🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

O que separa os meninos dos homens?

Os fundamentos estão postos. É um bull market estrutural. Ele tem alguma volatilidade, mas passa. E termina bem.

10 de outubro de 2018
12:43 - atualizado às 15:54
Estátua do touro de Wall Street representando a alta das bolsas de hoje
Estamos em um bull market na Bolsa de Valores brasileira - Imagem: Shutterstock

Dr. Burry escuta o sino da NYSE tocando em seu computador. É o fim do pregão naquele dia. Ele coloca seus fones de ouvido na altura máxima do Speed Metal, levanta-se calmamente, põe os pés descalços no chão, repousa as baquetas sobre a mesa depois de um breve “air drumming” e se dirige ao quadro negro no canto da sala. Dr. Burry vai marcar a cota diária de seu fundo: -7 por cento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No dia seguinte, repete metodicamente o procedimento: -6 por cento. E depois, -2 por cento. Assim foi, por quase três anos, sem alívio. “Você ainda faz isso, todos os dias?” Ele apenas anui com a cabeça, encostando o queixo no peito.

A cada pregão, era como se uma águia viesse bicar-lhe o fígado, exatamente como no mito de Prometeu (etimologia precisa ao caso: premeditação), em que Zeus (ou os deuses do consenso de Wall Street) se vinga(m) por ter(em) sido desafiado(s).

Era pelos idos de 2005/06. As datas e as variações não obedecem a uma precisão rigorosa. Não importa. A essência está preservada e, no fim do dia, o relevante é a essência.

Até que... boom! A bolha imobiliária norte-americana explodiu e ele se tornou um dos mais bem-sucedidos e aclamados gestores da época. Por anos, ele esteve short (apostando na queda) do mercado imobiliário americano, identificando antes dos outros a podridão das hipotecas subprime e o esquema de pirâmide daquele tipo de alavancagem. Por anos, o excêntrico médico com síndrome de Asperges foi ridicularizado. De esdrúxulo e desajustado a gênio e premonitório, como num passe de mágica. Ou numa quebra do Lehman Brothers.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tudo está narrado no livro “A Jogada do Século”, de Michael Lewis. Virou filme, concorreu ao Oscar e tal. “A Grande Aposta” conta esse e outros esquemas de Wall Street até a caminhada rumo à crise de 2008.

Leia Também

A história de Michael Burry é mesmo impressionante. Mas o que realmente atina minha alma quando penso a respeito não é seu sucesso. Eu me interesso por terceiros. Por outros igualmente geniais, talvez até mesmo mais geniais, que também identificaram os problemas da bolha imobiliária norte-americana lá por 2005 ou 2006, mas simplesmente não tiveram a estamina de persistir, de continuar em frente a despeito dos obstáculos. Abortaram a causa por algum motivo qualquer. Sabotaram a si mesmos.

Não importa a razão. Todos os dias o mercado vem testar sua convicção. Há uma notícia na capa do jornal mostrando o quanto você está errado, existe pressão de saques em seu fundo, seus concorrentes estão voando e você não foi convidado para a festa. A todo momento, existe um canto da sereia sussurrando em seu ouvido e boicotando a si mesmo: abandone a sua posição.

Veja o Stuhlberger falando para a Luciana Seabra no Seu Dinheiro: “Eu estava certo sobre China, rigorosamente certo, mas abandonei a posição antes da hora; eu capitulei e perdi dinheiro”. Cara, é o Stuhlberger, sacou? Imagina nós aqui fora do Olimpo… Aliás, caso ainda não tenha feito o cadastro na newsletter do Seu Dinheiro, fica aqui o convite. Está realmente especial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A arte da gestão de patrimônio não está em acumular planilhas e analisar balanços. Também não se encontra nos melhores processos ou na melhor tecnologia. Tudo isso está commoditizado. Não gera edge, não o coloca à frente de ninguém.

O verdadeiro diferencial do investidor vem exatamente do mesmo desafio de casos cotidianos, da perseguição pelo equilíbrio tácito entre teimosia e convicção, entre perseverar sem ser cego para alternativas, entre Dionísio e Apolo, entre prazo e qualidade, entre os sistemas 1 e 2 de Daniel Kahneman, entre o Eu Superior e o Eu Inferior de Ray Dalio. A convivência harmoniosa com a ambivalência.

Quando persistir e quando capitular?

Por mais que me esforce para responder à questão, a verdade é que não darei conta de endereçá-la em sua integralidade. Muito nesse processo, talvez a maior parte, vem de conhecimento tácito, não formalizável, não estruturado, nem possível de ser escrito. A intuição é um monte de conhecimento que fica acumulado lá no fundo, sem a gente perceber.

Mas existe algo que faço capaz de ao menos ajudar no processo — sendo mais rigoroso: algo que ao menos tem ajudado até aqui. O futuro não nos pertence e a qualquer momento podemos entregar tudo. De vilões a heróis num passe de mágica e vice-versa. No mercado, você é tão bom quanto seu último trade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se você tem uma tese, escreva aquilo. Anote as razões fundamentais para justificar sua ideia ou sua posição. Não se perca em filigranas. Aponte somente o essencial. Com o passar do tempo, várias notícias chegarão para formar uma antítese à sua tese. “Mother do you think they will try to break my balls?" Verifique se aquilo, de fato, fere a essência da coisa, se a estrutura basal foi afetada ou se é apenas um mero obstáculo incapaz de desconstruir o que realmente importa.

Vivi na pele intensamente isso. Estava (e ainda estou) com a tese otimista para ativos de risco brasileiros. Ela se fundamentava em três coisas:

  1. crescimento ainda forte da economia mundial favorecendo preços de commodities;
  2. muita capacidade ociosa dos fatores de produção brasileiros, com prognóstico de vertiginosa expansão dos lucros corporativos;
  3. e migração do pêndulo político para o espectro da direita liberal.

Vieram a guerra comercial lá fora, a fragilidade da geopolítica internacional, o medo com a subida de juros nos EUA, os tuítes de Donald Trump, a incerteza com a eleição brasileira, a greve dos caminhoneiros (nossa, a greve dos caminhoneiros foi um momento difícil), as decepções com a atividade econômica doméstica, o clássico “sudden stop” em mercados emergentes. Por várias e várias vezes, eu estive prestes a capitular. Todos os dias era acometido pela dúvida: “Acho que não vai dar”. Pensei dia sim, e no outro também, em estopar algumas posições e estive muito perto de fazê-lo, admitindo o erro na tese original.

Por sorte, fomos teimosos, porque achávamos que a essência estava preservada. Ainda éramos os mesmos. No final, deu certo (ao menos até aqui). A Carteira Empiricus, que é como eu meço na prática e na pele meu próprio desempenho, entrega mais de 170 por cento do CDI no ano, depois de muito tiro, porrada e bomba. E, no meu chutômetro, acho que tem muito mais por vir.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas não conto isso para narrar uma situação passada. Abordo a questão porque seremos submetidos novamente nas próximas semanas a testes de nossa convicção. Haverá o Onyx Lorenzoni falando bobagem, o Bolsonaro tentando corrigir bobagens dizendo outras bobagens, o Datafolha sendo Datafolha, a Eurasia sendo Eurasia, momentos de estresse, realizações de lucro, correções pontuais. Precisamos separar o que é ruído do que é sinal. O galho vai balançar. Não abandone o navio antes da hora. Mais uma vez: os fundamentos estão postos. É um bull market estrutural. Ele tem alguma volatilidade, mas passa. E termina bem.

Mercados amanhecem sob realização de lucros, catalisada por declarações atabalhoadas da equipe de Jair Bolsonaro. “Essa reforma da Previdência não passa”, “a China está comprando o Brasil e não podemos privatizar a geração de Eletrobras”, “precisamos de cuidado com a política de preços da Petrobras” e por aí vai. Muita retórica eleitoral, pouco efeito prático.

Não há muitos drivers do exterior, onde Bolsas norte-americanas estão perto do zero a zero. Há alguma tensão com escalada do rendimento dos Treasuries.

Agenda doméstica trouxe alta de 1,06 por cento para o IGP-M, levemente abaixo do esperado, enquanto aguarda-se Datafolha à noite — embora já tenha virado piada. Nos EUA, saem preços ao produtor e estoques de petróleo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ibovespa Futuro abre em baixa de 1 por cento, dólar e juros futuros sobem

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MARKET MAKERS

Bitcoin deixa de ser ‘ilha’ e passa a se comportar como mercado tradicional — mas você não deve tratar criptomoedas como ações de tecnologia

3 de agosto de 2022 - 15:47

Os convidados do Market Makers desta semana são Axel Blikstad, CFA e fundador da BLP Crypto, e Guilherme Giserman, manager de global equities no Itaú Asset

SÓ O AMOR…

Entenda o que são as ‘pontes’ que ligam as blockchains das criptomoedas; elas já perderam US$ 2 bilhões em ataques hackers

3 de agosto de 2022 - 14:35

A fragilidade desses sistemas se deve principalmente por serem projetos muito novos e somarem as fraquezas de duas redes diferentes

DESVIANDO DO FOGO

Mesmo em dia de hack milionário, bitcoin (BTC) e criptomoedas sobem hoje; depois de ponte do ethereum (ETH), foi a vez da solana (SOL)

3 de agosto de 2022 - 11:36

Estima-se que cerca de US$ 8 milhões (R$ 41,6 milhões) tenham sido drenados de carteiras Phantom e Slope, além da plataforma Magic Eden

CRIPTO-GUERRA

Em 6 meses de guerra, doações em criptomoedas para Rússia somam US$ 2,2 milhões — mas dinheiro vai para grupos paramilitares; entenda

2 de agosto de 2022 - 15:48

Esse montante está sendo gasto em equipamentos militares, como drones, armas, coletes a prova de balas, suprimentos de guerra, entre outros

EXCLUSIVO

Bitcoin (BTC) na origem: Conheça o primeiro fundo que investe em mineração da principal criptomoeda do mercado

2 de agosto de 2022 - 11:41

Com sede em Miami, a Bit5ive é uma dos pioneiras a apostar no retorno com a mineração de bitcoin; plano é trazer fundo para o Brasil

PONTES DESTRUTÍVEIS

Mais um roubo em criptomoedas: ponte do ethereum (ETH) perde US$ 190 milhões em ataque; porque hacks estão ficando mais frequentes?

2 de agosto de 2022 - 11:39

Os hacks estão ficando cada vez mais comuns ou os métodos para rastreá-los estão cada vez mais sofisticados? Entenda

DE OLHO NA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas preparam-se para brilhar no último pregão de julho; Ibovespa repercute hoje dados da Vale e Petrobras

29 de julho de 2022 - 8:03

Mercados repercutem balanços de gigantes das bolsas e PIB da Zona do Euro. Investidores ainda mantém no radar inflação nos EUA e taxa de desemprego no Brasil

ESQUENTA DOS MERCADOS

Somente uma catástrofe desvia o Ibovespa de acumular alta na semana; veja o que pode atrapalhar essa perspectiva

22 de julho de 2022 - 7:24

Ibovespa acumula alta de pouco mais de 2,5% na semana; repercussão de relatório da Petrobras e desempenho de ações de tecnologia em Wall Street estão no radar

Esquenta dos mercados

Bolsas amanhecem sob pressão do BCE e da renúncia de Draghi na Itália; no Ibovespa, investidores monitoram Petrobras e Vale

21 de julho de 2022 - 7:21

Aperto monetário pelo Banco Central Europeu, fornecimento de gás e crise política na Itália pesam sobre as bolsas internacionais hoje

DE OLHO NA BOLSA

Esquenta dos mercados: Dirigente do Fed traz alívio aos mercados e bolsas sobem com expectativa por balanços de bancos

15 de julho de 2022 - 7:06

Hoje, investidores mostram-se animados com os balanços do Wells Fargo e do Citigroup; por aqui, repercussões da PEC Kamikaze devem ficar no radar

DE OLHO NA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais tentam recuperação após corte de juros na China; Ibovespa acompanha reunião de Bolsonaro e Elon Musk

20 de maio de 2022 - 8:11

Por aqui, investidores ainda assistem à divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas pelo Ministério da Economia

DESTAQUE NEGATIVO DO DIA

Hapvida (HAPV3) decepciona e tomba 17% hoje, mas analistas creem que o pior já passou — e que as ações podem subir mais de 100%

17 de maio de 2022 - 13:29

Os números do primeiro trimestre foram pressionados pela onda da variante ômicron, alta sinistralidade e baixo crescimento orgânico, mas analistas seguem confiantes na Hapvida

SEU DIA EM CRIPTO

Oscilando nos US$ 30 mil, bitcoin (BTC) mira novos patamares de preço após criar suporte; momento é positivo para comprar criptomoedas

17 de maio de 2022 - 11:49

Entenda porque a perda de paridade com o dólar é importante para a manutenção do preço das demais criptomoedas do mundo

SEU DIA EM CRIPTO

Bitcoin (BTC) permanece abaixo dos US$ 30 mil e mercado de criptomoedas está em estado de pânico com stablecoins; entenda

16 de maio de 2022 - 11:16

Entenda porque a perda de paridade com o dólar é importante para a manutenção do preço das demais criptomoedas do mundo

SEU DIA EM CRIPTO

Terra (LUNA) não acompanha recuperação do bitcoin (BTC) neste domingo; criptomoedas tentam começar semana com pé direito

15 de maio de 2022 - 10:20

Mesmo com a retomada de hoje, as criptomoedas acumulam perdas de mais de dois dígitos nos últimos sete dias

MERCADOS HOJE

Bolsas no exterior operam em alta com balanços melhores que o esperado; feriado no Brasil mantém mercados fechados

21 de abril de 2022 - 11:54

Investidores também digerem inflação na zona do euro e número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA

BITCOIN (BTC) HOJE

Em recuperação, bitcoin (BTC) sobe mais de 4% hoje, mas Solana (SOL) é destaque entre criptomoedas e dispara 17% após anúncio do Solana Pay; entenda

1 de fevereiro de 2022 - 11:58

Os dados internos da blockchain do bitcoin mostram que a maior criptomoeda do mundo permanece no meio de um “cabo de guerra” entre compradores e vendedores

BITCOIN (BTC) HOJE

Bitcoin (BTC) cai após um final de semana de recuperação e criptomoedas esperam ‘lei Biden’ esta semana, mas ethereum (ETH) se aproxima de ponto crítico

31 de janeiro de 2022 - 11:46

A segunda maior criptomoeda do mundo está em xeque com o aprofundamento do ‘bear market’, de acordo com a análise gráfica

semana em cripto

Bitcoin (BTC) cai mais de 6% em sete dias, de olho no Fed e na próxima lei de Joe Biden; confira o que movimentou o mercado de criptomoedas nesta semana

28 de janeiro de 2022 - 9:56

Putin a favor da mineração de criptomoedas, Fed e Joe Biden no radar do bitcoin, Elon Musk e Dogecoin e mais destaques

BITCOIN (BTC) HOJE

Bitcoin (BTC) recua com aumento de juros do Fed no horizonte e investidores de criptomoedas esperam por lei de Joe Biden; entenda

27 de janeiro de 2022 - 13:28

O plano do presidente americano pesava a mão na taxação de criptomoedas e ativos digitais, no valor de US$ 550 bilhões

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar