Mais de 55% em dividendos: veja as empresas que pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 12 meses e saiba se elas podem repetir a dose
Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro, mas que pagaram bons proventos entre abril de 2024 e março de 2025
Em questão de três meses, muita coisa pode mudar — inclusive as cinco empresas com os maiores dividend yields (DY), especialmente em um período tão cheio de surpresas.
Se, no começo do ano, quatro “desconhecidas” da B3 expulsaram a Petrobras (PETR4) do top 4 do ranking, agora a estatal começa a subir na classificação dos maiores DY, ocupando o quarto lugar.
Vale lembrar que o dividend yield é calculado dividindo-se o valor total dos dividendos pagos por uma empresa nos últimos 12 meses pelo preço da ação, sendo um indicador que mostra o retorno apenas com os proventos pagos por uma companhia.
- VEJA MAIS: Momento pode ser de menos defensividade ao investir, segundo analista; conheça os ativos mais promissores para comprar em abril
O levantamento feito pela Quantum Finance, considerando as cotações no período de 12 meses que foi de 02/04/2024 a 31/03/2025 e mostra que as seguintes empresas entregaram o maior retorno aos acionistas com dividendos no período:
- SYN Prop & Tech (SYNE3), com DY de 59,43%;
- Allied Tecnologia (ALLD3), com DY de 34,27%;
- Embpar Participações (EPAR3), com DY 23,99%;
- Petrobras (PETR4), com DY de 21,23%;
- Ânima Holding (ANIM3), com DY de 20,47%.
A SYN Prop & Tech (SYNE3) e a Allied Tecnologia (ALLD3) mantiveram as medalhas de ouro e prata, respectivamente, quando a questão é DY, com poucas oscilações durante o período do levantamento.
Já a Embpar (EPAR3) teve um aumento de mais de 1% no dividend yield, dando fôlego para que os papéis da empresa roubassem a medalha de bronze.
Leia Também
O que pode ser uma bênção para uma empresa acaba sendo uma maldição para outra, como a Ânima (ANIM3), empresa do setor de educação, pode atestar. O DY da empresa de educação recuou mais de 9% no período analisado, e a empresa caiu para o quinto lugar, ficando atrás da Petrobras (PETR4).
As 10 maiores pagadoras de dividendos
No levantamento completo, a Quantum Finance mapeou as dez melhores pagadoras da bolsa entre abril de 2024 e março de 2025.
- VEJA TAMBÉM: Empresa brasileira que pode ‘surpreender positivamente’ é uma das 10 melhores ações para comprar agora – confira recomendação
A consultoria considerou apenas empresas com 100% de presença em bolsa no período e com ações que tiveram pelo menos um negócio diário. Confira o ranking na íntegra:
| Ranking | Nome | Ticker | Dividend Yield | Retorno das ações |
|---|---|---|---|---|
| 1 | SYN Prop & Tech | SYNE3 | 59,43% | 36,78% |
| 2 | ALLIED ON NM - ALLD3 | ALLD3 | 34,27% | -2,86% |
| 3 | Empar | EPAR3 | 23,99% | -22,79% |
| 4 | Petrobras | PETR4 | 21,23% | 20,76% |
| 5 | Ânima | ANIM3 | 20,47% | -46,31% |
| 6 | São Carlos | SCAR3 | 19,41% | -23,28% |
| 7 | Petrobras | PETR3 | 19,29% | 27,93% |
| 8 | Petrorecsa | RECV3 | 16,66% | -17,48% |
| 9 | Kepler Weber | KEPL3 | 16,46% | -21,16% |
| 10 | Marfrig | MRFG3 | 16,20% | 104,41% |
Com a ajuda de Ruy Hungria, analista da Empiricus Research e colunista do Seu Dinheiro, vamos conhecer um pouco mais sobre as empresas que ocupam o top 5.
E, o mais importante, se é possível que essas ações repitam o feito e paguem bons dividendos em 2025.
Conheça mais sobre as empresas com maior retorno de dividendos
SYN Prop & Tech (SYNE3)
Ocupando o primeiro lugar do ranking, a SYN Prop & Tech (SYNE3) foi criada após uma cisão parcial do negócio da Cyrela (CYRE3).
A incorporadora foca em imóveis comerciais, especificamente shoppings e edifícios corporativos de alto padrão. O portfólio é relativamente concentrado: há empreendimentos em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Em 2024, a companhia vendeu parte do portfólio de shoppings para o fundo imobiliário XP Malls (XPML11) por R$ 1,85 bilhão, o que marcou uma das maiores transações da história do setor.
- VEJA MAIS: ‘Efeito Trump’ na bolsa pode gerar oportunidades de investimento: conheça as melhores ações internacionais para comprar agora, segundo analista
A companhia decidiu, então, distribuir parte desse caminhão de dinheiro aos acionistas. Em setembro do ano passado, a Syn anunciou o pagamento de R$ 440 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 2,88 por ação.
Outro fator que contribuiu significativamente para o pagamento de proventos tão relevantes foi a redução de capital de R$ 560 milhões feita pela empresa no começo de dezembro.
Esse valor também foi parar na conta dos acionistas, resultando em um pagamento de R$ 3,66 por ação.
Diferentemente do que aconteceu com outras ações do ranking, a SYNE3 viveu um ano bom tanto em termos de remuneração para os investidores quanto em valorização do papel: a alta foi de 182% no ano, o que faz com o que o DY de 52% seja ainda mais louvável.
Ao todo, a incorporadora registrou lucro líquido em 2024 de R$ 57,8 milhões, um aumento de 401% em relação a 2023.
A má notícia, no entanto, é que esse fenômeno não deve se repetir, já que a distribuição ocorreu em razão de um evento pontual com a venda dos shoppings, na visão de Ruy Hungria.
Allied Technologies (ALLD3)
A segunda colocada aproveitou uma boa posição de caixa e dividendos acumulados de anos anteriores para “turbinar” os pagamentos aos acionistas em 2024.
Além disso, ainda conseguiu manter uma boa performance na bolsa, uma tarefa que não foi exatamente fácil em um ano em que a Selic voltou a subir e o Ibovespa caiu 10%. A Allied Technologies (ALLD3) subiu 20,6% em 2024 e pagou dividendos na casa de 34,54%.
Apesar de não ter muito destaque no noticiário financeiro, a Allied é a maior distribuidora de produtos eletrônicos no Brasil, como celulares, notebooks e TVs. Ela tem a maior rede de lojas da Samsung da América Latina.
- E MAIS: ‘Nem todas as empresas da bolsa vão sofrer com a economia’, diz analista; confira as 5 melhores ações para buscar dividendos em abril
Outro fator que ajudou a companhia foi a “boa posição de caixa”, segundo o analista da Empiricus Research. Em 2024, o valor em caixa encerrou o ano com R$ 428 milhões. Por outro lado, a dívida bruta era de R$ 556,1 milhões.
Desse modo, a perspectiva de Hungria é de que o DY tão alto da Allied não se repita para 2025.
DIVIDENDOS: Por que AÇÕES da PETROBRAS são novamente destaque do mês
Embpar (EPAR3)
O dividend yield expressivo da companhia no terceiro lugar do ranking da Quantum Finance é digno de uma série de mistério.
Em 2024, a Embpar (EPAR3), empresa que atua no setor de logística e florestal, teve proventos na casa de 22,94% e viu o papel cair 43,33%. Neste ano, a empresa registra queda de 14,42%.
No final do ano, os acionistas receberam os dividendos acumulados do ano: o pagamento obrigatório da companhia, após ter registrado lucro em 2023, e um pagamento complementar, aprovado em dezembro.
No total, o montante foi de R$ 18 milhões, um valor quase “insignificante” para as maiores empresas da bolsa, mas bastante considerável para uma empresa que tem valor de mercado de meros R$ 82,5 milhões.
A queda das ações em 2024 ajudou a métrica de dividendos a subir significativamente. Ainda assim, só a desvalorização do papel parece insuficiente para explicar como a companhia pagou relativamente mais dividendos que a Petrobras, uma empresa com tradição de bons pagamentos.
O fato de a empresa ter uma liquidez muito baixa e ser pouco conhecida na bolsa são fatores que indicam que, provavelmente, este DY alto tenha sido uma ocorrência atípica.
Petrobras (PETR4)
Em quarto lugar, a Petrobras (PETR4), que subiu 18,9% no ano passado, pagou dividendos na casa dos 21,8%, um número notório para uma empresa blue chip (com grande valor de mercado).
Foram seis pagamentos aos acionistas ao longo de 2024, incluindo dividendos extraordinários de R$ 20 bilhões aprovados no final do ano.
Com isso, a estatal provou que, mesmo com todo o risco político e polêmica sobre a distribuição dos resultados aos acionistas ao longo do ano, continuou recompensando os investidores que estão em busca de dividendos.
“Apesar de esperarmos um dividend yield menor do que nos últimos anos, ainda vemos a Petrobras gerando muito caixa com o petróleo e o dólar nos níveis atuais, e continuará com potencial de distribuir níveis acima de 10% de dividendos nos próximos anos, o que deve mantê-la entre as principais pagadoras de proventos da bolsa”, comenta o analista.
Apesar disso, Hungria acredita que as ações já estão negociando próximas do preço justo, mantendo uma recomendação neutra.
A Petrobras está entre as ações recomendadas na carteira Vacas Leiteiras, da Empiricus Research. Apesar de ter voltado a ser recomendada, a expectativa de dividendos recuou na comparação com os anos anteriores por conta da queda recente do petróleo, segundo o analista.
- VEJA MAIS: Prazo para declaração do Imposto de Renda 2025 já começou; saiba como acertar as contas com o Leão
Ânima (ANIM3)
Depois de uma “seca” de cinco anos de dividendos, a empresa de educação Ânima (ANIM3) voltou a fazer pagamentos para os acionistas. Ao todo, a empresa pagou R$ 246,8 milhões em dividendos.
A empresa de educação ainda fechou o ano passado com lucro líquido de R$ 48,9 milhões no quarto trimestre de 2024 e de R$ 2,5 bilhões no acumulado do ano.
Apesar de o dividend yield elevado (20,7%) chamar a atenção à primeira vista, vale lembrar que a ação — que não integra a carteira do Ibovespa, principal índice da B3 — caiu quase 60% no ano, o que contribuiu para “inflar” o número.
“A Ânima aproveitou uma melhora de resultados durante o ano para distribuir uma porção relevante da reserva de lucros, mas é algo que não deve ser tratado como recorrente”, comenta Hungria.
3tentos (TTEN3): veja por que Bank of America, XP e BBA compartilham otimismo com a ação, que já avança 30% em 2025
Vemos a 3tentos como uma história de crescimento sólida no setor agrícola, com um forte histórico, como demonstrado pela sua expansão no MT nos últimos 4 anos, diz Bank of America
Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes
A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras
ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões
A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)
Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO
O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
