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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Juro Americano

O problema não é o Fed subir o juro, mas o fim de um ciclo econômico nos EUA

Decisão do Banco Central americano nesta quarta-feira é bastante importante, mas não teria condição de mudar o atual momento da economia americana, que parece chegar num fim de ciclo de recuperação da crise de 2008.

Eduardo Campos
Eduardo Campos
18 de dezembro de 2018
5:32 - atualizado às 6:21
Presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente do Fed, Jerome Powell
Imagem: Official White House Photo by Andrea Hanks

O Federal Reserve (Fed), banco central americano, tem reunião na quarta-feira (19) e isso pode ser determinante para o rumo dos mercados neste encerramento de 2018 e também no começo de 2019. A grande questão é se haverá nova mudança de comunicação sugerindo que o ciclo de alta por lá está próximo do fim.

Não bastasse a natural ansiedade do mercado, o encontro ganhou seu pitaco político, com o presidente Donald Trump usando sua conta no “Twitter” para fazer novas críticas nesta segunda-feira ao Fed, dizendo que “é incrível que com um dólar forte e virtualmente nenhuma inflação, o mundo explodindo ao nosso redor, Paris em chamas e China desacelerando, o Fed ainda está considerando uma nova alta de juros. Que vitória!”.

O Fed é independente é não se acredita que ele deixará de fazer o que acha correto em termos de condução da política monetária por causa das declarações de Trump, que faz tempo quer colocar a culpa no BC americano pelo recente ajuste para baixo nos mercados e pelas expectativas de menor crescimento econômico adiante.

A taxa de juro americana é um dos preços mais importante do planeta, mas outros vetores estão em marcha para explicar a acentuada queda das ações, a preocupação com uma inversão na curva de juros americana e uma redução no forte ritmo de crescimento.

Faz tempo estamos vendo alertas de grandes especialistas, como Howard Marks, da Oaktree, do gestor da Bridgewater Associates, Ray Dalio, e também do gestor da SPX, Rogério Xavier.

Depois de uma década de política monetária de juro zero e compra de ativos na casa dos trilhões de dólares, a economia americana parece completar seu ciclo de recuperação depois da crise de 2008. E o movimento do Fed pode ser encarado como parte do ciclo.

O preço dos ativos já “subiu demais”, o mercado de dívida também foi “esticado” para além dos parâmetros razoáveis e, além disso, a política fiscal americana foi usada (corte de impostos e aumento de gastos) dando impulso duplo à atividade.

Estar no que pode ser considerado o fim de ciclo não necessariamente significa que a oportunidades acabaram e que o mundo todo vai entrar em um “inverno” junto com a economia americana. O que parece certo é que o ritmo de crescimento por lá será menor e o custo do dinheiro vai seguir aumentado. Isso vai exigir mais horas de estudo e análises dos participantes do mercado em identificar boas oportunidades (além claro de contar com um pouco sorte, fator fundamental).

Por aqui, não conseguimos escapar desses ventos externos que já estão menos favoráveis, mas nossa posição no ciclo econômico parece bastante distinta em comparação com os EUA e outros pares emergentes. Aliás, essas análises por “blocos de países” ou mesmo regiões parece que será mais difícil agora em 2019, já que cada país emergente na América Latina, Ásia ou outro lugar parece estar vivendo suas particularidades em termos de ciclos políticos e econômicos.

Quantas altas em 2019?

De volta à decisão do Fed, a expectativa majoritária é de um novo aperto de 0,25 ponto, o quarto do ano, trazendo o juro básico para a banda entre 2,25% e 2,5% ao ano.

O foco está no comunicado e na entrevista que o presidente Jerome Powell dará depois da reunião. O que se tenta saber é em que em ponto estamos dentro de outro ciclo, o da política monetária. Nos gráficos de projeções, destaque para alguma mudança no prognóstico atual de até três elevações em 2019.

O Fed chegou a falar que seria necessário deixar o juro restritivo para evitar pressões inflacionárias e conter excessos nos mercados, mas já mudou o tom e, recentemente, Powell falou que o juro americano estaria mais próximo do considerado neutro.

Essa sinalização vinda do Fed, de quantas altas mais serão necessárias em 2019, pode acabar se refletindo no ritmo de ajuste das variáveis de mercado e da economia real a esse fim de ciclo mais estrutural da economia. Os termos que ouvimos são “pouso suave” ou “pouso forçado”.

Um Fed mais brando em sua comunicação favoreceria o cenário de “pouso suave”, mas não é só esse vetor a ser considerado. Há também uma guerra comercial com a China e outros pontos de incerteza, principalmente nos mercados de dívida dos EUA, que também somam preocupação (como o próprio impacto da alta de juro sobre o estoque de pagamentos a ser feito no futuro e a já detectada maior dificuldade em rolar compromisso de segmento vistos como de maior risco).

Não por acaso, a maioria dos relatórios de bancos e consultorias falam em um cenário global mais incerto e desafiador para 2019.

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