O Banco Central (BC) fará novo leilão de linha com compromisso de recompra nesta terça-feira. O montante ofertado será de até US$ 1 bilhão com liquidação para fevereiro e março de 2019. A última atuação do tipo tinha acontecido na terça-feira da semana passada.
Nesse tipo de atuação o BC “empresta” os dólares das reservas internacionais que terão de ser devolvidos posteriormente. As atuações têm acontecido desde o fim de novembro conforme aumentou a demanda por moeda à vista para remessas para fora do país.
Os dados sobre o fluxo cambial em novembro mostraram uma saída líquida de US$ 6,6 bilhões, maior desde 2008 para meses de novembro. As retiradas ficaram concentradas na conta financeira, que teve saída de quase US$ 13 bilhões. Na quarta-feira, o BC atualizará os dados referentes à primeira semana de dezembro.
Segundo o BC, o estoque atual de operações de venda conjugadas com operações de compra, nome formal da linha, é de US$ 3,10 bilhões vincendos em 4 de fevereiro de 2019 e US$ 2,15 bilhões com vencimento em 6 de março de 2019. Desse total de US$ 5,25 bilhões, US$ 4 bilhões são “linhas novas” colocadas no mercado e US$ 1,25 bilhão é referente à rolagem de operação feita em agosto e que venceria no começo de dezembro.
Nesta segunda-feira, o dólar comercial encerrou com alta de 0,69%, negociado a R$ 3,9223. Na máxima do dia, a moeda chegou a ser negociada a R$ 3,9459.
Os leilões de linha são habituais ao menos desde 2011 nos meses de novembro e, principalmente, dezembro conforme aumenta a demanda por moeda física pelas empresas e fundos que estão fechando balanços anuais. Agora em 2018 parece estar ocorrendo uma antecipação desta demanda.
Além das atuações pontuais no mercado à vista, o BC continua realizando diariamente a rolagem dos contratos de swaps cambiais que vencerão em janeiro de 2019. O swap equivale à venda de dólares no mercado futuro. O lote a vencer soma US$ 10,4 bilhões.
Quando o BC promove a rolagem integral dos contratos de swaps ele se mantém “neutro” no mercado, sem alterar o atual estoque total de US$ 68,9 bilhões. Se a opção fosse por não realizar a rolagem ou mesmo pela rolagem parcial, o efeito líquido no mercado seria de compra de dólares no mercado futuro.