🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR ESTE MÊS – ACESSE DE GRAÇA

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Acordo comercial fica em suspenso

Fase um do acordo comercial entre EUA e China pode ficar para 2020, diante das dificuldades dos dois países em alcançar consenso

Olivia Bulla
Olivia Bulla
21 de novembro de 2019
5:35 - atualizado às 6:01
Tarifas existentes e programadas, pelo lado dos EUA, e novas concessões de Pequim travam negociações

Relatos de que a fase um do acordo comercial entre Estados Unidos e China pode ficar para o ano que vem preocupa o mercado financeiro, que teme por um novo impasse, pouco tempo depois do anúncio de que a primeira etapa seria assinada em meados deste mês garantiu um rali nos ativos de risco. O ressurgimento das incertezas pesou ontem em Wall Street, que fechou no vermelho e contrata um ajuste negativo nos negócios locais hoje, após a pausa por causa do feriado em São Paulo.

Ainda assim, o desmentido da Casa Branca sobre o adiamento da primeira fase do acordo para 2020 aliviou a pressão sobre as bolsas de Nova York, que tiveram quedas moderadas ontem. Hoje, na Ásia, as principais bolsas fecharam no vermelho, com as perdas lideradas por Hong Kong (-1,5%), diante da possibilidade de EUA e China não alcançarem um consenso ainda neste ano. Xangai caiu 0,3% e Tóquio recuou 0,5%.

Nesta manhã, os índices futuros em Nova York têm leves baixas, após o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, dizer que está “cautelosamente otimista” sobre conseguir um termo preliminar com os EUA. Ele é o principal negociador comercial da China e, durante um jantar, teria dito que estava “confuso” sobre as demandas da Casa Branca para firmar um acordo, mas que acredita que algo será alcançado.

Com isso, os demais ativos de risco mostram cautela, sem descartar totalmente que não haverá um acordo comercial sino-americano. Pela perspectiva do mercado, um pacto será assinado - do contrário, a volatilidade será extrema. Por isso, ainda não há um busca desenfreada por proteção. O iene e o ouro recuam, devolvendo os ganhos da madrugada, com o dólar medindo forças em relação às moedas rivais. O petróleo também cai.

Queda de braço

Os investidores esperam que as duas maiores economias do mundo cheguem a um consenso antes que novas e mais prejudiciais tarifas norte-americanas contra US$ 160 bilhões em produtos chineses entrem em vigor, em meado de dezembro. Essa rodada adicional de taxação tende a atingir o consumidor dos EUA, uma vez que abrange smartphones, laptops e outros bens de consumos, às vésperas das compras de fim de ano.

Mas a dificuldade de EUA e China de chegar a um consenso, assinando um termo preliminar que seria o primeiro passo para um acordo mais amplo, capaz de resolver uma série de questões polêmicas, testa a confiança dos investidores. Antes, acreditava-se na eficácia de estímulos adicionais por parte dos principais bancos centrais para mitigar os impactos da guerra comercial. Mas talvez o mercado tenha se animado cedo demais.

Leia Também

A teimosia do presidente dos EUA, Donald Trump, em reverter as taxações existentes e suspender novas tarifas contra produtos chineses sem novas concessões de Pequim, que vão além de compras agrícolas - querendo uma vitória unilateral na guerra comercial - e o pessimismo da China de que a Casa Branca irá cumprir o combinado tornaram-se um obstáculo. Tanto que não está certo quando nem onde a fase um do acordo será assinada.

O fim do impasse depende de uma postura pró-ativa de ambos os lados, mas EUA e China resistem em assumir tais compromissos, o que pode resultar em um acordo “magro”. Tudo isso causa tensão nos mercados globais, realimentando o temor em relação ao crescimento econômico à frente, pois quanto mais prolongada for a guerra comercial, maior tende a ser o impacto na atividade.

Como se não bastasse essa disputa comercial, o projeto aprovado no Congresso dos EUA nesta semana que trata da questão de direitos humanos em Hong Kong tensiona ainda mais a relação sino-americana. A lei, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados ontem após aprovação no dia anterior no Senado, foi encaminhada para assinatura de Trump, o que irritou Pequim, dizendo que Washington não deve se intrometer em assuntos internos.

Ata nem desata

Nem mesmo a postura expansionista do Federal Reserve serve de contrapeso. Desde que teve início a quarta rodada do programa de afrouxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), o Fed tem conseguido prover liquidez aos mercados, apesar de negar que as operações iniciadas em meados de setembro e efetivadas a partir de outubro no mercado interbancário tenham os mesmos moldes das três edições anteriores.

Divulgada ontem, a ata da última reunião do Fed, quando sinalizou o fim do “ciclo preventivo” de cortes nos juros norte-americanos, pouco tratou do tema. O documento apenas tratou de esclarecer que uma continuidade do processo de afrouxamento monetário poderia levar a taxa básica nos EUA para próximo de zero, tornando-se uma ferramenta menos eficaz, em caso de piora do crescimento econômico e do comércio internacional.

A questão é que o dinheiro novo jorrado pelo Fed não transborda para a economia real e serve apenas para empoçar a liquidez dos mercados, após um problema de escassez de dólares detectado pela unidade de Nova York, que deu início às operações que não era vistas desde 2009. E essa atuação do BC dos EUA (e da zona do euro) serviu apenas para desviar o foco dos mercados da tensão comercial sino-americana, engatando um rali global.

Recentemente, porém, parte desse estímulo vindo do Fed perdeu força, sinalizando que o mercado financeiro exagerou ao precificar um acordo comercial sólido e estrutural entre as duas maiores economias do mundo, capaz de garantir uma recuperação da atividade pelo mundo. Ainda é cedo para falar em mudança de tendência nos negócios, mas certamente a dinâmica dos ativos mais arriscados está mais desafiadora - inclusive os brasileiros.

Confiança local

No âmbito local, porém, cabe um parênteses. Afinal, a disparada da Bolsa brasileira rumo a novas máximas históricas, em um processo iniciado após as eleições presidenciais de 2018, foi puxada fortemente pelos investidores locais. Como já dito aqui, o “gringo” não comprou o governo Bolsonaro e, por isso, já retirou mais de R$ 35 bilhões da renda variável doméstica (mercado secundário) desde o início do ano.

Essa ausência do capital estrangeiro no Brasil é evidenciada pelos dados do Banco Central sobre o fluxo cambial. No acumulado de 2019 até meados de novembro, houve a saída de US$ 37,9 bilhões apenas pela via financeira, que anula o saldo positivo registrado pela conta comercial no período, resultando em uma retirada recorde de dólares do país de quase US$ 23 bilhões no ano.

Por isso, o investidor local aguarda ansiosamente a chegada dos estrangeiros. A expectativa é de que quando os “gringos” vierem, haverá uma nova puxada no mercado doméstico, ampliando o rali da Bolsa para além dos 110 mil pontos e enfraquecendo o dólar, com a moeda norte-americana voltando a ficar abaixo de R$ 3,90. Mas, e se eles não vierem? Quanto mais fôlego os players locais têm para esticar os ativos domésticos? E quanto mais prêmios podem ser retirados dos juros futuros, renovando o piso histórico da Selic indefinidamente?

Aliás, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tratou de esclarecer ontem uma fala do dia anterior, dizendo que se houver contaminação da valorização do dólar na inflação, a resposta será dada nos juros, e não com intervenções cambiais. Durante audiência em outra comissão na Câmara, ele disse que tinha sido mal-interpretado e explicou que a condução da política monetária pode ser revista, caso o movimento do câmbio afete as expectativas, contaminando o canal da inflação.

Agenda cheia só nos EUA

A agenda econômica está mais fraca no Brasil, trazendo apenas o dados sobre o emprego formal (Caged) em outubro (15h). Entre os eventos de relevo, merece atenção a convenção em Brasília para a criação do novo partido do presidente Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, após a desfiliação do PSL, na última terça-feira.

No exterior, o calendário nos EUA traz os pedidos semanais de auxílio-desemprego e o índice regional de atividade na Filadélfia em novembro, ambos às 10h30. Depois, é a vez de indicadores antecedentes e sobre o setor imobiliário em outubro (12h). No mesmo horário, será conhecida a prévia deste mês do índice de confiança do consumidor na zona do euro.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MAIS LCIS NO MERCADO

Banco Central autoriza financeiras a emitir LCI

9 de maio de 2025 - 9:33

O Banco Central também informou que a decisão foi sugerida por consulta pública em 2024, quando a autarquia pôs em consulta a consolidação das normas das financeiras.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump

9 de maio de 2025 - 8:14

Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza

SEXTOU COM O RUY

Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade

9 de maio de 2025 - 6:03

Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização

A VIDA IMITA A ARTE

Como o ator Mel Gibson pode salvar a Austrália das garras de Trump

8 de maio de 2025 - 20:23

Apesar de ter desempenhado papéis de peso em filmes como Máquina Mortífera e Mad Max, é outra condição que credencia o astro de Hollywood a tentar convencer o presidente norte-americano dessa vez; entenda essa história

BALANÇO NAS ALTURAS

Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25

8 de maio de 2025 - 18:51

Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques

NOVO RECORDE

Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta

8 de maio de 2025 - 16:12

Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado

DE VOLTA AO JOGO

Bitcoin (BTC) volta aos US$ 100 mil e mercado cripto mira novos recordes

8 de maio de 2025 - 14:00

Anúncio de acordo comercial entre EUA e Reino Unido, somado ao otimismo com uma possível negociação entre Trump e Xi Jinping, impulsiona criptomoedas a patamares não vistos há meses

VOANDO LEVE

Último credor da Gol (GOLL4) aceita acordo e recuperação judicial nos EUA se aproxima do fim

8 de maio de 2025 - 12:17

Companhia aérea afirma que conseguirá uma redução significativa de seu endividamento com o plano que será apresentado

COM PÉ DIREITO

Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?

8 de maio de 2025 - 11:35

Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?

PARA INGLÊS VER?

Trump anuncia primeiro acordo tarifário no âmbito da guerra comercial; veja o que se sabe até agora

8 de maio de 2025 - 9:56

Trump utilizou a rede social Truth Social para anunciar o primeiro acordo tarifário e aproveitou para comentar sobre a atuação de Powell, presidente do Fed

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump

8 de maio de 2025 - 8:30

Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial

ALTAS EXPECTATIVAS

Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão 

8 de maio de 2025 - 7:04

O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas

TAG SUMMIT 2025

Duas ações para os próximos 25 anos: gestores apostam nestes papéis para sobreviver ao caos — e defendem investimentos em commodities

7 de maio de 2025 - 19:48

No TAG Summit 2025 desta quarta-feira (7), os gestores destacaram que a bolsa brasileira deve continuar barata e explicaram os motivos para as commodities valerem a pena mesmo em meio à guerra comercial de Trump

PAZ OU GUERRA?

Chora mais quem pode menos: os bastidores do encontro de EUA e China que pode colocar fim às tarifas

7 de maio de 2025 - 19:35

Representantes de Washington e de Pequim devem se reunir no próximo sábado (10) na Suíça; desfecho das conversas é difícil de prever até mesmo para Trump

RESULTADO DO BANCÃO

Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões

7 de maio de 2025 - 18:49

Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques

JUROS NAS ALTURAS

Selic chega a 14,75% após Copom elevar os juros em 0,5 ponto percentual — mas comitê não crava continuidade do ciclo de alta

7 de maio de 2025 - 18:42

Magnitude do aumento já era esperada pelo mercado e coloca a taxa básica no seu maior nível em quase duas décadas

AI FREEDOM

Vem coisa boa aí: Nvidia dispara com chance de revogação de restrições aos chips por Trump

7 de maio de 2025 - 18:24

Governo norte-americano estuda não aplicar a chamada regra de “difusão de IA” quando ela entrar em vigor, no próximo dia 15, animando o mercado de chips de inteligência artificial

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) sobrevive ao Fed e se mantém em US$ 96 mil mesmo sem sinal de corte de juros no horizonte

7 de maio de 2025 - 16:45

Outra notícia, que também veio lá de fora, ajudou os ativos digitais nas últimas 24 horas: a chance de entendimento entre EUA e China sobre as tarifas

FOGO ALTO OU BANHO-MARIA?

Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump

7 de maio de 2025 - 15:10

Como era amplamente esperado, o banco central norte-americano seguiu com os juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, mas o que importa nesta quarta-feira (7) é a declaração de Powell após a decisão

REJEIÇÃO À OPA

Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok

7 de maio de 2025 - 12:25

Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar