Trump foi (literalmente) longe demais: o dia em que os EUA taxaram pinguins
O arquipélago da Ilha Heard e Ilhas McDonald é um dos locais mais remotos do planeta, mas não para o presidente norte-americano

Pouco do que aconteceu nesta quinta-feira (3) foi inesperado: as bolsas mundo afora recuaram, o dólar perdeu força, os investidores buscaram abrigo no Treasury, alguns alvos das tarifas de Donald Trump anunciaram retaliações enquanto outros pediram exceção.
A surpresa veio da própria Casa Branca: o governo norte-americano impôs tarifas para pinguins — não, você não leu errado.
Localizado a 3.850 quilômetros do ponto mais a sudoeste da Austrália, o arquipélago da Ilha Heard e Ilhas McDonald é um dos locais mais remotos do planeta, mas não para Trump.
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Desde 1997 na lista da Unesco de Patrimônio Mundial, o local é desabitado, lar exclusivo de pinguins, elefantes-marinhos, lobos-marinhos, focas e outras espécies.
Mas, como Trump havia avisado, ninguém escaparia das tarifas e o arquipélago apareceu na lista de territórios externos da Austrália, sujeito a uma taxa 10% sobre os seus produtos — pelo menos a alíquota é a mínima!
O mais curioso é que dados do Banco Mundial mostram que os EUA importaram US$ 1,4 milhão em produtos do arquipélago em 2022 — quase tudo em maquinário e equipamentos eletrônicos, apesar de a região ser conhecida como zona de pesca.
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Nem o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, perdoou a “falha” do governo norte-americano e disparou: “nenhum lugar na face da Terra está livre de Trump”.
E ele não está brincando quando diz isso.
O arquipélago da Ilha Heard e Ilhas McDonald é um dos locais mais remotos do mundo.
Situa-se a mil quilômetros ao norte da Antártida. Suas ilhas são acessíveis apenas por uma viagem de barco de pelo menos dez dias e não há residentes permanentes por lá.
Não é exagero dizer que Trump foi longe demais. Literalmente.
Se você quiser saber detalhes do que o republicano anunciou na véspera, o Seu Dinheiro fez um resumo para você aqui.
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