Vale a pena investir no RDB do Nubank?
Dentro de até duas semanas, os clientes da NuConta poderão trocar a aplicação em títulos públicos pelo investimento em um RDB emitido pela financeira do Nubank e que conta com a proteção do FGC; será que vale a pena migrar para esse título de renda fixa?
O Nubank anunciou, na última terça-feira (04), uma nova modalidade de investimento para os clientes da NuConta, a sua conta de pagamentos. Dentro de até duas semanas, todo mundo que tem NuConta poderá investir em RDB - Recibos de Depósito Bancário - emitidos pela Nu Financeira, a financeira do grupo.
Com eu já mostrei nesta outra matéria, o RDB é uma aplicação financeira muito parecida com o CDB, os Certificados de Depósito Bancário. Para o investidor pessoa física, a única diferença relevante é que os RDB normalmente não podem ser resgatados antes do vencimento, mas a instituição financeira emissora pode optar por garantir a liquidez diária, e é exatamente isso que o Nubank vai fazer.
A rentabilidade do RDB do Nubank será a mesma que a NuConta já paga atualmente, após aplicar os recursos dos clientes em títulos públicos federais: 100% do CDI. E assim como já ocorre com a NuConta hoje, não haverá a cobrança de taxas, apenas imposto de renda e IOF (no caso das aplicações com prazo menor do que 30 dias). Ou seja, o retorno líquido será o mesmo em ambas as aplicações, e é suficiente para ganhar da caderneta de poupança.
Os clientes da NuConta poderão optar entre permanecer nas condições atuais - em que todos os depósitos são automaticamente aplicados em títulos públicos - ou migrar para o RDB. Ou seja, não será possível investir nas duas modalidades. Ou uma ou outra.
A opção deverá ser feita pelo app do Nubank, e está sendo liberada aos poucos para os clientes. Para trocar a aplicação em títulos públicos pelo investimento em RDB, o cliente deve acessar o app e fazer o caminho Configurações>Configurar NuConta>Opções de Depósito>Quero Ativar.
Se depois de optar pelo RDB o cliente quiser retornar à modalidade anterior, de aplicação em títulos públicos, deve acessar Configurações>Configurar NuConta>Opções de depósito>Desativar RDB. No entanto, não é possível manter os dois tipos de aplicação simultaneamente.
Leia Também
Mas se ambas as aplicações têm a mesma rentabilidade e liquidez, qual vale mais a pena?
A diferença básica entre as duas modalidades está no tipo de garantia.
A NuConta não é uma conta-corrente, e sim uma conta de pagamentos. Ela não é protegida pelo Fundo Garantidor de Créditos, o FGC, mas os valores depositados devem ficar segregados do patrimônio do Nubank, de modo a não expor os clientes ao risco da instituição.
Atualmente, os recursos depositados na NuConta são automaticamente aplicados em títulos públicos federais, como se fosse uma aplicação gratuita em Tesouro Direto. Estamos falando, portanto, de risco soberano, uma vez que esses títulos são garantidos pelo governo.
Já o RDB é um título de renda fixa que conta com a cobertura do FGC para aplicações de até R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, da mesma forma que o CDB.
Em última instância, o risco do RDB do Nubank é o risco do próprio Nubank. Mais precisamente, da Nu Financeira. Mas com a proteção do FGC, o fundo precisa devolver os valores investidos e a rentabilidade acumulada em caso de quebra do emissor.
Comparando os riscos
Em condições normais, o risco de calote é similar nas duas aplicações financeiras. Porém, dá para considerar que qualquer título de renda fixa privada, por mais que seja protegido pelo FGC, tem mais risco do que um investimento em títulos públicos.
Como o FGC é uma instituição privada e sem fins lucrativos mantida pelas próprias instituições financeiras, num caso extremo e hipotético de crise bancária sistêmica, mesmo ele poderia vir a falhar.
Mas pensando num cenário menos extremo, em que apenas o Nubank se complicasse financeiramente por conta de questões relativas ao próprio negócio, os dois tipos de investimento estão protegidos e passam mais ou menos pela mesma burocracia para devolver o dinheiro aos clientes.
Segundo o Banco Central, caso a instituição responsável pelas aplicações venha a sofrer liquidação extrajudicial, pode haver paralisação das atividades, com a interrupção da movimentação das contas.
Não há prazo certo, mas leva algum tempo para o liquidante fazer o levantamento das contas e transferi-las para outra instituição ou devolver os valores aos clientes. Nesse meio tempo, não há remuneração.
A grande questão é que tem muitos investidores por aí que tremem só de ouvir falar que a NuConta não é protegida pelo FGC. Para eles, ter proteção do fundo - a mesma garantia da poupança e das contas-correntes dos bancos - é fundamental para investir em renda fixa.
Mas para ser bem conservadora, nas condições atuais eu prefiro manter a NuConta como está, com a aplicação em títulos públicos, para continuar no risco soberano. Afinal, a remuneração de ambas as modalidades é a mesma. Se o RDB pagasse mais do que 100% do CDI com liquidez diária, aí eu acho que daria para considerar mudar.
No mais, eu não recomendo deixar todo o seu dinheiro, ou mesmo toda a sua reserva de emergência, apenas na NuConta, justamente pelo risco da burocracia em caso de insolvência do Nubank. Ninguém merece ficar sem seu colchão financeiro caso a instituição financeira passe por problemas, certo?
A NuConta é bem prática e de fato rende bem para uma aplicação conservadora, mas se você vai utilizá-la como investimento, lembre-se de ter outros investimentos conservadores e de alta liquidez na carteira, como os fundos que investem em Tesouro Selic.
Tesouro Direto: prefixado curto dá adeus aos 13% ao ano — atrelados à inflação começam a perder taxa de 7%
Surpresa da divulgação do IPCA de outubro foi gatilho para taxas do Tesouro Direto se afastaram dos níveis mais altos nesta terça-feira (11)
Renda fixa para novembro: CRAs da Minerva e CDB que paga IPCA + 8,8% são as estrelas das recomendações do mês
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam aproveitar as rentabilidades enquanto a taxa de juros segue em 15% ao ano
Onda de resgates em fundos de infraestrutura vem aí? Sparta vê oportunidade nos ativos isentos de IR listados em bolsa
Queda inesperada de demanda acende alerta para os fundos abertos, porém é oportunidade para fundos fechados na visão da gestora
A maré virou: fundos de infraestrutura isentos de IR se deparam com raro mês negativo, e gestor vê possível onda de resgates
Queda inesperada de demanda por debêntures incentivadas abriu spreads e derrubou os preços dos papéis, mas movimento não tem a ver com crise de crédito
Ficou mais fácil: B3 passa a mostrar posições em renda fixa de diferentes corretoras na área do investidor
Funcionalidade facilita o acompanhamento das aplicações, refletindo o interesse crescente por renda fixa em meio à Selic elevada
Novo “efeito Americanas”? Títulos de dívida de Ambipar, Braskem e Raízen despencam e acendem alerta no mercado de crédito
As três gigantes enfrentam desafios distintos, mas o estresse simultâneo nos seus títulos de dívida reacendeu o temor de um contágio similar ao que ocorreu quando a Americanas descobriu uma fraude bilionária em 2023
Tesouro IPCA+ com taxa de 8%: quanto rendem R$ 10 mil aplicados no título do Tesouro Direto em diferentes prazos
Juro real no título indexado à inflação é histórico e pode mais que triplicar o patrimônio em prazos mais longos
Tesouro Direto: Tesouro IPCA+ com taxa a 8% é oportunidade ou armadilha?
Prêmio pago no título público está nas máximas históricas, mas existem algumas condições para conseguir esse retorno total no final
Até o estrangeiro se curvou à renda fixa do Brasil: captação no exterior até setembro é a maior em 10 anos
Captação no mercado externo neste ano já soma US$ 29,5 bilhões até setembro, segundo a Anbima
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Indicador mede o desempenho das LFTs e reforça a consolidação da renda fixa entre investidores; Nubank estreia primeiro produto atrelado ao índice
Fim da ‘corrida aos isentos’: gestores de crédito ficam mais pessimistas com as debêntures incentivadas com isenção de IR garantida
Nova pesquisa da Empiricus mostra que os gestores estão pessimistas em relação aos retornos e às emissões nos próximos meses
Renda fixa recomendada para outubro paga IPCA + 8,5% e 101% do CDI — confira as opções de debêntures isentas, CDB e LCA
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
LCI, LCA, FII e fiagro mantêm isenção de imposto de renda; veja as novas mudanças na MP 1.303/25, que deve ser votada até amanhã (8)
Tributação de LCIs e LCAs em 7,5% chegou a ser aventada, mantendo-se isentos os demais investimentos incentivados. Agora, todas as isenções foram mantidas
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
