Axia (ELET3): após o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos, ainda vale comprar a ação da antiga Eletrobras?
Bancos consideraram sólido o desempenho da companhia no terceiro trimestre, mas um deles alerta para a perda de valor do papel; saiba o que fazer agora
A Axia Energia, antiga Eletrobras, agradou os investidores com os resultados do terceiro trimestre, que vieram acompanhados de uma farta distribuição de dividendos no valor de R$ 4,3 bilhões. Não à toa, as ações ordinárias (ELET3) e as preferenciais (ELET6) chegaram a figurar entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira (6), ajudando a manter o índice no azul.
A Axia alcançou um lucro líquido ajustado de R$ 2,176 bilhões terceiro trimestre, apesar da provisão de R$ 6,8 bilhões relacionada ao acordo de venda da participação na Eletronuclear. O montante representa queda de 68% ante o reportado em igual etapa de 2024. Na comparação com o segundo trimestre, porém, houve avanço de 48,1%.
Já o resultado sem ajustes foi um prejuízo líquido de R$ 5,448 bilhões, revertendo o lucro verificado de julho a setembro do ano passado de R$ 7,195 bilhões. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, no qual também foi reportado prejuízo, essa linha do balanço aumentou em 311,1%.
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Os analistas destacam que o desempenho da Axia ocorreu mesmo com a fraca geração hidrelétrica no país, medida pelo chamado GSF — fator que compara a energia efetivamente gerada pelas usinas com a garantia física contratada.
No trimestre, o GSF foi negativo em 35%, ou seja, a produção do país ficou abaixo do esperado.
“Alcançar uma margem bruta e um lucro tão altos nesse cenário mostra que a empresa antecipou com precisão as condições do mercado”, diz o relatório.
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Além disso, os analistas dizem que a Axia conseguiu reduzir riscos estruturais, incluindo a venda de usinas térmicas e da Eletronuclear, além de resolver pendências com a Amazonas Energia e o RBSE (base de ativos antigos de transmissão).
Outros números da Axia no 3T25
A Axia apresentou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 1,495 bilhão, revertendo um desempenho positivo observado em etapa equivalente de 2024 (R$ 12,159 bilhões). O segundo trimestre deste ano também havia sido positivo (R$ 1,259 bilhão) nesta linha.
O Ebitda ajustado, por sua vez, ficou em R$ 5,89 bilhões, baixa anual de 50,8%. Ante o trimestre imediatamente anterior, houve avanço de 4,4%.
O BTG Pactual lembra que o Ebitda regulatório ajustado da Axia — excluindo participações — atingiu R$ 5,9 bilhões, 20% acima da estimativa do banco.
A XP Investimentos também avaliou o trimestre como forte, com o Ebitda ajustado superando suas estimativas em 13% e o consenso em 14%.
A corretora atribui o desempenho ao segmento de geração, que combinou maiores volumes e margens brutas por MWh (megawatt-hora), reflexo de uma carteira hidrelétrica estratégica e eficiente no aproveitamento das condições de mercado.
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Vale a compra?
O BTG manteve a recomendação de compra para ELET3, com preço-alvo de R$ 60, e elogia a política de distribuição de dividendos — que já soma R$ 8,3 bilhões em 2025.
Na mesma linha, a XP manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 59,30 para ELET3, apontando um retorno real de 9,7% e elogiando a nova metodologia de dividendos adotada pela empresa.
O Safra destacou o contraste entre os números ajustados e os IFRS, impactados por despesas não recorrentes de R$ 7 bilhões ligadas à venda da Eletronuclear, o que levou a um prejuízo contábil de R$ 5,4 bilhões.
Mesmo assim, o Safra ressaltou que o Ebitda ajustado ficou 18% acima da sua projeção e 10% acima do consenso, sustentado pela boa estratégia de alocação de energia e menor exposição ao GSF.
“Os resultados operacionais ajustados foram sólidos, e a distribuição inesperada de dividendos deve ser bem recebida pelos investidores”, afirmam os analistas do banco.
Apesar de manter recomendação de compra, o Safra vê potencial de queda em relação ao preço atual — com alvos de R$ 45,70 (ELET3) e R$ 51,50 (ELET6) —, refletindo uma visão mais cautelosa sobre o valuation após a recente valorização das ações.
*Com informações do Money Times
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