Eletrobras (ELET3) é a maior alta do Ibovespa mesmo com prejuízo líquido no 2T25; entenda o que agradou o mercado — inclui dividendo surpresa
Embora tenha vindo em linha com as projeções dos especialistas, o balanço da ex-estatal apresentou surpresas

A Eletrobras (ELET3) reverteu o lucro líquido de R$ 1,74 bilhão registrado no ano passado em um prejuízo líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025. Na comparação com os primeiros três meses deste ano, o aumento no prejuízo foi de 274,7%.
Mesmo assim, os números do balanço não desanimaram o mercado. Por volta de 11h40 desta quinta-feira (7), as ações da empresa subiam 6,99%, negociadas a R$ 41,80, enquanto analistas de seis casas distintas indicam que a Eletrobras está no caminho certo.
A avaliação positiva é resultado das expectativas em relação ao balanço da companhia. Embora tenha vindo em linha com as projeções dos especialistas, a Eletrobras apresentou surpresas positivas, que superaram o consenso do mercado.
Porém, o verdadeiro destaque ficou por conta da divulgação de dividendos intermediários, o que não era aguardado pelos investidores. Em fato relevante, a empresa informou que o conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 4 bilhões aos acionistas.
Assim, mesmo com o prejuízo líquido, os analistas do JP Morgan, Safra, BTG Pactual, Citi, UBS BB e Empiricus Research avaliam que é hora de adicionar ELET3 na carteira.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Itaú Unibanco (ITUB4), Petrobras (PETR4), B3 (B3SA3), Magazine Luiza (MGLU3) e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
O balanço da Eletrobras para além do prejuízo
Apesar do prejuízo líquido, os resultados ajustados da Eletrobras foram positivos, segundo o balanço divulgado na noite de ontem (6).
Leia Também
A companhia registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,47 bilhão no segundo trimestre de 2025, o que representa um aumento de 43,3% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.
Já no primeiro trimestre de 2025, a empresa havia reportado um prejuízo ajustado de R$ 80 milhões.
Ainda no segundo trimestre, a Eletrobras apresentou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,26 bilhão, o que indicou uma redução de 71,6% em relação ao mesmo período de 2024. Na comparação trimestral, a empresa contou com uma queda de 70,8%.
Porém, o Ebitda ajustado ficou em R$ 5,15 bilhões, indicando uma alta anual de 19,2% e um avanço de 16,6% frente ao trimestre anterior.
Já a dívida líquida ajustada da Eletrobras encerrou junho em R$ 40,12 bilhões, com um aumento de 2,2% em relação ao reportado de janeiro a março deste ano.
Ainda assim, a alavancagem — medida pela relação entre dívida líquida ajustada e Ebitda ajustado — se manteve em 1,5 vez.
Além disso, a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 10,2 bilhões no segundo trimestre. O montante representa alta anual de 21,15%, mas uma redução de 2,1% na comparação trimestral.
Em comunicado divulgado, a Eletrobras afirmou que o resultado é fruto de três fatores:
- aumento da receita de geração superior ao avanço de custos com produção e compra de energia;
- incremento no reconhecimento da receita de transmissão; e
- redução dos gastos com PMSO e das despesas financeiras.
Vem mais dividendos por aí?
Ao divulgar o dividendo de R$ 4 bilhões, a Eletrobras indicou que o pagamento foi sustentado por uma melhor visibilidade do fluxo de caixa em meio às expectativas de preços de energia mais altos.
O valor equivale a R$ 1,76 por ação e um dividend yield (taxa de retorno de dividendos) de aproximadamente 4,5%. Nos últimos 12 meses, a Eletrobras já supera 8%.
A distribuição dos proventos surpreendeu o mercado. Segundo relatório do BTG Pactual, era esperado que a materialização dos dividendos da empresa só ocorresse no terceiro trimestre.
Com o anúncio, cresce a expectativa de mais pagamentos no horizonte. Na avaliação do analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, o anúncio reforça a visão da casa de que a companhia “está no caminho para se tornar uma ótima pagadora de dividendos”, afirmou em relatório.
O pagamento dos proventos será realizado em 28 de agosto, enquanto a data-base será 18 deste mês. Segundo a Eletrobras, a distribuição se refere aos resultados do primeiro trimestre de 2025 e será considerada como parte dos dividendos obrigatórios a serem distribuídos no ano.
- LEIA MAIS: ‘Onde Investir em Agosto’ está no ar: conheça os ativos mais promissores para investir neste mês
Apesar dos pesares: os números da Eletrobras que brilharam para os analistas
Na avaliação do JP Morgan, as expectativas em relação aos resultados da Eletrobras eram muito baixas. O pessimismo geral foi motivado pelas preocupações com os resultados recentes da comercialização de energia em trimestres anteriores.
Porém, a companhia contou com bons resultados de vendas, com um aumento de 16% na comparação anual.
O Citi destaca que os números do segundo trimestre indicaram melhorias do posicionamento da Eletrobras no mercado de energia em relação ao primeiro trimestre. Na ocasião, os resultados foram negativamente impactados por alocação de energia abaixo da média e grandes descasamentos de preços regionais, segundo o relatório.
Além disso, é consenso entre os analistas das seis casas que a Eletrobras demonstrou controle de custos e progresso na gestão de passivos.
A empresa registrou uma redução de R$ 1,2 bilhão em empréstimos compulsórios em relação ao trimestre anterior, passando de R$ 13,1 bilhões para R$ 11,9 bilhões, assim como apresentou reversão de uma provisão de R$ 300 milhões.
Em conjunto com os dividendos, a ex-estatal também aumentou os investimentos em projetos existentes (transmissão brownfield). A movimentação é vista como positiva pelo JP Morgan por conta dos retornos regulatórios atrativos e do aumento da visibilidade do fluxo de caixa.
“Em nossa opinião, a combinação do desempenho positivo do trimestre, a tendência de alta dos preços à vista e a curva futura dos preços não regulados para o segundo semestre de 2025 podem eliminar parte do desempenho abaixo do esperado das ações em relação ao setor”, afirmou em relatório.
Já o Safra ressaltou que a empresa atualizou o portfólio de energia para os anos de 2025 até 2027, o que implicou em vendas adicionais de energia.
Assim, para os analistas do banco, os resultados operacionais ajustados, em conjunto com a distribuição de dividendos superam os impactos dos números negativos apresentados pela Eletrobras.
Outro impacto positivo no balanço foi causado pela redução de provisões em relação ao mesmo período de 2024, quando a companhia ainda sofria com inadimplências da Amazonas Energia.
No entanto, na avaliação de Hungria, da Empiricus, as participações societárias atrapalharam o resultado operacional consolidado, por conta de fatores como: remensuração de receitas de transmissão na ISA Energia, paradas para manutenção na Eletronuclear e revisão de capex (investimentos) na Transnorte Energia.
Apesar disso, o BTG Pactual avalia que os resultados da empresa foram “sólidos”, com surpresas positivas em algumas linhas.
Para o banco, o rigoroso controle de custos — que se refletiu na queda das despesas de Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO) em 3,8% na comparação anual — se reflete em ganhos de eficiência na reestruturação organizacional.
O BTG, além de indicar a compra dos papéis ELET3, projeta um preço-alvo de R$ 60,00 para os próximos 12 meses, o que representa uma valorização de 53,6% em relação ao fechamento de quarta-feira (6).
David Vélez, CEO do Nubank (ROXO34), vende US$ 435,6 milhões em ações após resultados do 2T25; entenda o que está por trás do movimento
A liquidação das 33 milhões de ações aconteceu na última sexta-feira (15), segundo documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA
Lucro da XP (XPBR31) sobe a R$ 1,3 bilhão no 2T25, mas captação líquida despenca 70% em um ano
A XP teve um lucro líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 18% na base anual; veja os destaques do resultado
Copel (CPLE6) marca assembleia sobre migração para o Novo Mercado; confira a data
Além da deliberação sobre o processo de mudança para o novo segmento da bolsa brasileira, a companhia também debaterá a unificação das ações
Banco Central aciona alerta de segurança contra possível ataque envolvendo criptoativos
Movimentações suspeitas com USDT no domingo gerou preocupações no BC, que orientou empresas de pagamento a reforçarem a segurança
Credores da Zamp (ZAMP3) dão luz verde para a OPA que vai tirar a dona do Burger King da bolsa
A oferta pública de aquisição de ações ainda precisa da adesão de dois terços dos acionistas minoritários
Raízen (RAIZ4) dispara 10% após notícias de possível retorno da Petrobras (PETR4) ao mercado de etanol
Segundo O Globo, entre as possibilidade estão a separação de ativos, acordos específicos de gestão ou a compra de ativos isolados
Com salto de 46% no lucro do segundo trimestre, JHSF (JHSF3) quer expandir aeroporto executivo; ações sobem na B3
A construtora confirmou que o novo projeto foi motivado pelos bons resultados obtidos entre abril e junho deste ano
Prio (PRIO3) anuncia paralisação de plataforma no campo de Peregrino pela ANP; entenda os impactos para a petroleira
A petroleira informou que os trabalhos para os ajustes solicitados levarão de três a seis semanas para serem cumpridos
Hora de dar tchau: GPA (PCAR3) anuncia saída de membros do conselho fiscal em meio a incertezas na liderança
Saídas de membros do conselho e de diretor de negócios levantam questões sobre a direção estratégica do grupo de varejo
Entre flashes e dívidas, Kodak reaparece na moda analógica mas corre o risco de ser cortada do mercado
Empresa que imortalizou o “momento Kodak” enfrenta nova crise de sobrevivência
Presidente do Banco do Brasil (BBAS3) corre risco de demissão após queda de 60% do lucro no 2T25? Lula tem outro culpado em mente
Queda de 60% no resultado do BB gera debate, mas presidente Tarciana Medeiros tem respaldo de Lula e minimiza pressão por seu cargo
Compra do Banco Master pelo BRB vai sair? Site diz que Banco Central deve liberar a operação nos próximos dias
Acordo de R$ 2 bilhões entre bancos avança no BC, mas denúncias de calote e entraves judiciais ameaçam a negociação
Petrobras (PETR4) avalia investimento na Raízen (RAIZ4) e estuda retorno ao mercado de etanol, diz jornal
Estatal avalia compra de ativos ou parceria com a joint venture da Cosan e Shell; decisão final deve sair ainda este ano
Dividendos e JCP: Vulcabras (VULC3) vai distribuir R$ 400 milhões em proventos; confira os prazos
A empresa de calçados vai distribuir proventos aos acionistas na forma de dividendos, com pagamento programado somente para este ano
Gol (GOLL54) segue de olho em fusão com a Azul (AZUL4), mas há condições para conversa entre as aéreas
A sinalização veio após a Gol divulgar resultados do segundo trimestre — o primeiro após o Chapter 11 — em que registrou um prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão
Méliuz (CASH3) estreia nos EUA para reforçar aposta em bitcoin (BTC); veja o que muda para os investidores
A nova listagem estreia no índice OTCQX, sob o ticker MLIZY, com o JP Morgan como banco depositário responsável pelos recibos nos EUA
Cosan (CSAN3): disparada de prejuízos, aumento de dívidas e… valorização das ações? Entenda o que anima o mercado
Apesar do prejuízo líquido de R$ 946 milhões, analistas veem fundamentos sólidos em subsidiárias importantes do grupo
Ainda é melhor que o Itaú? CFO do Banco do Brasil (BBAS3) volta a responder após lucro muito abaixo do concorrente no 2T25
Mesmo após dois balanços fracos, com tombo no lucro e ROE no menor patamar desde 2000, Geovanne Tobias mantém a confiança — e vê oportunidade para investidores
Ação do Banco do Brasil (BBAS3) chega a subir mais de 2% após estragos no 2T25; entenda se o mercado mudou de ideia sobre o futuro do banco
O BB apresentou um balanço ainda mais fraco do que as projeções, que já eram baixas, mas o papel inverteu o sinal e passou a subir; saiba se é mesmo a hora de comprar
CEO do Banco do Brasil (BBAS3) alerta para novo balanço ruim no próximo trimestre. Quando virá o ponto de inflexão?
Confira o que a presidenta do BB, Tarciana Medeiros, tem a dizer sobre o resultado fraco do segundo trimestre e o que esperar daqui para frente