Não é só o prejuízo: o número do balanço da Petrobras (PETR4) que assustou o mercado — e fez as ações despencarem na B3
Os investimentos acima do esperado e o impacto sobre os dividendos ajudam a derrubar as ações da Petrobras na B3
O prejuízo líquido de R$ 17 bilhões da Petrobras (PETR4) no quarto trimestre pegou o mercado de surpresa, mas está longe de ser o fator de maior preocupação em relação ao balanço que a estatal divulgou na noite desta quarta-feira (26).
De fato, a maior parte do prejuízo veio de fatores que estavam fora do alcance da Petrobras. O principal deles foi a alta do dólar, que impacta as dívidas das subsidiárias da estatal, mas não tem efeito no caixa.
Ou seja, se fosse apenas pelo resultado negativo, o mercado provavelmente conseguiria digerir o balanço sem maiores problemas.
Na verdade, o que assustou os investidores foi outro número do resultado da Petrobras: o volume de investimentos (capex).
Os gastos acima do esperado -- e o impacto sobre os dividendos -- ajudam a derrubar as ações da companhia. Os papéis PETR4 fecharam em queda de 3,53%, mas chegaram a cair 10% nas mínimas na B3*. A estatal promove uma conferência ao meio-dia com o mercado, e o tema dos investimentos deve dominar as discussões.
- VEJA TAMBÉM: Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, qual a melhor ação de banco para investir após o 4T24?
Petrobras (PETR4): o capex da discórdia
O chamado capex da Petrobras somou US$ 5,7 bilhões no quarto trimestre. Trata-se de um valor muito superior em relação à expectativa dos analistas. O Goldman Sachs, por exemplo, projetava investimentos de US$ 2,5 bilhões nos últimos três últimos meses de 2024.
Leia Também
Energisa (ENGI3) avança em reorganização societária com incorporações e aumento de capital na Rede Energia
Sinal verde no conselho: Ambipar (AMBP3) aprova plano de recuperação judicial
Desta forma, o capex da Petrobras no ano como um todo atingiu US$ 16,6 bilhões e estourou a estimativa (guidance) da própria companhia. Além disso, trata-se de um aumento de 31% na comparação com os investimentos de 2023.
A Petrobras argumenta que o investimento acima da expectativa não representa um custo adicional e sim uma antecipação. Isso porque houve uma redução da diferença entre a entre a evolução física e financeira da construção de plataformas em Búzios.
Então se a estatal antecipou investimentos no fim do ano passado, a expectativa para os gastos em 2025 será menor, certo? Errado.
A Petrobras manteve o guidance de capex para este ano em US$ 18,5 bilhões, com uma variação de 10% para mais ou para menos.
Mais investimentos = menos dividendos
Com o volume de investimentos bem acima do esperado no quarto trimestre, os dividendos da Petrobras foram na direção contrária.
A estatal anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões aos acionistas, ou seja, R$ 0,70954522 por ação ordinária e preferencial.
O valor ficou bem abaixo da expectativa, que variava entre R$ 14,4 bilhões e R$ 17,3 bilhões, de acordo com as projeções colhidas pelo Seu Dinheiro.
Por fim, a expectativa de que a Petrobras mantenha o pé no acelerador dos investimentos também tende a reduzir o potencial de pagamentos futuros de dividendos.
Petrobras (PETR4): falha de comunicação?
O volume de investimentos foi uma surpresa negativa, mas a forma como a empresa se comunicou com o mercado pode ter amplificado o problema, de acordo com os analistas do BTG Pactual.
Isso porque a companhia havia anunciado inicialmente que investiria US$ 18 bilhões em 2024, mas acabou reduzindo o guidance para US$ 14 bilhões em agosto do ano passado.
“Se o guidance não tivesse sido ajustado no meio do ano, as expectativas estariam mais alinhadas”, escreveu o BTG.
De todo modo, os analistas seguem confiantes com a estatal. “Mantendo inalteradas nossas premissas de capex, produção e preços do petróleo, projetamos um dividend yield de 15% para 2025, o que sustenta nossa tese de investimento.”
Assista também - LULA CAI E BOLSA SOBE: Como a popularidade do presidente mexe com os mercados
*Matéria atualizada com a cotação de fechamento das ações da Petrobras
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes
O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social
