Ações da Petrobras (PETR4) caem mais de 7% e pesam no Ibovespa. Por que o mercado torce o nariz para a estatal?
Junto com a divulgação dos resultados e dividendos, a petroleira também anunciou a entrada no segmento de distribuição; entenda se essa é uma fonte de preocupação para as finanças da companhia

A Petrobras (PETR4) reverteu o prejuízo em lucro de R$ 26,6 bilhões no segundo trimestre de 2025, um resultado que veio acima das previsões do mercado, mas não o suficiente para agradar os investidores. As ações da estatal recuaram mais de 7% nesta sexta-feira (8) e pesaram negativamente no desempenho do Ibovespa.
A explicação para o desempenho está nas linhas do balanço referentes à receita e ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que recuaram na comparação anual.
A receita com vendas da Petrobras somou R$ 119,128 bilhões no segundo trimestre, resultado 2,6% menor do que o obtido em igual intervalo de 2024. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 3,3%.
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O Ebitda ajustado, por sua vez, aumentou 5,1% ano a ano, para R$ 53,257 bilhões, mas caiu 14,5% em base trimestral. Você pode conferir o resultado em detalhes aqui.
As ações preferenciais PETR4 recuaram 7,95%, cotadas a R$ 32,78, enquanto as ordinárias PETR3 tinham queda de 7,89%, a R$ 32,80. O Ibovespa baixou 0,45%, aos 135.913,25 pontos.
Petróleo: o vilão da Petrobras no 2T25
Os preços mais baixos do petróleo pesaram sobre o balanço da Petrobras no segundo trimestre, segundo o Citi.
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A própria Petrobras informou junto com os resultados que o preço médio do Brent — usado como referência no mercado internacional — foi de US$ 67,82 o barril entre abril e junho, queda de 20,2% ante ao mesmo período do ano anterior.
Segundo o Citi, os valores mais baixos da commodity levaram a receitas menores, o que também afetou o Ebitda ajustado, enquanto a maior produção compensou parcialmente a queda do preço do petróleo.
O banco destaca ainda o acordo do Campo de Jubarte, um dos diluidores de custos, por sua grande produção.
Para Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, mesmo em um trimestre marcado pela forte queda do petróleo e receios com tarifas, a Petrobras conseguiu entregar resultados sólidos.
“O capex [investimentos] ficou em US$ 4,4 bilhões, um pouco acima do primeiro trimestre, mas ainda bem abaixo dos US$ 5,7 bilhões que assustaram o mercado no final de 2024, reforçando que aquele foi um número fora da curva”, afirmou.
A XP diz que os resultados do segundo trimestre da Petrobras vieram em linha com o esperado, mas aponta que a geração de caixa e os dividendos ficaram abaixo das expectativas. O lucro líquido também veio conforme o projetado.
Os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues chamam atenção para o aumento de produção ter ajudado a reduzir o lifting cost em 7% no trimestre, e a maior produtividade dos FPSOs ter impulsionado a extração do pré-sal.
Para a XP, essa tendência deve continuar nos próximos trimestres, pois a produção segue em alta.
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A XP esperava que a Petrobras anunciasse dividendos de US$ 2,2 bilhões referentes ao segundo trimestre de 2025, acima do US$ 1,6 bilhão entregue.
Os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues entendem que essa diferença se deveu a um fluxo de caixa operacional (CFO) mais fraco do que o estimado e a um capex de US$ 4,4 bilhões, superior aos US$ 3,9 bilhões previstos.
"A diferença no CFO não é facilmente explicada pelo capital de giro, já que os principais culpados parecem ter sido itens como depósitos judiciais, abandono, impostos sobre vendas e 'outros'. A conversão do Ebitda em CFO será um tema a ser observado nos resultados futuros", afirmou a dupla.
O UBS BB reiterou a recomendação de compra para as ações da Petrobras, mesmo diante de distribuição de dividendos abaixo das expectativas. O preço-alvo é de R$ 46 por ação para os papéis negociados na B3 e US$ 15,80 por ADR, apoiado por uma perspectiva positiva impulsionada pelo crescimento sólido da produção.
Segundo o banco, a Petrobras apresentou Ebitda em linha com as previsões do mercado, mas o investimento acima do esperado resultou em uma redução de 21% a 22% nos dividendos totais, levando a um rendimento de 2%, inferior ao consenso de 2,5%.
Apesar disso, Matheus Enfeldt, Tasso Vasconcellos e Victor Modanese continuam otimistas em relação ao potencial de rendimento de dividendos acima de 10% este ano e de estabilidade ou crescimento até 2026.
Hungria, da Empiricus, diz que a ação da Petrobras segue barata. “Por apenas 4x lucros e um dividend yield esperado acima de 10%, as ações seguem com recomendação de compra em várias séries da Empiricus Research”, disse.
O Safra também manteve a recomendação de compra para os papéis da Petrobras, com preços-alvo de R$ 43 tanto para a ação ordinária quanto para a preferencial, o que representa um potencial de valorização de 20% e 32%, respectivamente.
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A volta da Petrobras para a distribuição
Além dos resultados do segundo trimestre, o conselho de administração da Petrobras aprovou, em reunião realizada ontem, no âmbito dos elementos do plano estratégico, a inclusão do posicionamento da estatal em distribuição nos segmentos de refino, transporte e comercialização (RTC), gás e energia (G&E) e baixo carbono.
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras detalhou que esse posicionamento prevê a atuação em negócios rentáveis e parcerias nas atividades de distribuição, respeitando as disposições contratuais vigentes.
Entre os direcionadores estratégicos estão a expansão na distribuição de gás (GLP), a integração com outros negócios no Brasil e no exterior e a oferta de soluções de baixo carbono aos clientes.
Para a XP, devido às análises contratuais exigidas pela cláusula de não concorrência da estatal com a Vibra Energia, a implementação dessa estratégia só deve ocorrer a partir de 2026.
Já o Safra chama atenção para o fato de que que a inclusão da distribuição de combustíveis no próximo plano estratégico pode gerar preocupações sobre potenciais interferências nos preços, mas o banco não espera alterações significativas antes de 2029.
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