Em mais um dia fraco, Ibovespa fecha em leve alta; Magazine Luiza é destaque positivo
Com o cenário político parado, o noticiário corporativo e os balanços despontaram como principais fatores de influência para o Ibovespa. Mas a cautela antes do feriado limitou eventuais ganhos
O Ibovespa vive dias de marasmo. Como um barco à deriva, o índice apenas flutua, sem sair muito do lugar.
E isso porque os ventos que vinham de Brasília pararam de soprar nesta semana. O feriado de 1º de maio esvaziou a capital e colocou o noticiário político em ponto morto — deixando os mercados sem combustível.
O comportamento do Ibovespa evidencia a importância do cenário político para a bolsa brasileira. O índice encerrou o pregão de hoje em leve alta de 0,17%, aos 96.353,33 pontos, fechando o mês de abril com ganho acumulado de 0,98% — ao longo do dia, oscilou numa faixa relativamente estreita, entre 95.61324 pontos (-0,6%) e 06.706,71 pontos (+0,54%).
Com isso, o índice chega ao quarto pregão consecutivo na casa dos 96 mil pontos — ontem, quando o front político já dava sinais de paralisação quase completa, o Ibovespa fechou em queda de 0,05%, aos 96.187,75 pontos.
O dólar à vista exibe um comportamento parecido. Hoje, teve queda de 0,5%, a R$ 3,9212, acumulando alta de 0,13% no mês — é a décima sessão seguida em que a moeda americana fica acima dos R$ 3,90.
Sonolência
Em linhas gerais, o tom foi de cautela por aqui. Às vésperas do feriado de 1º de maio e com o noticiário político praticamente parado, operadores destacam que o mercado fica "sem referência" — ou seja, sem ímpeto para buscar patamares mais altos, mas também sem motivo para promover correções mais bruscas.
Leia Também
A única novidade de Brasília veio do presidente da Comissão Especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM). Ele fechou um cronograma de trabalho, que será apresentado formalmente na próxima terça-feira (7). O desenho pretendido é de realizar audiências públicas ao longo do mês de maio e debater matéria em junho.
Mas essa notícia não foi capaz de dar grande ânimo às negociações hoje, como destaca Álvaro Frasson, analista da Necton. Ele ainda pondera que os dados da Pnad Contínua contribuíram para aumentar o receio do mercado — o Brasil ficou com uma taxa de desocupação em 12,7% no trimestre encerrado em março.
Nesse contexto, o noticiário corporativo local ganhou importância hoje, gerando movimentações em alguns ativos do Ibovespa. Os balanços trimestrais do Santander Brasil, Gol, CCR, Raia Drogasil, Ecorodovias e Multiplan apareceram entre os destaques do dia, assim como a compra da Netshoes pelo Magazine Luiza.
Olho no exterior
Lá fora, o tom misto das bolsas americanas não ajudou a dar sustentação a bolsa brasileira. O Dow Jones (+0,15%) e o S&P 500 (+0,1%) até fecharam no campo positivo, mas o Nasdaq (-0,66%) teve uma correção intensa.
O exterior ainda trouxe um segundo foco de preocupação: a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), amanhã — data em que a maioria dos mercados globais estará fechada, inclusive no Brasil.
Apesar de não serem esperadas mudanças na taxa de juros dos Estados Unidos na reunião desta quarta-feira, há grande expectativa em elação a eventuais declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, a respeito do futuro da política monetária do país — o que sempre traz cautela aos mercados.
"Você não vai fazer posição e arriscar alguma coisa para amanhã. É melhor ficar quieto e voltar na quinta", diz um operador. "A bolsa ficou sem aquele espírito comprador hoje".
No mercado de câmbio, o dólar começou o dia ganhando terreno em relação às divisas emergentes, mas não sustentou esse desempenho: a moeda americana perdeu espaço ante o peso mexicano, peso colombiano, peso chileno e rand sul-africano — e o real também seguiu essa tendência, virando para queda no início da tarde.
As curvas de juros acompanham o comportamento do dólar e fecharam em queda: os DIs para janeiro de 2021 caíram de 7,14% para 7,12%, os DIs para janeiro de 2023 recuaram de 8,26% para 8,23% e os para janeiro de 2025 foram de 8,78% para 8,75%.
Magalu em festa
As ações ON do Magazine Luiza (MGLU3) subiram 7,14% nesta terça-feira e lideraram os ganhos do Ibovespa, após a companhia acertar a compra da Netshoes por US$ 62 milhões.
Analistas receberam positivamente a notícia, destacando o potencial de diversificação da plataforma online do Magazine Luiza com a incorporação da Netshoes. No entanto, também ressaltaram que ressaltam que a empresa não tem um histórico relevante de crescimento via fusões e aquisições, e que as dificuldades enfrentadas pelo site de artigos esportivos podem trazer "distrações".
Além disso, também coopera para dar ânimo aos papéis a decisão judicial que considerou inconstitucional a inclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na base de cálculo do PIS e da COFINS — a empresa estima que os créditos corrigidos representem cerca de R$ 750 milhões.
CCR sobe, Ecorodovias cai
As ações das empresas do setor de concessões de infraestrutura apresentaram desempenhos distintos hoje, após ambas divulgarem seus resultados trimestrais: enquanto CCR ON (CCRO3) subiu 1,21%, Ecorodovias ON (ECOR3) caiu 1,7%.
A CCR encerrou o primeiro trimestre de 2019 com lucro líquido de R$ 358,1 milhões, queda de 19,9% ante o mesmo período do ano passado. Em relatório, o Safra considerou os resultados como "neutros" e em linha com as estimativas — para o banco, o foco do mercado permanece no fortalecimento da governança corporativa da companhia e o apetite por novos investimentos.
Já a Ecorodovias viu seu lucro líquido cair 42,4% na mesma base de comparação, para R$ 84,2 milhões. Para o UBS, o balanço da empresa foi "decepcionante", abaixo das estimativas do banco e do consenso do mercado.
E o Santander?
O Santander Brasil registrou lucro líquido gerencial R$ 3,485 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um avanço de 21,9% em relação ao mesmo período de 2018 — resultados considerados positivos por analistas.
As units da empresa (SANB11) até chegaram a subir 1,57% logo após a abertura. No entanto, perderam força ainda durante a manhã, terminando o dia com baixa de 1,72%.
Gol reage mal
Gol PN (GOLL4) recuou 0,96% após a empresa registrar prejuízo líquido de R$ 32,3 milhões no entre janeiro e março de 2019, revertendo o lucro líquido de R$ 142,3 milhões registrado há um ano.
Em relatório, o BTG Pactual afirma que os resultados da Gol ficaram em linha com os dados divulgados na prévia operacional, sem mostrar grandes surpresas. O banco ainda destaca que a companhia aérea atualizou suas perspectivas para 2019 e 2020, projetando leve crescimento na capacidade, mas com dinâmica similar de rentabilidade.
Outros balanços
A operadora de shoppings Multiplan terminou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 91,9 milhões, queda de 6,3% em um ano — as ações ON da empresa (MULT3) caíram 0,79% hoje. O Itaú BBA destacou a desaceleração das vendas no conceito mesmas lojas (SSS) para 2,1%.
Já Raia Drogasil ON (RADL3) teve alta de 1,3% após a companhia registrar recuo de 13% no seu lucro líquido na mesma base de comparação, para R$ 105,4 milhões. Para o BTG, a recuperação no SSS da empresa foi uma surpresa positiva, embora o lucro líquido tenha ficado abaixo do esperado.
Medo se espalha por Wall Street depois do relatório de emprego dos EUA e nem a “toda-poderosa” Nvidia conseguiu impedir
A criação de postos de trabalho nos EUA veio bem acima do esperado pelo mercado, o que reduz chances de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro; bolsas saem de alta generalizada para queda em uníssono
Depois do hiato causado pelo shutdown, Payroll de setembro vem acima das expectativas e reduz chances de corte de juros em dezembro
Os Estados Unidos (EUA) criaram 119 mil vagas de emprego em setembro, segundo o relatório de payroll divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Departamento do Trabalho
Sem medo de bolha? Nvidia (NVDC34) avança 5% e puxa Wall Street junto após resultados fortes — mas ainda há o que temer
Em pleno feriado da Consciência Negra, as bolsas lá fora vão de vento em poupa após a divulgação dos resultados da Nvidia no terceiro trimestre de 2025
Com R$ 480 milhões em CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai 24% na semana, apesar do aumento de capital bilionário
A companhia vive dias agitados na bolsa de valores, com reação ao balanço do terceiro trimestre, liquidação do Banco Master e aprovação da homologação do aumento de capital
Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?
Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão
SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano
Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel
Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo
Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos
Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima
O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez
Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas
Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro
Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação
Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua
Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?
Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
