BRF fica no vermelho de novo e sofre queda nas vendas, mas consegue melhorar preços no primeiro trimestre
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Ajustado somou R$ 748 milhões, alta de 9,3% e a receita líquida subiu 4,7% para R$ 7,35 bilhões

A BRF continua com dificuldades para virar o jogo e apresentou um resultado ainda mais vermelho, com prejuízo de R$ 1 bilhão no primeiro trimestre de 2019. A perda ficou bem acima do prejuízo de R$ 62 milhões um ano antes e se explica por um baixa contábil de R$ 863 milhões referente à venda de ativos da Argentina, sem efeito caixa.
Considerando apenas as operações continuadas, o prejuízo foi de R$ 113 milhões, um pouco menor que o prejuízo de R$ 133 milhões do ano anterior. O balanço mostrou quedas nos volumes de vendas e maiores custos de produção, mas a empresa conseguiu cobrar mais caro pelos seus produtos nos mercados brasileiro e muçulmano.
Com isso, o Ebitda sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 748 milhões, alta de 9,3%. A receita líquida subiu 4,7% para R$ 7,35 bilhões.
Ajudinha dos preços
O volume de vendas da BRF no primeiro trimestre de 2019 caiu 7,3% na comparação anual e somou 1,006 bilhão de toneladas, enquanto os preços médios avançaram 12,9%, com melhora nos mercados árabe e brasileiro. A margem bruta subiu, passando de 20,8% para 21,2% na comparação anual.
A companhia explicou que o volume foi afetado pelo descredenciamento de unidades habilitadas para exportar para a Arábia Saudita, o que gerou impacto de 20 mil toneladas direcionadas para Egito e Iêmen. Outro efeito negativo sobre o volume veio da mudança no processo de concessão do Certificado Sanitário Internacional no Porto de Itajaí-SC, que provocou atrasos nos embarques de março para abril. A empresa citou ainda a redução dos investimentos diretos aplicados aos varejistas.
O custo dos produtos vendidos aumentou 11,5% no primeiro trimestre devido à alta dos grãos e do frete.
Leia Também
Volume em queda no Brasil
No Brasil, principal operação da companhia, o volume caiu 6,9% no trimestre, para 508 mil toneladas, derrubado pelos segmentos de aves in natura (recuo de 8,3%) e processados (queda de 7%).
Mesmo assim, a receita líquida subiu 5,1% na comparação anual, para R$ 3,9 bilhões, ajudada pelos preços médios, que subiram 12,9%. O aumento reflete um ajuste na tabela de preços de processados e a recuperação dos preços no mercado de produtos in natura, com alta de 28% para o frango inteiro congelado e de 9,3% da carcaça suína especial.
O custo de produtos vendidos subiu 4,6% na comparação anual, impactado pela alta dos grãos e do frete, além da maior ociosidade na produção.
A participação de mercado consolidada ficou praticamente estável, passando de 44,9% para 45%.
Segmento internacional
A BRF também viu os volumes caírem no mercado internacional. As vendas somaram 429 mil toneladas, recuo de 9,6%. Tanto aves quanto suínos apresentaram retração, de 10,7% e 13,3%, enquanto os processados ficaram estáveis.
Graças ao aumento nos preços médios, que foi de 14,5%, a receita líquida do segmento cresceu 3,6% e chegou a R$ 3,19 bilhões. O custo dos produtos vendidos caiu 0,2% no período.
No mercado muçulmano, o volume recuou 2,7%, para 270 mil toneladas. Assim como em outros mercados, o preço médio subiu 14,9%, ajudado principalmente pela oferta restrita de produtos na Arábia Saudita.
Problema de dívida persiste
O alto endividamento, que é um grande problema para a empresa, ficou praticamente estável, com dívida líquida de R$ 15,4 bilhões, alta de 0,7% ante o final de março de 2018.
A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) foi de 5,64 vezes, o que mostra uma alta em relação ao trimestre anterior (5,12 vezes) e março de 2018, quando a alavancagem foi de 5,39 vezes.
No relatório divulgado hoje, a empresa declarou que a meta de reduzir a alavancagem financeira para 3,65 vezes até o final de 2019 continua e disse estar “extremamente comprometida” com a execução do plano estratégico traçado pela empresa no ano passado.
No primeiro trimestre do ano, a BRF investiu R$ 422 milhões, 10% a menos que no mesmo período do ano passado.
China pode dar empurrão
Dizem que pimenta nos olhos dos outros é refresco, o que neste caso parece ser verdade. No balanço de hoje, a empresa declarou estar otimista em relação ao mercado chinês, onde o rebanho suíno tem diminuído em função da peste suína africana.
Como a China representa cerca de metade da produção e consumo deste tipo de proteína no mundo, este desequilíbrio deve impactar o mercado mundial, segundo a BRF, beneficiando não apenas o segmento de suínos mas também o de frango, que é um substituto natural do porco.
Segundo o relatório, outro efeito da crise na China deve ser a redução nos custos dos grãos, já que o menor rebanho chinês deve reduzir o consumo de ração.
Fase complicada
A BRF é a maior processadora de alimentos do Brasil, fruto da união da Sadia com a Perdigão depois que a Sadia entrou em colapso financeiro. Dez anos atrás, quando a união foi anunciada, era difícil imaginar que as duas marcas mais fortes do mercado viveriam tantas dificuldades juntas. Mas a vida em sido dura: a BRF por várias trocas de comando, por cortes de empregos, pelo escândalo da Operação Carne Fraca, e passou a ter a JBS como forte concorrente depois que esta comprou a Seara, em 2013.
Em abril, a companhia anunciou a saída do seu diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Ivan Monteiro, por razões médicas. Em junho, a posição será assumida por Lorival Nogueira Luz Junior.
BlackRock aumenta aposta na Taesa (TAEE11) de olho no setor de transmissão de energia
O calendário da Aneel já prevê novas oportunidades para as transmissoras. Para este mês, está programado um leilão com sete projetos
iFood vai além de uma plataforma de delivery e se aproxima de empresas finanças e varejo, como o Mercado Livre, dizem analistas
BTG Pactual diz que aplicativo tenta ser ‘banco do restaurante’, e Itaú BBA acredita que iFood pode competir com Mercado Livre
Verde Asset tem novo dono: Vinci Compass compra 50,1% da gestora, mas mantém Stuhlberger como CEO
O acordo prevê que a Vinci comprará os 49,9% restantes da Verde em até cinco anos, com pagamento em dinheiro e ações
Pão de Açúcar (PCAR3) destitui conselho de administração e elege um novo. Por que Rafael Ferri ficou de fora?
O GPA elegeu nesta segunda-feira (5) um novo conselho de administração, mas o investidor ficou de fora — e isso indica a influência do Casino
Clientes de Itaú, Nubank, Bradesco e Santander relatam instabilidade no pagamento de boletos; veja o que dizem os bancos
A data coincide com o quinto dia útil do mês, prazo em que a maioria das empresas deposita os salários de seus funcionários e muitos pagam boletos
Black Friday à vista: Shopee inaugura 14° centro de distribuição com intuito de acelerar entregas
O novo galpão está localizado em São Bernardo do Campo (SP) e promete gerar mais de 4 mil empregos diretos e indiretos na região
R$ 3,7 milhões por ano, home-office integral, Netflix de graça… você topa esse emprego?
Vaga de emprego na Netflix oferece salário de até R$ 3,7 milhões por ano, home office integral e assinatura gratuita da plataforma
Ambipar (AMBP3) desaba mais de 30% e cai abaixo de R$ 1 em dia de encontro do seu ex-CFO com a CVM
Ex-diretor financeiro da Ambipar, João Arruda teve reunião particular com a CVM nesta manhã, acompanhado por advogados especializados de dois escritórios — incluindo um com foco em direito criminal
“Negócio pequeno, mas estratégico”: por que a Sabesp (SBSP3) decidiu comprar a Emae agora e o que dizem os analistas
Com Emae, Sabesp mira maior resiliência hídrica, redução de custos e operação integrada dos principais mananciais de São Paulo
Por que a Vale (VALE3) pretende desembolsar até R$ 16,3 bilhões para recomprar debêntures de quase 30 anos atrás
A mineradora aprovou hoje uma oferta facultativa para adquirir até a totalidade das debêntures participativas da 6ª emissão, realizada em 1997
Ações da AMD saltam mais de 30% com parceria com a OpenAI para data centers de inteligência artificial
A performance robusta vem na esteira de um anúncio de parceria com a OpenAI, dona do ChatGPT, para avanços em inteligência artificial
Novo cliente na carteira da Embraer (EMBR3): Suécia encomenda aeronaves de defesa — e pode turbinar pedido no futuro
O negócio faz parte de uma parceria trilateral entre Áustria, Suécia e Holanda; entenda os detalhes da operação
De ícone dos anos 80 a soda funcional, refrigerante que marcou época está de volta ao mercado
Refrigerante Slice que marcou os anos 80 chega ao mercado reformulado para disputar espaço no segmento saudável
Sabesp (SBSP3) assume controle da Emae em negócio de R$ 1,1 bilhão envolvendo Eletrobras (ELET3) e Phoenix; entenda a operação
Segundo a ex-estatal paulista, a operação reforça a sinergia entre os negócios de água e energia; para Eletrobras é mais um passo rumo à simplificação
No olho do furacão, Braskem (BRKM5) reforça caixa com saque de US$ 1 bilhão em linha de crédito
A petroquímica tenta ganhar tempo com reforço, que leva o caixa da empresa a US$ 2,3 bilhões
Tchau, B3: Tekno (TKNO4) recebe a permissão que faltava para se despedir da bolsa — depois de quase meio século listada
A companhia recebeu o aval do Cade para a venda de 89,69% do capital social para a Dânica, controlada pela ArcelorMittal Brasil. a compradora realizará oferta pública de aquisição para os minoritários
Berkshire Hathaway compra petroquímica por quase US$ 10 bilhões, mas já não cita Warren Buffett em comunicado
OxyCem, empresa comprada pela Berkshire Hathaway, é uma divisão petroquímica da Occidental Petroleum e fabrica produtos para tratamento de água, reciclagem, entre outros
Embraer (EMBR3) divulga dados de entrega no terceiro trimestre e ações reagem na bolsa
Em comunicado ao mercado, a fabricante de aeronaves brasileira informou que entregou 62 aviões entre julho e setembro, sendo 20 jatos comerciais, 41 executivos e uma aeronave de defesa
CVM manda a Marisa (AMAR3) refazer os balanços dos últimos 3 anos — e ações caem 4% na B3
CVM determinou que a varejista de moda refizesse as demonstrações financeiras anuais de 2022 a 2024 e os formulários trimestrais até 2025
A Ambipar (AMBP3) não vai parar de cair? Ações derretem quase 60% enquanto mercado tenta rastrear onde está o caixa da empresa
Enquanto tenta reestruturar as finanças em crise sem recorrer à recuperação judicial, a Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado