Cosan (CSAN3) chega a cair 4% depois do balanço do primeiro trimestre — o que fazer com as ações agora?
De acordo com o BTG Pactual, olhar o balanço da empresa é uma missão para entender sinais para o futuro — e o que ele guarda aos acionistas

Um incêndio tem afetado as ações da Cosan (CSAN3) — literal e figurativamente. Com os papéis entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira (16), a empresa sofre as consequências do balanço do primeiro trimestre de 2025.
As ações fecharam o pregão desta sexta-feira (16) em queda de 1,94%, negociadas a R$ 7,57. Nas mínimas do dia, os papéis chegaram a ter perdas de 4%, a R$ 7,31.
De acordo com o BTG Pactual, olhar para o balanço da holding nos últimos trimestres passou a ser mais uma tarefa de entender os indícios para o futuro do que simplesmente interpretar as linhas do resultado. “Os números contam uma história do passado”, escreveram os analistas do banco.
Nesse sentido, o BTG segue com uma percepção de que a gestão está atuando em várias frentes para cuidar do balanço patrimonial. Mas ainda não está claro quais dessas iniciativas irão realmente se concretizar. “Acreditamos que as ações só irão valorizar quando a Cosan estiver pronta para anunciar algo”, destacam.
- E MAIS: Temporada de balanços do 1T25 - confira em quais ações vale a pena investir
A história do passado que a Cosan nos contou no 1T25
A Cosan Holding inclui várias empresas em seu portfólio, sendo as principais a Raízen, Rumo, Compass e Moov.
A Cosan divulgou hoje seus resultados do primeiro trimestre de 2025, registrando um Ebtida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado pró-forma — incluindo a Raízen — de R$ 3,3 bilhões. Trata-se de uma queda tanto na comparação trimestral quanto anual.
Leia Também
Cade decide apurar suposta prática de venda casada pelo Banco do Brasil (BBAS3)
Rumo, Raízen e Compass já haviam antecipado seus números, e a Moove também reportou, com Ebtida ajustado de R$ 232 milhões, uma retração de 22% no trimestre, impactada pelo incêndio na maior planta da companhia, ocorrido em fevereiro.
No primeiro trimestre de 2025, a holding reportou um prejuízo líquido de R$ 1,78 bilhão — bem maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior, quando as perdas ficaram em R$ 192 milhões. Basicamente, o rombo aumentou em mais de 850% na comparação anual.
A dívida líquida ao final do mês de março foi de R$ 17,5 bilhões, cerca de R$ 6 bilhões menor no comparativo ano a ano, em razão da entrada do recurso da venda das ações da Vale (VALE3).
“Como resultado, além da redução do endividamento, o custo médio de dívida passou de CDI+1,40% para CDI+0,91%, e o prazo médio da dívida aumentou para 6,4 anos, versus 6,1 anos quando comparado ao quarto trimestre de 2024”, destaca a companhia.
A alavancagem ajustada pró-forma da holding fechou o trimestre em 2,8 vezes, recuando 0,1 vez, enquanto o índice de cobertura de juros da Cosan Corporate subiu para 1,2x, ante 1,1x no mesmo período de 2024, refletindo o progresso nas ações de gestão de passivos.
Os dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) recebidos pela companhia somaram R$ 1,5 bilhão no trimestre, frente a R$ 900 milhões um ano antes, uma alta de 66,7%.
Veja mais destaques dos balanços das subsidiárias na tabela abaixo, segundo o BTG Pactual:
Subsidiária | Resumo | Recomendação |
Raízen (4T24) | Ebitda de R$ 1,7 bi, 42% abaixo do esperado. Enfrenta desafios para estabilizar balanço e conter consumo de caixa, principalmente no upstream (fase produtiva). Dívida líquida de R$ 34,3 bi. Queda de 77% no Ebitda ajustado upstream. Volumes caíram no Brasil; Argentina superou expectativas. Projeção de Ebitda 2026 entre R$ 12 e 13 bi. | Compra |
Compass (1T25) | Ebitda consolidado de R$ 1,3 bi, crescimento de 45% ano a ano. Geração estável de fluxo de caixa livre e alavancagem abaixo de 2x Ebitda Crescimento de volumes de gás em 4%, Edge com alta de 22%. | Compra |
Rumo (1T25) | Receita de R$ 3 bi, queda de 6% ano a ano. Ebitda ajustado de R$ 1,6 bi, 3% acima do esperado, margem de 55%. Lucro líquido de R$ 188 mi, abaixo do 1T24 e estimativa. Volumes operacionais menores, capex de R$ 1,8 bi. | Compra |
O que fazer com as ações?
O BTG Pactual reiterou a recomendação de compra das ações.
Para os analistas, a empresa está com um desconto de holding de 39%, o que ainda parece excessivo, embora também reflita a percepção de que, se a Cosan não conseguir equilibrar o custo da dívida com o caixa das subsidiárias, a dívida continuará a crescer e a corroer ainda mais o valor do patrimônio líquido.
Com uma estimativa de encargos anuais de dívida em torno de R$ 3,5 a 4 bilhões e uma entrada estimada de dividendos entre R$ 2,5 a 3 bilhões, a Cosan está correndo contra o relógio. Sem falar nas despesas administrativas da holding, que também consomem cerca de R$ 400 a 500 milhões por ano.
“Portanto, ser acionista da Cosan hoje requer uma certa dose de confiança de que a gestão tem o que é necessário para encontrar as opções certas — vender ativos, alienar participações em empresas e/ou melhorar o desempenho operacional das subsidiárias mais problemáticas — para virar essa equação a seu favor”, destacam em relatório.
“Se estivermos certos, as ações da Cosan oferecem uma combinação poderosa de desalavancagem e redução do desconto da holding”, concluem.
Mais um golpe no Banco Master: INSS revoga autorização para consignado após reclamações de aposentados e pensionistas
Além de enfrentar dificuldades para se capitalizar, o banco de Daniel Vorcaro agora perde o credenciamento para operar com aposentados e pensionistas
Raízen (RAIZ4) em uma derrocada sem fim: ações agora valem menos que R$ 0,90. O que pressiona a empresa desta vez?
Embora a queda das ações chame atenção, os papéis RAIZ4 não são os únicos ativos da Raízen que estão sob pressão
Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRR3) entregam boas prévias, mas amargam queda na bolsa; veja a recomendação dos analistas
Empresas avançaram em segmentos de expansão e registraram boas vendas e lançamentos mesmo com juros altos; MCMV dá fôlego no presente e futuro
Venda irregular? Participação do CEO da Ambipar (AMBP3) encolhe com suposta pressão de credores
Tércio Borlenghi Junior informou que a participação no capital social total da companhia caiu de 73,48% para 67,68%
App de delivery chinês Keeta começa a operar neste mês no litoral paulista, com investimento no país previsto em R$ 5,6 bilhões
A marca internacional da Meituan estreia em Santos e São Vicente com mais de 700 restaurantes parceiros antes de expandir entregas pelo Brasil
Aura Minerals (AURA33) brilha com produção recorde na prévia do 3T25 — e o Itaú BBA revela se ainda vale comprar as ações
Segundo o CEO, Rodrigo Barbosa, a mineradora está bem posicionada em relação ao guidance de 2025
Banco Central nega transferência de controle do BlueBank para Maurício Quadrado; banco segue sob guarda-chuva do Master
O mercado já havia começado a especular que a transferência poderia não receber o aval da autoridade monetária
Do vira-lata caramelo a um carro de luxo: amor pelos cães une Netflix, Chevrolet e Rolls-Royce
Um casal americano encomendou um Rolls-Royce em homenagem ao próprio cachorro; no Brasil, a Chevrolet lançou o Tracker Caramelo, em parceria com o filme da Netflix
Na onda da simplificação, Natura (NATU3) anuncia incorporação da Avon Industrial
Segundo fato relevante, o movimento faz parte da estratégia do grupo de simplificação e reorganização de sua estrutura societária e de governança, iniciada em 2022
JHSF (JHSF3) acelera no mercado de luxo com aquisição de empresa administradora de iates e jatos
BYS International opera na gestão de grandes embarcações, um mercado de luxo que deve dobrar até 2034
Cury (CURY3) bate recorde de geração de caixa no 3T25, e quem sai ganhando são os acionistas; saiba o que esperar agora, segundo o vice-presidente
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Leonardo Mesquita comentou sobre os resultados da prévia operacional do terceiro trimestre e indicou o foco da empresa para o fim deste ano
Ações da Tenda (TEND3) caem depois de prévia do operacional ficar abaixo das expectativas; hora de vender?
Valor geral de vendas trimestrais da companhia caiu mais de 20% em comparação ao mesmo período no ano passado
Alta cúpula da Oi (OIBR3) oficialmente sai de cena, mas tele já tem nomes definidos para conduzir a transição
O gestor judicial indicou os nomes que devem compor o novo comitê de transição da Oi; confira quem são os executivos
Oncoclínicas (ONCO3) recebe aval de acionistas para novo aumento de capital bilionário; ações tombam mais de 18%
O aumento de capital irá injetar até R$ 2 bilhões na companhia, pelo preço de R$ 3 por ação. Veja o que esperar da empresa
Combo de streaming do Mercado Livre tem Netflix, Disney+, HBO Max e Apple TV em um só plano
Novo plano do Mercado Livre combina streaming, benefícios financeiros e entrega rápida em um único pacote
Quando o CEO precisa visitar a floresta: o segredo do sucesso, segundo conselheiros do Magalu (MGLU3) e da Suzano (SUZB3)
Do chão da fábrica às salas de conselho, lideranças defendem que ouvir pessoas e praticar governança é o caminho para empresas sustentáveis no futuro
Com forte exposição à Ambipar (AMBP3), BlueBank, de Maurício Quadrado, busca comprador, diz site
Papéis da empresa de soluções ambientais caíram 95% em 15 dias em meio a desconfiança do mercado
PlayStation Store dá até 90% de desconto em títulos PS4 e PS5, mas o IOF joga contra
Enquanto jogadores reclamam da cobrança de IOF nas compras digitais, a PlayStation Store tenta compensar com descontos que chegam a 90% em títulos de PS4 e PS5
Acionistas do Méliuz (CASH3) podem acabar com mais bitcoins (BTC) por ação com novo programa de recompra
O conselho de administração do Méliuz aprovou a criação de um programa para aquisição de até 9,1 milhões de papéis CASH3
Infracommerce (IFCM3) cansa de ser penny stock e avança em grupamento de ações. O que isso significa para o investidor?
Os acionistas decidiram aprovar em AGE a proposta de grupamento de ações da Infracommerce, na proporção de 20 para 1. Entenda o que muda