Depois de um 2024 farto, cenário macro deve afetar os resultados da Allos (ALOS3) este ano — mas nem tudo será culpa da economia
Para o Itaú BBA, ritmo em 2025 será mais lento para a administradora de shopping; veja se ainda vale a pena comprar a ação
Enquanto outras administradoras abocanharam grandes participações nos principais shoppings do país no ano passado, a Allos (ALOS3) seguiu pelo caminho do desapego.
Além do acordo para a venda de uma participação dos shoppings Carioca, Tijuca e Plaza Sul, todos no Rio de Janeiro, o grupo também repassou metade da fatia que detinha no Rio Anil Shopping.
É bem verdade que a companhia embolsou uma bolada com os desinvestimentos: mais de R$ 2,5 bilhões foram para o caixa da Allos com a venda de mais de 11 shoppings. E teve até “presente” para os investidores com a distribuição de R$ 150 milhões em dividendos.
Apesar da boa performance e da alta rentabilidade em 2024, o Itaú BBA prevê um 2025 mais desafiador para a companhia resultante da fusão entre Aliansce Sonae e brMalls.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira (17), os analistas destacaram o cenário macroeconômico, que também será a “pedra no sapato” para o bom desempenho de muitas empresas este ano. Mas, afinal, por que a Allos deve ser uma das mais impactadas?
Leia Também
A Allos e o cenário macro em 2025
Para os analistas, o cenário macroeconômico de 2025 deve trazer desafios para a Allos, refletindo diretamente na capacidade de venda de ativos, a distribuição de dividendos e a percepção do mercado sobre o desempenho da empresa do setor de shoppings.
A companhia deve continuar gerando valor, mas com um ritmo mais lento e com rendimentos menos expressivos do que no passado, avaliam os analistas do BBA. Entenda mais abaixo:
Desinvestimentos em recompra de ações
O ponto alto da Allos nos últimos meses foi a venda de ativos, mas é provável que a companhia desacelere o ritmo este ano por motivos de força maior: a macroeconomia.
Primeiro porque a captação de recursos por fundos imobiliários diminuiu significativamente, tornando as transações privadas mais difíceis de serem fechadas.
Vale destacar que as últimas transações de vendas da Allos já incluem parte do pagamento em cotas de FIIs, indicando uma mudança no perfil dos ativos sendo vendidos, com a empresa se desfazendo também de participações em ativos mais premium.
Esse outro fator não tem a ver diretamente com impactos do cenário macro, mas sim com as regras em relação à recompra de ações pela “xerife” do mercado, a CVM.
As regras da CVM limitam a quantidade de ações que uma empresa pode manter em tesouraria a 10%. Depois de ter feito três programas de recompra, a Allos poderá adquirir apenas 20 milhões de seus próprios papéis em um eventual quarto programa .
Além disso, a distribuição de dividendos em 2025 também é limitada a 50% do FFO (sigla em inglês para Funds From Operations), sem ultrapassar 100% do lucro líquido.
Rendimento menos expressivo
Como destacado aqui, nem tudo será culpa da economia no caso da Allos.
Segundo o BBA, essas limitações nas recompras de ações e na distribuição de dividendos previstas para este ano também devem interferir no dividend yield da Allos para 2025.
A projeção de dividend yield para 2025 é de 10,4%, um valor considerado bom, mas inferior aos cerca de 20% de rendimento que a empresa ofereceu no passado através de dividendos e recompra de ações, de acordo com os analistas do banco de investimentos.
Agora sim, a “culpa” do cenário macro
Além de toda a questão de dividend yield, recompra de ações e venda de ativos, os investidores podem esperar um cenário não tão animador para a Allos em 2025.
Para o BBA, a perspectiva de desaceleração econômica pode, sim, afetar a Allos.
Isso porque, em crises econômicas anteriores, o crescimento das vendas por metro quadrado da Allos no país diminuiu significativamente como reflexo da economia ruim.
Apesar da melhoria do portfólio após a venda de ativos, a empresa ainda possui uma menor presença de ativos “altamente dominantes” e premium do que os concorrentes.
“Em um cenário de taxas de juros mais rígidas, estamos preocupados que o mercado possa precificar um desempenho operacional negativo para a Allos antes do que para seus pares”, afirmam os analistas do banco.
Ainda vale a pena comprar Allos (ALOS3)?
Os analistas do BBA ressaltam que existem alternativas mais atraentes no setor imobiliário, como as construtoras de baixa renda, que apresentam avaliações mais baratas e dividend yield mais altos — é o caso da Cury (CURY) e da Direcional (DIRR3)
Apesar de tudo, o Itaú BBA ainda acha que vale a pena ter o ativo na carteira, já que os analistas mantêm recomendação "outperform", equivalente a compra para ALOS3.
O preço-alvo para 2025 é de R$ 25, o que indica um potencial de valorização de 39% sobre o fechamento anterior.
Embraer (EMBR3) ainda pode ir além: a aposta ‘silenciosa’ da fabricante de aviões em um mercado de 1,5 bilhão de pessoas
O BTG Pactual avalia que a Índia pode adicionar bilhões ao backlog — e ainda está fora do radar de muitos investidores
O dia em que o caso do Banco Master será confrontado no STF: o que esperar da acareação que coloca as decisões do Banco Central na mira
A audiência discutirá supervisão bancária, segurança jurídica e a decisão que levou à liquidação do Banco Master. Entenda o que está em jogo
Bresco Logística (BRCO11) é negociado pelo mesmo valor do patrimônio, segundo a XP; saiba se ainda vale a pena comprar
De acordo com a corretora, o BRCO11 está sendo negociado praticamente pelo mesmo valor de seu patrimônio — múltiplo P/VP de 1,01 vez
Um final de ano desastroso para a Oracle: ações caminham para o pior trimestre desde a bolha da internet
Faltando quatro dias úteis para o fim do trimestre, os papéis da companhia devem registrar a maior queda desde 2001
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
