Brasil deve ter a segunda maior expansão da produção de petróleo fora da Opep em 2019
EUA, o Brasil, a Rússia e o Reino Unido devem ser os principais impulsionadores do crescimento da produção no próximo ano
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) previu nesta quarta-feira, 12, que o Brasil deverá apresentar a segunda maior taxa de expansão da produção de petróleo no ano que vem fora do cartel, atrás apenas dos Estados Unidos.
"Os EUA, o Brasil, a Rússia e o Reino Unido são os principais impulsionadores do crescimento do próximo ano, enquanto se espera que o México e a Noruega apresentem declínios consideráveis", previu a entidade que tem sede em Viena, por meio de seu relatório mensal divulgado nesta quarta. A estimativa para o Brasil é de um abastecimento de 3,63 milhões de barris por dia (bpd) em 2019 ante suprimento de 3,26 milhões de bpd este ano.
"Depois de um começo de ano saudável, a economia mundial foi marcada em 2018 por uma crescente divergência nas tendências de crescimento", pontuou a instituição.
Dentro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os EUA conseguiram crescer com uma taxa muito maior do que outras economias, alimentada por um estímulo fiscal extraordinário. Além disso, as tendências de crescimento nas economias emergentes e em desenvolvimento têm sido cada vez mais diversificadas, com altos níveis de crescimento de Índia e China, enquanto a Rússia, o Brasil e outros conseguiram apenas um crescimento menor", comparou.
Sobre a oferta de fora da Opep no ano que vem, a Organização conta com um forte crescimento devido à "forte elevação dos investimentos" em petróleo nos EUA, bem como o "crescimento robusto" esperado com os novos projetos no Brasil.
No relatório, a entidade também comentou que o dólar avançou contra as moedas exportadoras de commodities, com uma alta de 0,8% em relação ao real, e de 0,7% em relação ao rublo russo. E lembrou que a moeda americana perdeu 1,8% em uma média mensal contra o peso argentino e 7,9% em relação à lira turca, com o impacto das medidas de aperto monetário de seus bancos centrais e melhora dos saldos comerciais.
A previsão para o crescimento no Brasil e na Rússia também permaneceu inalterada no documento deste mês da entidade na comparação com o do mês anterior. O crescimento no Brasil está previsto em 1,1% em 2018 e 1,8% em 2019.
"Dependendo das ações políticas do novo governo após as eleições mais recentes, bem como da evolução dos preços das commodities, a previsão de crescimento para 2019 pode mudar", observou. O crescimento da Rússia permanece em 1,6% em 2018 e em 1,7% em 2019, também dependente da evolução política e dos preços das commodities.
Demanda
Para o restante de 2018 e 2019, as expectativas de crescimento da demanda por petróleo na América Latina são semelhantes às projeções do mês passado, com perspectivas um pouco melhores para a economia em comparação com 2018, além de uma melhoria geral nas condições econômicas na região, com o Brasil devendo liderar o crescimento do consumo de petróleo. O incremento da demanda de petróleo na região está projetado para aumentar em 20 mil bpd em 2018 e 53 mil bpd em 2019.
No Brasil, o uso de petróleo aumentou marginalmente em outubro de 2018, subindo 22 mil bpd, ou cerca de 1% na comparação com o mesmo mês do ano passado. A demanda total de petróleo ficou em 2,74 milhões de bpd em outubro.
A maioria dos produtos registrou aumentos positivos, porém esses ganhos foram contrabalançados por quedas na gasolina e no óleo combustível, que declinaram acentuadamente, segundo a Opep.
O consumo de gasolina diminuiu em quase 100 mil bpd, com o produto continuando a perder sua vantagem sobre o etanol. O etanol, em contraste, aumentou acentuadamente em cerca de 0,13 mil bpd, à medida que os motoristas mudaram para esse combustível, aproveitando o diferencial de preço.
O diesel ganhou impulso durante o mês de outubro, aumentando em torno de 30 mil bpd, o que equivale a 3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa elevação, de acordo com a Opep, ocorreu em linha com a maior produção industrial em diversos setores. "Similar ao mês passado, a demanda por petróleo de 2018 no Brasil foi equilibrada no quarto trimestre do ano, com a atividade econômica no País permanecendo estável", concluiu.
O ciclo continua: Opep+ confirma aumento da oferta de petróleo em 100 mil barris por dia em setembro
A previsão era encerrar o ciclo de altas na oferta no próximo mês; o acréscimo de barris de petróleo, portanto, será menor em comparação aos meses de julho e agosto
Biden sai por uma porta, Putin entra pela outra: Arábia Saudita aproveita a pechincha e aumenta importação de petróleo russo; commodity opera em alta hoje
O presidente americano Joe Biden fez sua primeira visita ao Oriente Médio, na tentativa de baratear o preço do petróleo; mas sem sucesso no alinhamento às sanções à Rússia
Seguindo os planos: Opep+ vai produzir 648 mil barris a mais por dia em agosto
O grupo manteve a decisão de elevar a produção de petróleo entre julho e agosto; a Opep+ tem realizado sucessivos aumentos para conter a alta dos preços dos combustíveis no mercado internacional
Fator Putin: Opep+ vai aumentar de novo a produção de petróleo em julho e agosto; saiba por quê
Na tentativa de conter a alta dos preços do petróleo, a Opep+ deve aumentar a produção diária em 600 mil barris
Opep+ vai produzir 432 mil barris de petróleo a mais por dia em junho; saiba o por quê
Mesmo com o aumento da oferta de petróleo pela Opep, a cotação da commodity segue em alta. Nova reunião acontece em 2 de junho
Ganância, dinheiro e poder – ou por que hoje só invisto em petróleo na hora de encher o tanque do carro
Deixei de operar petróleo e jamais comprarei novamente papéis da Petrobras ou qualquer outra ação sobre a qual o governo tenha influência
Opep+ chega a acordo para elevar produção de petróleo
Acordo também encerra impasse entre Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos
Opep eleva previsão para crescimento do PIB do Brasil em 2021, de 3% para 3,2%
A análise destaca que a atividade econômica voltou ao nível pré-pandemia no primeiro semestre e se mostrou “resiliente” à escalada de casos de coronavírus na primeira etapa do ano
Impasse da Opep+ e variantes do coronavírus pesam no mercado de petróleo, avalia AIE
Em relatório mensal publicado nesta terça-feira, 13, a entidade com sede em Paris diz que se a Opep não conseguir superar o impasse atual
Dados da atividade econômica dos países devem movimentar os negócios, em meio ao medo da variante delta
O chamado PMI mede a atividade econômica, que tem apontado para uma retomada da economia para o segundo semestre
Leia Também
-
Goldman eleva recomendação para 3R Petroleum (RRRP3) e fusão com Enauta (ENAT3) é só um dos motivos
-
Ataque do Irã poderia ter sido muito pior: não estamos diante da Terceira Guerra Mundial — mas saiba como você pode proteger
-
Ataque do Irã deve fazer petróleo e dólar dispararem — mas o efeito nos juros será mais devastador para a economia