Ibovespa cai mais de 1% após Trump reacender guerra comercial; dólar sobe a R$ 3,95
O presidente americano usou o Twitter para ameaçar os chineses, trazendo uma nova onda de cautela aos mercados globais. O Ibovespa manteve-se no campo negativo e perdeu quase mil pontos em relação ao fechamento de sexta-feira. O dólar também sentiu a pressão e fechou em alta
 
					Os mercados globais abriram a semana estressados. Afinal, um risco que parecia adormecido voltou a dar as caras neste fim de semana, derrubando as bolsas mundiais. E o aumento na cautela também foi sentido por aqui: o Ibovespa caiu mais de 1% e o dólar à vista subiu ao nível de R$ 3,95.
O fator de tensão que contaminou as negociações no mundo todo atende pelo nome de guerra comercial. Os governos dos Estados Unidos e da China estão em negociação há meses, mas tuítes do presidente americano, Donald Trump, fizeram os mercados sentirem um frio na espinha.
No fim de semana, Trump usou a rede social para anunciar a elevação de tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses, dos atais 10% para 25%, já a partir desta sexta-feira (10). Ele ainda ameaçou tarifar em 25% o equivalente a US$ 325 bilhões em outros produtos da China.
Tudo isso dias antes de uma delegação chinesa chegar a Washington para dar continuidade às negociações bilaterais entre as potências globais — o que, naturalmente, gerou temores quanto a um retrocesso no diálogo entre os governos.
As principais bolsas asiáticas fecharam a sessão desta segunda-feira no campo negativo, com destaque para Xangai, que teve forte queda de 5,58%. Em Nova York, o dia também foi de estresse: o Dow Jones recuou 0,25%, o S&P 500 teve perda de 0,45% e o Nasdaq fechou em baixa de 0,5%.
O Ibovespa seguiu a tendência global, encerrando o pregão em queda de 1,04%, aos 95.008,66 pontos — no pior momento do dia, chegou a cair 1,53%, aos 94.539,99 pontos. Assim, o índice perdeu quase mil pontos em relação ao fechamento de sexta-feira (96.007,89 pontos).
Leia Também
"Todo mundo ficou preocupado, mas não dá para esquecer que isso tudo foi dito via Twitter, não foi uma comunicação oficial", destaca um operador. "Dias antes estava tudo indo bem, então ficou uma situação estranha. Se isso vai se concretizar ou não, só saberemos lá na frente, caso um decreto seja assinado".
Álvaro Frasson, analista da Necton Investimentos, pondera que as bolsas americanas recuperaram parte das perdas ao longo da tarde — no início do dia, os índices de Nova York chegaram a cair mais de 1%. Para ele, a retórica de Trump pode ser interpretada como uma "jogada de negociação" típica do presidente americano.
"Mas, em momentos de instabilidade, você tira o pé do acelerador na renda variável", diz Frasson. "Depois dessa tensão instalada, todo mundo resolveu sair de ativos mais de risco".
Dólar forte no mundo
O ambiente de maior aversão ao risco também foi sentido no mercado de câmbio, com um movimento de busca por proteção dando força ao dólar em relação às principais divisas emergentes, como o peso mexicano, o rand sul-africano, o peso chileno, o rublo russo e o peso colombiano, num contexto de busca por proteção.
No entanto, esse comportamento também perdeu parte de sua intensidade no início de tarde, assim como verificado nas bolsas americanas. O dólar à vista, por exemplo, chegou a subir 0,9% na máxima do dia, batendo os R$ 3,9745, mas terminou a sessão em alta de 0,48%, a R$ 3,9580.
Cautela no Brasil
No front local, os mercados continuam aguardando o início das atividades da comissão especial da Câmara, previsto para esta terça-feira (7). E a ausência de maiores novidades em relação à tramitação da reforma da Previdência contribuiu para elevar o tom de cautela por aqui.
Também vale ressaltar que as projeções do boletim Focus desta segunda-feira trouxeram mais preocupação aos agentes financeiros. A projeção de crescimento do PIB em 2019 foi cortada de 1,7% para 1,49% — a décima revisão negativa na previsão de crescimento da economia do país neste ano.
Com projeções de expansão do PIB cada vez mais fracas e outros dados mostrando que a economia brasileira ainda está patinando, o mercado começa a dar como certo que novos movimentos de alta da Selic no curto e médio prazo estão descartados — o Copom reúne-se na terça (7) e quarta-feira (8) para definir a nova taxa básica de juros do país.
Nesse contexto, as curvas de juros não acompanham a pressão vista no câmbio: na ponta curta, os DIs com vencimento em janeiro de 2020 recuaram de 6,47% para 6,44%, e os DIs para janeiro de 2021 fecharam em queda de 7,06% para 7,04%. No lado longo, as curvas com vencimento em janeiro de 2023 ficaram estáveis em 8,15%, e as para janeiro de 2025 recuaram de 8,68% para 8,67%.
Vale e siderúrgicas sob pressão
Com as novas rusgas comerciais entre Estados Unidos e China, as ações de empresas do setor de mineração e siderurgia caem em bloco nesta segunda-feira.
Esses setores possuem grande ligação com o mercado chinês, um dos principais consumidores mundiais de aço e minério de ferro, e quaisquer preocupações quanto aos impactos de uma guerra comercial para a economia do país asiático trazem pressão aos ativos dessas empresas.
Vale ON (VALE3), por exemplo, caiu 1,47% nesta segunda-feira. CSN ON (CSNA3) recuou 0,42%, Gerdau PN (GGBR4) teve baixa de 1,05%, Metalúrgica Gerdau PN (GOAU4) teve perda de 1,32% e Usiminas PNA (USIM5) fechou em queda de 1,01%.
Já Bradespar PN (BRAP4), empresa que possui participação relevante na Vale, recuou 2,01%.
Bradesco em queda
O Bradesco foi às compras e anunciou nesta manhã a aquisição do BAC Florida Bank, em um negócio de US$ 500 milhões (R$ 1,975 bilhão, nas cotações atuais). Mas os papéis do banco não estão reagindo positivamente à notícia.
Bradesco ON (BBDC3) caiu 3,25% e liderou as perdas do Ibovespa, enquanto Bradesco PN (BBDC4) teve queda de 2,7%. Em relatório, o Safra classifica a operação como neutra para, uma vez que o montante pago representa menos de 1% do valor de mercado do banco brasileiro. "E, portanto, [implica num] impacto marginal em termos de diluição de resultados".
Outros ativos do setor bancários também apareceram no campo negativo, como Itaú Unibanco PN (ITUB4) (-2,2%), Banco do Brasil ON (BBAS3) (-1,42%) e units do Santander Brasil (SANB11) (-1,94%).
Petrobras no vermelho
Para completar o quadro negativo para o Ibovespa, as ações da Petrobras terminaram no campo negativo hoje, ignorando a virada do petróleo: no exterior o Brent (+0,55%) e o WTI (+0,9%) fecharam para alta, após iniciarem o dia em queda.
As ações ON da estatal (PETR3) caíram 0,07%, enquanto os papéis PN (PETR4) recuaram 0,3%.
Debutantes
A nova carteira do Ibovespa entrou em vigor nesta segunda-feira, com duas estreantes: as ações PN da Azul (AZUL4) e os papéis ON do IRB (IRBR3).
Mas, num dia em que a aversão global ao risco tomou conta dos mercados, nenhuma das debutantes do índice conseguiu sustentar desempenho positivo. Azul PN, por exemplo, caiu 2,99%, também influenciada pela suspensão do leilão da Avianca, previsto para esta terça-feira. IRB ON, por sua vez, recuou 1,6%.
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas

 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					