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Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
Contas Externas

Investimento estrangeiro retoma a linha dos US$ 70 bilhões

Dados das contas externas reforçam avaliação de que o país tem boa posição para enfrentar eventual revés internacional

Há duas semanas, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, esteve no encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde destacou que o Brasil está preparado para enfrentar eventuais choques no mercado internacional e os dados apresentados hoje sobre as contas externas reforçam essa avaliação do presidente.

O déficit em transações correntes, que mede as relações do país com o exterior em comércio, rendas e serviços, soma US$ 14,5 bilhões nos 12 meses encerrados em setembro, isso representa 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB).

Apesar de estar entre as maiores leituras do ano, tal resultado está longe de preocupar. Crises em balanço de pagamentos são geralmente associadas com patamares de déficit acima de 4,5% a 5%, algo que foi visto por aqui entre 2014 e parte de 2015.

O ponto a se destacar é que o financiamento desse déficit acontece de forma integral e com folga pelo Investimento Direto no País (IDP), que soma US$ 70,766 bilhões em 12 meses, ou 3,68% do PIB. O ingresso de investimentos externos é cerca de cinco vezes maior que o déficit. Essa é a fonte mais “confiável” de financiamento, pois tem viés de longo prazo.

Ainda olhando os dados em 12 meses, que ajudam a tirar a volatilidade do curto prazo, o IDP atingiu o maior patamar do ano, mostrando uma recuperação depois de testar linhas não vistas desde 2003, ao redor de 3% do PIB.

Os números atestam, pelo lado dos fundamentos, que o cenário para a cotação do real não dava suporte a uma taxa de câmbio a R$ 4,2, como vimos no começo de setembro. O que acontece é que em momentos de incerteza, seja eleitoral ou externa, os fundamentos deixam de ditar o preço.

Com a melhora do cenário eleitoral assistimos a um recuo da cotação até R$ 3,68. Agora, a moeda oscila ao redor de R$ 3,70, captando não só a cautela com as recentes turbulências externas, mas também as expectativas quanto à formatação do novo governo e seu compromisso com uma agenda de reformas.

Olhando apenas o mês de setembro, as contas registraram breve superávit de US$ 32 milhões, contra previsão de déficit de US$ 600 milhões. O IDP somou US$ 7,829 bilhões. Para outubro, o BC projeta um superávit de US$ 1,3 bilhão, com IDP de US$ 8,5 bilhões, sendo que até o dia 23, US$ 6,9 bilhões já tinham ingressado no país.

Ações e renda fixa

Os investimentos em carteira mostraram uma saída líquida de US$ 3,961 bilhões no mês passado. No ano, no entanto, a conta ainda está positiva em US$ 1,527 bilhão.

No mercado de ações, que considera papéis e recibos, houve saída de US$ 1,754 bilhão no mês passado. Na renda fixa negociada no país, os saques superaram os ingressos em US$ 774 milhões.

As parciais para outubro, no entanto, mostram alguma recuperação, com entrada de US$ 1,144 bilhão em ações e outros US$ 140 milhões em renda fixa.

Essas contas seguem alternando resultados positivos e negativos o que resulta em saldo pouco expressivo no ano. Para ações o ingresso até setembro é de US$ 536 milhões e para renda fixa é de US$ 338 milhões.

Lucros e dividendos

Na conta de lucros e dividendos, as remessas ficaram em US$ 2,1 bilhões em setembro, mostrando crescimento com relação aos US$ 1,257 bilhão no ano passado. Cotação do dólar e ritmo de atividade são os vetores que influem nas decisões de remeter resultados do Brasil para o exterior. A parcial para outubro mostra remessa de US$ 744 milhões.

No ano, já foram remetidos US$ 12,2 bilhões, cifra inferior aos US$ 14,3 bilhões vistos em igual período de 2017.

Na conta de juros, o pagamento líquido foi de US$ 344 milhões no mês passado. O que chama atenção nesta linha é o aumento das receitas brasileiras com juros que ficaram em US$ 750 milhões, contra US$ 466 milhões um ano antes, captando a alta das taxas no mercado internacional.

No ano, o pagamento de juros totaliza US$ 13,450 bilhões, abaixo dos US$ 17,3 bilhões vistos entre janeiro e setembro do ano passado.

As empresas sediadas aqui não estão tendo dificuldades em rolar dívidas tomadas no mercado externo. A taxa de renovação de compromissos vincendos ficou em 118% no mês passado.

Serviços

Na conta de serviços destaque para os gastos com viagens internacionais, que parecem ter captado a alta do dólar. O déficit nessa rubrica ficou em US$ 816 milhões, contra US$ 1,3 bilhão um ano antes.

Em setembro, os brasileiros gastaram US$ 1,19 bilhão, menor desde maio de 2016, e abaixo dos US$ 1,7 bilhão de setembro de 2017. Os estrangeiros que estiveram por aqui também gastaram menos, foram US$ 373 milhões contra US$ 407 milhões no comparativo anual.

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