Os minoritários da Bradespar têm um plano para salvar seus dividendos – e a Vale está na jogada
A Bradespar, holding de investimentos do Bradesco, disse dia 19 de outubro que não vai pagar dividendos este ano. Um conselheiro propôs vender parte das ações da Vale para remunerar o acionista.
Há dez dias (19 de outubro), a Bradespar, holding de investimentos do Bradesco, informou aos seus acionistas que o pagamento de dividendos este ano subiu do telhado.
O motivo, obviamente, é o prejuízo causado à holding pelo acordo fechado por ela e pela Litel com a Eletron. As três eram acionista da Vale em 1997, quando houve uma reorganização societária na mineradora. A Elétron, do banqueiro Daniel Dantas, se sentiu prejudicada no processo e há 20 anos batalhava por uma indenização. Tantos anos depois o valor fechado foi de R$ 2,8 bilhões _ metade sai do bolso da Litel e metade da carteira da Bradespar.
Mas no fim da tarde da terça-feira (30), o mercado ficou sabendo que os minoritários de Bradespar têm um plano para não ficar sem os dividendos. A empresa divulgou a ata da reunião de conselho que tratou do assunto no dia 19 e lá está uma manifestação de voto do conselheiro André Leal Faoro, advogado que assumiu o posto após eleição em separado pelos donos de ações preferenciais da Bradespar.
Qual é o plano?
A ideia de Faoro é simples. Em dezembro passado, a Vale novamente reorganizou seu bloco de controle. E a Bradespar, holding que hoje possui como ativo apenas as ações da Vale, recebeu uma quantidade extra de ações ordinárias (ON, com direito a voto) da mineradora. O conselheiro sugere, então, que a Bradespar venda essas ações para que possa ter caixa suficiente para pagar os dividendos. Segundo ele, o momento é propício para fazer a operação. Vale ON acumula alta de mais ou menos 34% este ano.
A Bradespar tem hoje 332 milhões de ações ON da Vale e pode vender 116 milhões, um terço delas, sem ter alterada sua posição no bloco de controle da mineradora. Estamos falando em cerca de R$ 6 bilhões, conforme as cotações atuais.
No voto, Leal sugere que com a venda dessa parcela a mais a Bradespar poderia aproveitar o crédito fiscal gerado pelo prejuízo causado pelo acordo com a Eletron.
Leia Também
Diz o conselheiro em sua manifestação:
“Como a Bradespar é uma holding não operacional, sem geração de lucros tributáveis, a captura do referido crédito é complexa, e requer, na prática, a realização da venda de participações na própria Vale. De outra forma, se o crédito
tributário não for utilizado ainda este ano, passará a ser passível de uso apenas à base máxima de 30% do IR a pagar por ano, o que, certamente, não parece ser a melhor opção para a companhia”, diz.
Leal argumentou ainda que os acionistas da Bradespar têm sofrido com a continua ampliação do desconto frente à sua investida Vale, sendo certo que a utilização do crédito fiscal através da venda de ações da Vale e imediata distribuição de dividendo extraordinário por parte da Bradespar poderá significar geração de valor para todos os acionistas.
O advogado é a voz dos minoritários num conselho de 8 integrantes - 7 deles indicados pelo Bradesco. Um dos minoritários envolvidos na proposta resumiu assim as suas expectativas: “Difícil de dizer se a sugestão será absorvida. Faz todo sentido, mas é um conselho complexo de se trabalhar”.
Quer receber notícias por e-mail? Clique aqui e se cadastre na nossa newsletter gratuita.
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores