Na onda dos IPOs e follow-ons: entenda o que leva uma empresa a abrir capital e ofertar ações em bolsa
Segundo semestre de 2019 promete ser mais agitado em termos de ofertas de ações na bolsa, o que é bom para o investidor; mas você sabe o que leva uma empresa a abrir o capital?
Na última semana, a incorporadora Trisul reabriu a temporada de ofertas de ações na bolsa de valores brasileira ao captar R$ 405 milhões junto a investidores. As próximas semanas reservam ofertas do Banco Pan e do Banrisul, que já têm ações negociadas na B3, além da abertura de capital de novas companhias, que devem fazer o chamado IPO, sigla em inglês para Oferta Pública Inicial.
Ofertas de ações são boas notícias para os investidores, porque significam que a economia está se movimentando e que o volume e variedade de opções de ativos renda variável está aumentando.
Mas você sabe o que leva uma empresa a abrir o capital na bolsa e ofertar ações?
O que leva uma empresa à abertura de capital
A abertura de capital permite às empresas obter recursos para financiar suas atividades a um custo mais baixo, além de facilitar a saída de sócios com grande participação no negócio.
Companhias abertas têm mais visibilidade e estão obrigadas a seguir uma série de regras de transparência, além de pagar algumas taxas. Tudo isso contribui para reduzir o seu custo de capital, isto é, baratear seu acesso a financiamento.
Lembrando que, dependendo do nível de governança da companhia, ela precisa cumprir mais ou menos exigências de transparência e organização. Quanto mais alta a governança, mais transparente é a companhia e mais atrativa ela se torna para os investidores.
Leia Também
No vídeo a seguir eu falo um pouco mais sobre os níveis de governança corporativa da bolsa brasileira:
É importante deixar claro que nem toda abertura de capital implica oferta de ações. O processo também é exigido para a emissão de outros tipos de valores mobiliários, como as debêntures, que são os títulos de dívida das empresas.
Assim, uma empresa aberta pode emitir ações e dívida ou apenas um tipo de ativo.
Ao emitir dívida, a empresa aberta está aumentando sua participação de capital de terceiros, isto é, está obtendo empréstimos junto a pessoas físicas e jurídicas sem ter, necessariamente, que recorrer a uma instituição financeira.
Ao emitir ações, no entanto, a companhia está aumentando a sua participação de capital próprio, isto é, abrindo o seu quadro acionário para o grande público de forma a permitir que outras pessoas físicas e jurídicas passem a fazer parte do seu quadro de sócios.
Ao fazer abertura de capital com oferta de ações na bolsa, portanto, a companhia está, na verdade, buscando novos sócios: gente que acredita no seu negócio e vai topar fazer aportes na companhia em troca de participação nos seus lucros. Os recursos captados serão usados pela empresa no seu próprio negócio.
Tipos de ofertas
Existem dois tipos de ofertas de ações: as primárias e as secundárias.
Nas ofertas primárias, a própria empresa oferece as ações ao mercado e os recursos obtidos junto aos investidores vão para o caixa da companhia. É uma maneira de a empresa se financiar.
Já nas ofertas secundárias, grandes sócios vendem parte ou a totalidade da sua participação na bolsa. Os recursos vão, então, para o bolso dos sócios que realizaram a venda, e não para o caixa da companhia.
Vamos a alguns exemplos: a oferta de ações da Trisul, que eu mencionei no início desta matéria, foi uma oferta primária. Todos os R$ 405 milhões captados com a venda das ações na bolsa foram para o caixa da incorporadora.
A oferta do Banco Pan, por sua vez, será primária e secundária. Metade dos recursos obtidos com a venda das ações vai para o caixa do banco, e a outra metade vai para a sócia que vai aproveitar o embalo para vender as suas ações, a Caixa Participações.
Finalmente, a oferta do Banrisul será totalmente secundária. O sócio principal - o governo do Estado do Rio Grande do Sul - venderá parte das suas ações e espera arrecadar, para os seus cofres, mais de R$ 2 bilhões.
Note que processos de privatização de estatais por meio da oferta de ações em bolsa são ofertas secundárias, em que o ente governamental é o sócio principal que deseja levantar recursos por meio da venda da sua parte.
Outro tipo de oferta secundária muito comum é no caso das empresas que receberam aportes de fundos de capital de risco quando ainda tinham capital fechado.
Esses fundos em geral investem em empresas em estágio inicial ou que precisam passar por grandes mudanças. Depois que o negócio amadurece, geralmente eles vendem a sua participação na bolsa e realizam os lucros.
É por isso que quem gosta de investir em ações está sempre de olho nos aportes dos grandes fundos em startups, por exemplo.
IPO vs. follow-on
O IPO - sigla em inglês para Initial Public Offering - nada mais é que a Oferta Pública Inicial de ações, isto é, a primeira oferta de ações de uma companhia estreante na bolsa.
Em 2019, só duas companhias fizeram IPO na bolsa brasileira: a Centauro e a Neoenergia.
Já o follow-on, também chamado de oferta subsequente, é uma nova oferta de ações feita por uma empresa que já tem ações negociadas em bolsa. É o caso, por exemplo, dessa última oferta da Trisul.
Repare que tanto IPOs como follow-ons podem incluir ofertas primárias ou secundárias. O fato de ser uma oferta primária ou não nada tem a ver com ser um IPO ou um follow-on.
A capitalização da Petrobras que ocorreu em 2010 é um bom exemplo de follow on em que ocorreu uma oferta primária.
Lembrando que é apenas no caso das ofertas primárias, sejam elas iniciais ou subsequentes, que a companhia de fato capta recursos para se financiar. Quaisquer negociações entre sócios, majoritários ou minoritários, não afetam o caixa da empresa.
Uma companhia também pode recomprar os seus próprios papéis, num processo chamado de Oferta Pública de Aquisição (OPA), que pode ser parcial ou total. Caso decida fechar seu capital, a empresa deve recomprar todas as suas ações.
Foi o que ocorreu, por exemplo, com a adquirente Redecard, que fechou o capital em 2012 após uma OPA.
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
