relação ao Fed, os investidores também renovam as esperanças quanto à guerra comercial, após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que conversou com o líder chinês, Xi Jinping, e que os dois devem se reunir durante a reunião do G20, no fim do mês. As palavras de Draghi também ecoam nos mercados.
O euro, porém, se recupera e sobe em relação ao dólar, ao passo que o iene se fortalece pelo terceiro dia seguido. Já a lira turca cai, diante de relatos de novas sanções dos EUA contra o país, por causa da compras de mísseis de defesa russo. Nos bônus, o rendimento (yield) do título norte-americano de 10 anos (T-note) segue abaixo de 2,10%.
Entre as commodities, o petróleo tipo WTI se sustenta na faixa de US$ 54, enquanto o minério de ferro subiu nas negociações asiáticas.
Agenda também tem decisão de BoJ e BoE
Além das decisões de juros dos BC dos EUA, à tarde, e do Brasil, no fim do dia, a agenda econômica desta quarta-feira traz também como destaque a reunião de política monetária do Banco Central do Japão (BoJ). O anúncio será feito durante a madrugada já de quinta-feira, feriado no Brasil.
Aliás, durante a pausa nacional, amanhã, merece atenção também a decisão de juros do BC da Inglaterra (BoE). Hoje, o calendário econômico traz também os estoques semanais norte-americanos de petróleo bruto e derivados (11h30) e os números semanais sobre a entrada e saída de dólares do Brasil (12h30).
BNDES corta participação na JBS (JBSS3) antes de votação crucial sobre dupla listagem nos EUA — e mais vendas podem estar a caminho
A BNDESPar reduziu a participação no frigorífico para 18,18% do total de papéis JBSS3 e agência alerta que a venda de ações pode continuar
Impacto do clima nos negócios de bancos e instituições financeiras mais que dobra, aponta pesquisa do BC
Levantamento mostra que os principais canais de transmissão dos riscos climáticos são impactos em ativos, produção e renda, o que afeta crédito e inadimplência
Nubank (ROXO34) anuncia saída de Youssef Lahrech da presidência e David Vélez deve ficar cada vez mais em cima da operação
Lahrech deixa as posições após cerca de cinco anos na diretoria da fintech. Com a saída, quem assumirá essas funções daqui para frente será o fundador e CEO do Nu
Só pra contrariar: Ibovespa parte dos 140 mil pontos pela primeira vez na história em dia de petróleo e minério de ferro em alta
Agenda vazia deixa o Ibovespa a reboque do noticiário, mas existe espaço para a bolsa subir ainda mais?
Ibovespa está batendo recordes por causa de ‘migalhas’? O que está por trás do desempenho do índice e o que esperar agora
O otimismo com emergentes e a desaceleração nos EUA puxam o Ibovespa para cima — mas até quando essa maré vai durar?
Ibovespa (IBOV) encerra o pregão com novo recorde, rompendo a barreira dos 140 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,67
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Robotáxis da Tesla já têm data de estreia; Elon Musk promete milhões de carros autônomos nas ruas até 2026
CEO da Tesla confirma entrega de mil robotáxis até o fim de junho e quer competir com os principais apps de transporte por meio de um modelo próprio
BTG corta preço-alvo da Petrobras (PETR4) em R$ 14 e mira nova petroleira; veja motivos e oportunidades
Queda no preço do petróleo pressiona Petrobras, mas analistas ainda enxergam potencial de valorização
Trump sem o apoio de Elon Musk em 2028? Bilionário diz que vai reduzir gastos com doações para campanhas eleitorais
O CEO da Tesla foi o principal apoiador da campanha eleitoral de Donald Trump em 2024, mas ele avalia que já fez “o suficiente”
Fusão de Petz (PETZ3) e Cobasi deve ser aprovada pelo Cade ainda nesta semana, e ações chegam a subir 6%
Autarquia antitruste considera fusão entre Petz e Cobasi como de baixa concentração do mercado voltados para animais de estimação, segundo site
Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio
Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, libera compra de bitcoin para clientes, mas se mantém crítico e compara BTC a cigarro
Com um longo histórico de ceticismo, Jamie Dimon afirmou que o JP Morgan permitirá a compra de bitcoin, mas sem custodiar os ativos: “Vamos apenas colocar nos extratos dos clientes”
É hora do Brasil? Ibovespa bate novo recorde de fechamento aos 139.636 pontos, após romper os 140 mil pontos ao longo do dia
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Morgan Stanley vê rebaixamento do rating dos EUA como oportunidade para investir na bolsa americana; confira as ações recomendadas
Recomendação acontece após as bolsas de Nova York recuperarem o fôlego após trégua nas tarifas entre EUA e China, reduzindo de 145% para 30%
Do divórcio a um possível recasamento: O empurrãozinho de Trump para novo acordo entre União Europeia e Reino Unido
Cinco anos depois da formalização do Brexit, UE e Reino Unido celebram amplo acordo sobre comércio e defesa
Mobly (MBLY3) vai “sumir” da B3: ação trocará de nome e ticker na bolsa brasileira ainda neste mês
Com a decisão da Justiça de revogar a suspensão de determinadas decisões tomadas em AGE, companhia ganha sinal verde para seguir com sua reestruturação
É igual, mas é diferente: Ibovespa começa semana perto de máxima histórica, mas rating dos EUA e gripe aviária dificultam busca por novos recordes
Investidores também repercutem dados da produção industrial da China e de atividade econômica no Brasil