Banco Central reprova compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB)
Acordo havia sido anunciado em março, e decisão do BC era último passo para concretização do negócio

O Banco Central rejeitou a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), segundo comunicado do BRB divulgado na noite desta quarta-feira (3). A decisão do BC era a última etapa para concretização do negócio, que havia sido anunciado ao mercado em março deste ano.
A compra do Master pelo BRB, estimada em R$ 2 bilhões, seria uma das maiores aquisições de bancos dos últimos tempos no Brasil.
“O BRB apresentou solicitação de acesso à íntegra da decisão, com o objetivo de avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis”, disse o banco estatal em fato relevante.
“O BRB reitera seu posicionamento de que a transação representa uma oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional e manterá seus acionistas e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos relevantes, nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis”, diz o texto.
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Coincidência (ou não), mais cedo hoje foi divulgada a notícia de que havia uma mobilização entre parlamentares para retomar um projeto de lei que permite ao Congresso destituir presidentes e diretores do BC. A medida teria como pano de fundo justamente a compra do Master pelo BRB. Entenda a ligação aqui.
Por que o negócio era visto como polêmico
Desde o anúncio do negócio, a operação era vista como uma forma de socorro do Master por parte do BRB, um banco público. O Master teve um crescimento expressivo nos últimos anos, mas com um modelo de negócios que era apontado com altamente arriscado.
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Não é de hoje que o mercado tem um pé atrás com o Banco Master, que multiplicou por 10 seu patrimônio e quintuplicou a carteira de crédito nos últimos quatro anos.
Isso muito devido à emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas médias de até 140% do CDI — chegando a oferecer um retorno 40% maior que os grandes bancos, por exemplo.
O banco se fiava usando o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) como atrativo e captou cerca de R$ 70 bilhões em CDBs.
Fora isso, cerca de 34% do patrimônio do Banco Master é composto por créditos a receber — como precatórios, direitos creditórios oriundos de ações judiciais —, o que vai na contramão dos grandes bancos, cuja carteira é formada majoritariamente por empréstimos ao varejo e/ou atacado.
Além de tudo isso, o Banco Master é conhecido por conceder empréstimos elevados a empresas em dificuldade.
Por isso, parte do mercado apontou para uma “salvação” do Banco Master por um banco público, o BRB. O presidente do banco estatal negou a afirmação e disse que a proposta foi baseada em questões técnicas.
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A fatia do Master que o BRB desejava comprar
Depois de idas e vindas, foi decidido que o BRB ficaria com R$ 25 bilhões em ativos do Banco Master, deixando R$ 48 bilhões de fora. Além disso, o dono do banco, Daniel Vorcaro, não faria parte da gestão do conglomerado que seria formado em caso de aprovação do negócio.
O potencial acordo de acionistas estabeleceu a formação de um novo grupo de controle, que não permitiria que os atuais controladores tivessem poderes políticos ou participassem da gestão do Banco Master.
O BRB planejava comprar 58% do capital social do Master, incluindo 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e todas as preferenciais.
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Caso fosse aprovada a compra, o BRB afirmou que o conglomerado BRB/Master teria cerca de R$ 100 bilhões em ativos. O banco estatal tinha interesse no Will Bank, banco digital do Master, na carteira de crédito consignado, nas operações de câmbio e de atacado.
Envolvimento com investigadas em operação contra o PCC
Em meio a todas as dificuldades que o Banco Master enfrentava para fechar negócio com o BRB, a operação da Polícia Federal contra a atuação do crime organizado no setor de combustíveis entrou nessa conta.
O Will Bank, conta digital do Master, tem como controladora a Reag Investimentos, uma das gestoras alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada na última quinta-feira (28).
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O esquema criminoso envolvia uma rede complexa de ocultação financeira por meio de fintechs e gestoras de recursos — como a Reag Investimentos.
A Reag Investimentos e a Trustee DTVM, outro alvo da operação de quinta-feira, administram pelo menos 18 dos 34 fundos declarados pelo Banco Master, segundo um levantamento da Folha de S.Paulo.
Entenda a conexão com o Master nesta reportagem.
O histórico do Banco Master
O Banco Master foi fundado nos anos 1970 como Máxima Correta de Títulos e Valores Mobiliários. Quase 20 anos depois, passou a atuar como instituição financeira, dando origem ao Banco Máxima, que atuava basicamente com crédito imobiliário.
Foi só em 2018, com a chegada do empresário Daniel Vorcaro à presidência do banco, que uma reformulação dos negócios deu origem ao Banco Master.
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De lá para cá, a instituição financeira expandiu a atuação para áreas como crédito pessoal, consignado, câmbio, investimentos imobiliários e private equity.
Antes de ser alvo da aquisição desta sexta-feira, o Master comprou uma participação majoritária no banco digital Will Bank.
O banco também investiu em outros setores, como saúde, ao comprar ações da Oncoclínicas — essa aquisição está cercada de polêmica e o Seu Dinheiro contou tudo aqui.
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