De volta ao clube! Bradesco tem lucro acima das projeções e rentabilidade supera os 20%
Banco registrou lucro líquido de R$ 6,238 bilhões no primeiro trimestre, alta de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado, e com retorno sobre o patrimônio de 20,5%

O Bradesco abriu a temporada de divulgação dos balanços dos grandes bancos do primeiro trimestre de volta ao seleto clube das instituições com rentabilidade acima dos 20%.
O segundo maior banco privado brasileiro registrou lucro líquido de R$ 6,238 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado superou com folga as projeções dos analistas, cuja média apontava para um lucro de R$ 6,020 bilhões, de acordo com a Bloomberg.
O avanço no lucro elevou a rentabilidade do Bradesco para 20,5% no primeiro trimestre deste ano. O banco não apresentava um retorno sobre o patrimônio acima de 20% desde o quarto trimestre de 2015. Mas vale lembrar que naquela época os bancos surfavam com a taxa básica de juros (Selic) a 14,25% ao ano.
"Esses níveis são sustentáveis ao longo do ano e ainda podemos apresentar alguma melhora", afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em teleconferência com a imprensa.
Os números aumentam a expectativa para os balanços de Santander e Itaú Unibanco, os outros membros do "Clube dos 20%", que saem na próxima semana.
É o crédito
Depois de passar os últimos anos com o freio de mão puxado no crédito e digerindo a aquisição do HSBC Brasil, que custou R$ 16 bilhões, o Bradesco voltou a acelerar na concessão de financiamentos.
A carteira de crédito do banco atingiu R$ 548,3 bilhões, um avanço de 3,1% no trimestre e de 12,7% em 12 meses. Com o resultado, o banco fica próximo do teto da projeção feita para o crescimento do crédito neste ano, que varia de 9% a 13%.
Nas linhas para pessoas físicas, a alta no crédito foi de 12,6% em 12 meses. As operações de crédito consignado, imobiliário tiveram o maior avanço percentual.
A concessão de novos financiamentos por dia útil do banco cresceu 21,5% nas linhas para pessoas físicas e 30,5% para as empresas na comparação com os três primeiros meses do ano passado.
Com a alta do crédito, a margem financeira do banco, que inclui as receitas do banco com a concessão de financiamentos e o resultado da tesouraria, subiu 4,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e somou R$ 14,087 bilhões.
Menos calotes
A queda na inadimplência como resultado da melhora ainda que tímida da economia também contribuiu para o resultado.
O índice de atrasos acima de 90 dias na carteira do banco encerrou o primeiro trimestre em 3,27%, abaixo dos 3,51% de dezembro e dos 4,4% registrados em março do ano passado.
Lazari disse que o ciclo de redução da inadimplência está perto do fim, mas ele ainda vê espaço para uma pequena melhora nos índices de calotes nos próximos trimestres.
Com a redução da inadimplência, as despesas do Bradesco para cobrir perdas com crédito, a chamada PDD, caiu 8,4% em relação aos três primeiros meses do ano passado, para R$ 3,6 bilhões.
Tarifas e despesas
A receita do banco com tarifas, que ajudou o banco a manter os lucros bilionários nos anos de crise, agora crescem a uma velocidade menor. Elas somaram R$ 8,074 bilhões, alta de 2,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2018 e abaixo da expectativa do banco para o ano como um todo, que prevê um aumento de 3% a 7%.
As despesas também foram piores do que o esperado e atingiram R$ 10,184 bilhões, uma alta de 5,7%, ou seja, acima da inflação acumulada dos últimos 12 meses. A projeção do Bradesco para este ano é de um crescimento de zero a 4% nos gastos.
Lazari creditou o avanço ao maior investimento feito pelo banco em tecnologia e ao provisionamento de gastos para o programa de bônus para a força de vendas na rede de agências.
"Nesse caso, o desvio em relação ao guidance [meta] foi bom", disse o presidente do Bradesco.
As despesas com pessoal aumentaram 6,8% na comparação com os três primeiros meses do ano passado. O banco atribuiu o crescimento ao reajuste dos bancários e ao maior número de funcionários. O Bradesco encerrou o trimestre com um total de 99.156 empregados, um aumento de 1.563 ante março de 2018.
Descolado
O desempenho do banco no trimestre se descolou da atividade econômica do país. Algo que surpreendeu o próprio Bradesco. "A economia não foi exatamente aquilo que gostaríamos e prevíamos quando fizemos o nosso orçamento", disse Lazari.
O banco reduziu a perspectiva de crescimento do PIB para 1,9% neste ano. "Mas acreditamos que a economia vai acelerar com definição da reforma da Previdência", afirmou.
Lazari espera que a reforma seja pouco desidratada. "Uma economia de R$ 1 trilhão em dez anos é fundamental para ajustar a questão fiscal", disse o presidente do Bradesco. Ele considera que uma economia menor com a proposta, de algo como R$ 600 bilhões, já não é mais suficiente para o país.
PagSeguro (PAGS34) dispara após balanço e puxa ações da Cielo (CIEL3); veja os números do resultado do 2T22
A lucro da PagSeguro aumentou 35% na comparação com o mesmo período do ano passado e atingiu R$ 367 milhões
Nos balanços do segundo trimestre, uma tendência para a bolsa: as receitas cresceram, mas os custos, também
Safra de resultados financeiros sofreu efeitos do aumento da Selic, mas sensação é de que o pior já passou
Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa
Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal
Inter (INBR31) reverte prejuízo em lucro de R$ 15,5 milhões no segundo trimestre; confira os números
No semestre encerrado em 30 de junho de 2022, o Inter superou a marca de 20 milhões de clientes, o que equivale a 22% de crescimento no período
Lucro líquido da Itaúsa (ITSA4) recua 12,5% no segundo trimestre, mas holding anuncia JCP adicional; confira os destaques do balanço
Holding lucrou R$ 3 bilhões no segundo trimestre e vai distribuir juros sobre capital próprio no fim de agosto
Nubank (NUBR33) tem prejuízo acima do esperado no 2º tri, e inadimplência continuou a se deteriorar; veja os destaques do balanço
Prejuízo líquido chegou a quase US$ 30 milhões, ante uma expectativa de US$ 10 milhões; inadimplência veio dentro do esperado, segundo o banco
Marfrig (MRFG3) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e programa de recompra de 31 milhões de ações; veja quem tem direito aos proventos e os destaques do balanço
Mercado reage positivamente aos números da companhia nesta sexta (12); dividendos serão pagos em setembro
Oi (OIBR3) sai de lucro para prejuízo no 2T22, mas dívida líquida desaba
Oi reportou prejuízo líquido de R$ 320,8 milhões entre abril de junho, vinda de um lucro de R$ 1,09 bilhão no mesmo período do ano anterior
Cenário difícil para os ativos de risco pesa sobre o balanço da B3 no 2º trimestre; confira os principais números da operadora da bolsa
Companhia viu queda nos volumes negociados e também nas principais linhas do balanço, tanto na comparação anual quanto em relação ao trimestre anterior
Apelo de Luiza Trajano não foi à toa: Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 135 milhões no 2T22 — veja o que afetou o Magalu
O Magalu conseguiu reduzir as perdas na comparação com o primeiro trimestre de 2022, mas em relação ao mesmo período de 2021, acabou deixando o lucro para trás
Leia Também
-
Itaú BBA elege dois grandes vencedores na corrida dos bancos digitais — mas só um deles é o preferido
-
Problemas no Bradesco (BBDC4)? Clientes reclamam de contas zeradas e erros no saldo; veja o que disse o banco
-
Agora vai? Americanas (AMER3) fecha acordo com parte dos credores e revela como fará aumento de capital bilionário
Mais lidas
-
1
Ganhador ‘sumido’ da Mega-Sena enfim busca o prêmio de R$ 84 milhões — mas não sem antes jogar mais de R$ 1 milhão pelo ralo
-
2
Nova “caneta emagrecedora” é mais eficaz que o Ozempic para perda de peso, sugere estudo — mas nem a fabricante do medicamento recomenda o uso para este fim
-
3
Por que Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) caem forte na bolsa mesmo com a alta do dólar