Magazine Luiza pode dobrar as metas e os críticos?
Preço da ação multiplicou 183 vezes de dezembro de 2015 para cá – e não me surpreenderia se o mercado revisasse esses números para cima. A expectativa é de que o lucro dobre novamente até 2021, num crescimento anual de 26%. É hora de comprar?

No fim do ano passado, falei por aqui que, por uma questão de preço, fazia mais sentido olhar para a Magazine Luiza (MGLU3) de longe. Múltiplos muito esticados, expectativas de crescimento bem agressivas e um potencial aumento da competição (leia-se Amazon) me deixaram receoso com o caso.
Olhando para o retorno negativo de 2,9% (Ibovespa deu +13,5%) no período, até posso dizer que estava certo. Mas, quando bati o olho nos resultados do quarto trimestre de 2018 (4T18), percebi que talvez tenha subestimado a capacidade de execução da família Trajano.
As vendas nas mesmas lojas físicas, que medem o avanço das vendas desconsiderado o maior número de unidades, cresceram a bagatela de 16,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o e-commerce cresceu impressionantes 57%!!!
No agregado, as vendas totais chegaram perto dos R$ 20 bilhões no ano, contra pouco mais de R$ 14 bilhões em 2017 (+36%). Junto com as vendas, o Ebitda bateu R$ 1,2 bilhão em 2018 (+21% ) e o lucro líquido ficou em R$ 597 milhões, crescimento de 54% ante 2017.
O canal digital já responde por 36% de todas as vendas, mas a varejista continua abrindo lojas – foram 96 novas ao longo de 2018, para fechar o ano com 954 unidades físicas. As lojas são parte importante do plano de digitalização da companhia, pois funcionam como um canal de distribuição (retirada na loja) e são fundamentais para o último passo da entrega, conhecido como “last mile” no jargão em inglês.
E pensar que teve bons gestores dando risada do plano de “abrir lojas físicas para aumentar as vendas online” anunciado há alguns trimestres.
Leia Também
Nem tudo é perfeito, claro. Com foco no atendimento, preço, logística e conversão de vendas, as margens sofreram um pouco – a margem Ebitda saiu de 8,6% em 2017 e fechou 2018 em 8%, mas nada que me faça perder o sono.
Operacionalmente, levando em consideração minha experiência e a de amigos próximos (amostra pequena, confesso), a Luiza está, de fato, bem à frente da concorrência. O site pode não ser uma maravilha, mas funciona (teve lojista que ficou sem site por algumas horas durante a Black Friday, por exemplo). Os preços são altamente competitivos e o serviço é imbatível. Sejam as mensagens via Whatsapp, que te informam a cada etapa do processo, ou o atendimento ao cliente pelo telefone, a diferença é brutal.
Tudo isso aparece não só nos preços das ações, como em praticamente todas as linhas do balanço – de 2014 para cá, os lucros cresceram 365%, o que equivale a 47% ao ano!
Dá pra crescer mais?
É claro que não dá para crescer a essa taxa por muito tempo: em alguns anos, as vendas seriam maiores do que o PIB de Nárnia. Mas, ainda tem bastante espaço – a companhia é relativamente pequena e o e-commerce brasileiro cresce a taxas agressivas, o que faz com que a Magazine Luiza cresça a taxas bem maiores do que o mercado. É o tal do ganho de participação ou market share.
O mercado acredita que os lucros podem dobrar novamente até 2021, num crescimento anual de 26%, que não justifica o múltiplo de preço/lucro (P/E, da sigla em inglês) de 55x, já que nos dá um Peg Ratio (P/E ajustado pelo crescimento) de 2,1x – o justo seria algo em torno de 1x. (Se você boiou agora, neste texto eu explico melhor como ler um balanço e encontrar as métricas que apontam se uma ação está cara ou barata.)
O “problema” é que há algum tempo os números do balanço vêm melhores do que o consenso e pegam os vendidos no contrapé – é preciso coragem (loucura!?) para apostar na queda de uma ação que viu seu preço multiplicar 183 vezes de dezembro de 2015 para cá – e não me surpreenderia se o mercado revisasse esses números para cima.
Amiga da Dilma que é, a Luiza segue dobrando a meta.
Dito tudo isso, continuo achando melhor esperar por um momento melhor para comprar, mas cada vez mais MGLU3 se mostra aquele papel caro que fica cada vez mais caro. Por outro lado, com esse tanto de crescimento embutido no preço, só é preciso um trimestre ruim para uma grande correção de preços. Paciência e canja de galinha...
Eu, como não tenho pressa, prefiro esperar um pouquinho, por mais que possa estar vendo o cavalo selado passando pela segunda vez na minha frente.
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Valendo mais: Safra eleva preço-alvo de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). É hora de comprar?
Cenário mais turbulento para as empresas não passou despercebido pelo banco, que não alterou as recomendações para os papéis
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.